quarta-feira, 22 de outubro de 2014


Laranja de Youssef cita ex-presidente do PSDB e outro tucano ‘padrinho político’
Leonardo Meirelles, testa de ferro do laboratório Labogen, afirma que doleiro da Lava Jato trabalhava para Sérgio Guerra e para PSDB

O laranja de Alberto Youssef nas indústrias Labogen – que lavava dinheiro via importações fictícias – Leonardo Meirelles reforçou as suspeitas de que o ex-presidente nacional do PSDB senador Sérgio Guerra (PE), morto em março deste ano, teria recebido propina do esquema corrupção e propina alvos da Operação Lava Jato.
Ao ser questionado sobre o trecho da delação premiada vazado pela imprensa que cita o envolvimento do ex-presidente do PSDB, em audiência na 13.ª Vara Criminal Federal em Curitiba (PR), ele apontou o suposto envolvimento de Youssef com outro tucano “padrinho político do passado” e “conterrâneo” no Paraná – o doleiro é de Londrina, interior do Paraná.
“Em uma das ocasiões eu estava na sala (de Youssef), teve um contato telefônico do Alberto Youssef quando do qual surgiu o nome (Sérgio Guerra) faltava um ajuste, alguém estava não reclamando, estava atribuindo alguma coisa que não estava acontecendo, que não estava caminhando em virtude do que tinha uma coisa do passado que estava parado. Aí surgiu o nome (Guerra)”, afirmou Meirelles ao ser perguntado pela defesa sobre o envolvimento de outros partidos com o doleiro.

OUÇA O DEPOIMENTO DE LEONARDO MEIRELLES 
QUE CITA O PSDB (A PARTIR DE 21 MIN)


O nome do ex-presidente nacional do PSDB foi citado pela primeira vez pelo ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa, em sua delação premiada. Ele afirmou que foi procurado pelo senador tucano em 2009 e foi extorquido em R$ 10 milhões. Em troca, ele atuaria para abafar a CPI da Petrobrás, aberta em junho daquele ano.
Guerra ocupava uma das três cadeiras da oposição, na comissão composta por 11. Presidida pelo senador Romero Jucá, a comissão apurava entre outras irregularidades as supostas fraudes na obra da Abreu e Lima.
Segundo o delator, o dinheiro foi efetivamente pago em 2010 pela construtora Queiróz Galvão – contratada da Petrobrás – para um emissário do grupo. Tanto a empresa como o PSDB negam o esquema.

‘Muito maior’
Ao ser indagado se Alberto Youssef trabalhava para outros partidos políticos, além do PT, PMDB e PP, Meirelles declarou: “Sim, acredito eu que o PSDB e, eventualmente, algum padrinho político do passado e provável conterrâneo da região do senhor Alberto (Youssef)”, declarou.
Meirelles disse ainda que Youssef é o “malfeitor, o mentor da organização criminosa”. “As pessoas o procuravam para ele criar de alguma maneira os meios e os caminhos”, afirmou. “O que está mensurado nos contratos é o que é crível, o que é perceptível, na verdade o volume de movimentação em espécie de outras moedas sempre foi muito maior que isso”, continou o laranja.
Ao ser indagado se Alberto Youssef trabalhava para outros partidos políticos, além do PT, PMDB e PP, Meirelles declarou: “Sim, acredito eu que o PSDB e, eventualmente, algum padrinho político do passado e provável conterrâneo da região do senhor Alberto (Youssef)”, declarou.
Meirelles disse ainda que Youssef é o “malfeitor, o mentor da organização criminosa”. “As pessoas o procuravam para ele criar de alguma maneira os meios e os caminhos”, afirmou. “O que está mensurado nos contratos é o que é crível, o que é perceptível, na verdade o volume de movimentação em espécie de outras moedas sempre foi muito maior que isso”, continou o laranja.
Ao final, ele revelou ainda o “fluxo de políticos” no escritório de Youssef em São Paulo, localizado à Avenida São Gabriel, no Itaim. Indagado sobre qual era o nível de influência e poder político de Youssef no governo federal, ele declarou. “Tinha um fluxo grande de políticos do PP, ele (Youssef) mesmo dizia que na ocasião o partido tinha uma grande soma, uma grande quantia em aberto com ele, acho que saldo de financiamento de campanha de 2010.”

