O listão do vestibular da Ufrgs pode estar sob suspeita. Caso isto se confirme, será um escândalo sem precedentes, mas nem de longe uma surpresa completa.
Gustavo Reis

Listão da UFRGS pode estar sob suspeita
Com a liberação dos boletins de desempenho do Vestibular UFRGS 2011, alguns alunos que haviam participado da edição 2010 do concurso chamaram minha atenção para o fato de que o escore correspondente ao ENEM parecia estranho.
Ao receber alguns boletins, confirmei a estranheza ao perceber que o valor correspondente ao “Escore Bruto” do ENEM invariavelmente não apresentava um número inteiro, mas sim um valor com até 4 casas decimais.
Isso é naturalmente curioso, pois, por definição, “Escore Bruto” representa o número de acertos de cada candidato — no caso, o somatório dos acertos nas 4 provas objetivas do ENEM.
Os valores correspondentes a “Escore Bruto” eram sempre inteiros e traduziam o somatório em questão.
Em 2011, o boletim de desempenho apresentou média e, principalmente, desvio-padrão para as provas do ENEM.
Para todo mundo entender: se o Edital de 2011 (referente ao aproveitamento do ENEM na UFRGS) é idêntico ao de 2010 no que diz respeito ao cálculo do “Escore ENEM”, então a soma dos escores brutos não pode ser substituída pela média das notas obtidas segundo a Teoria da Resposta ao Item (TRI)
O que está em jogo é uma possível violação de regras do edital. Se as notas divulgadas pelo ENEM não refletem nem são proporcionais aos escores brutos dos candidatos, e se os escores padronizados de todas as provas da UFRGS devem ser calculados a partir dos escores brutos das provas componentes, então os cálculos realizados para determinação dos argumentos de concorrência não são válidos e, em última análise, o concurso está em aberto.
Em outras palavras: se as regras do edital forem cumpridas à risca o Listão divulgado na última sexta-feira (21/01) não tem valor legal e deve ser publicado novamente.
Cabe à UFRGS, por intermédio da Comissão Permanente de Seleção (COPERSE), prestar os esclarecimentos necessários aos candidatos para evitar que pairem sobre nossa principal Universidade as mesmas dúvidas que vêm desmoralizando, desde 2009, o ENEM e o SiSU.
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