Defesa
O advogado de Youssef, Antonio Figueiredo Basto, repudiou as afirmações e disse que Meirelles vai ter que provar o que diz, em relação ao suposto elo do doleiro com o PSDB. O partido nega as acusações.

Advogado de doleiro acusa ‘interesse eleitoral’ e ‘influência estranha’ na Lava Jato
Figueiredo Basto, defensor de Youssef, repudia acusações de laranja de envolvimento com PSDB e diz que exigirá provas
O advogado do doleiro Alberto Youssef, Antônio Figueiredo Basto, disse na terça-feira, 21.out.2014, que vai acionar o Ministério Público Federal (MPF) para investigar “influência estranha” e “interesse eleitoral” no processo da Operação Lava Jato que trata dos supostos desvios de recursos e pagamento de propina a políticos e partidos envolvendo a Petrobrás.
A reação de Basto, veterano criminalista estabelecido em Curitiba (PR), veio após o depoimento na segunda-feira, 20.out.2014, de Leonardo Meirelles, “testa de ferro” do doleiro Alberto Youssef nas fábricas de medicamentos Labogen. Meirelles reforçou as suspeitas de envolvimento com o esquema de propinas do ex-presidente nacional do PSDB, entre os anos de 2009 e 2010, senador Sérgio Guerra (PE) – morto em março deste ano.
“Acho estranho que ele (Meirelles) foi interrogado antes nos autos da Labogen (outro processo da Lava Jato, em fase final), teve oportunidade de falar, não falou e agora quer vincular o PSDB”, argumenta Figueiredo Basto. “É um fato gravíssimo e vou tomar medidas junto ao Ministério Público Federal para investigar o que está acontecendo nesse processo.”
“Eu tenho convicção que tem influência estranha nesse processo, de terceiro, que tem interesse eleitoral em usar essa instrução”, avalia o criminalista. “Estou afirmando isso”, criticou o advogado. “Vou acionar judicialmente (Meirelles) pelas declarações.”
Figueiredo Basto disse que “desafia” Leonardo Meirelles a provar a relação de Youssef com o PSDB. “Se ele não provar, vou responsabiliza-lo criminalmente por esse fato.”
O criminalista destaca que no dia 25 de março – oito dias depois da deflagração da Lava Jato -, Meirelles afirmou à Polícia Federal que conheceu Youssef em 2012.”Ou seja, em 2009, época da CPI da Petrobrás, ele (Meirelles) não conhecia o Beto (Alberto Youssef). Ele disse isso para o delegado da Polícia Federal e assinou embaixo. Afirmou que conheceu o Beto em 2012 e que em 2013 o Beto assumiu o Labogen. As datas não batem. A CPI era em 2009. Ou ele mentiu na polícia ou mentiu no interrogatório na Justiça Federal. Isso sugere uma manipulação política.”
Figueiredo Basto afirmou não ser a primeira vez que Meirelles aponta algo sem provas. “Não é a primeira fez que ele fala um fato e não prova. Alegou que meu cliente tinha assinado um documento e a perícia não provou isso”, afirmou, referindo-se a cadernos de anotações pessoais de Meirelles, os quais foram submetidos a uma perícia que não confirmou registros de autoria do doleiro.
Meirelles prestou depoimento na segunda-feira, 20.out.2014, nos autos do processo sobre superfaturamento nas obras da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.
Meirelles apresentou sua versão sobre o envolvimento de outros partidos políticos, ao ser perguntado por seu advogado. Além de citar o PSDB, ele nominou Sérgio Guerra. Ele apontou, ainda, outro tucano “padrinho antigo, conterrâneo” de Youssef, em Londrina (PR).


OUÇA A PRIMEIRA PARTE DO DEPOIMENTO 
DE LEONARDO MEIRELLES



OUÇA A ÚLTIMA PARTE DO DEPOIMENTO 
DE LEONARDO MEIRELLES À JUSTIÇA FEDERAL


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