sexta-feira, 17 de outubro de 2014


Fundo de US$ 1 bilhão da ONU para ebola 
só tem US$ 100 mil até agora


Um fundo das Nações Unidas que busca US$ 1 bilhão (R$ 2,46 bilhões) em verbas para combater o ebola na África Ocidental recebeu um depósito de apenas US$ 100 mil (R$ 246 mil), pouco mais de um mês depois que foi estabelecido para permitir bancar de maneira mais rápida e flexível as mais urgentes necessidades nas frentes de combate à doença.
Até quinta-feira (16.out.2014), pelo menos 28 países, e mais a União Africana, União Europeia, Banco Mundial, Banco de Desenvolvimento Africano, e diversas empresas e fundações, haviam prometido um mínimo de US$ 365 milhões (R$ 898 milhões) em verbas para o combate ao ebola, de acordo com os registros da ONU.
Mas quase todo esse dinheiro foi doado a agências da ONU e organizações sem fins lucrativos trabalhando nas regiões infectadas da Libéria, Serra Leoa e Guiné, os três países mais afetados, e apenas US$ 100 mil (R$ 246 mil) haviam sido transferidos ao novo fundo, pela Colômbia, mostram os registros.
O secretário geral da ONU, Ban Ki-moon, criou o Multi-Partner Trust Fund para aceitar doações depois que o Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU lançou um apelo em 16 de setembro por US$ 988 milhões (R$ 2,43 bilhões) para enfrentar a mortífera febre hemorrágica, nos próximos seis meses.
O Dr. David Nabarro, que comanda a resposta da ONU à crise do ebola, disse que o fundo tinha por objetivo oferecer "flexibilidade na resposta a uma crise que a cada dia cria novos desafios; ele permite que as áreas de maior necessidade sejam identificadas e que as verbas sejam direcionadas a elas de acordo com isso".
Erin Hohlfelder, diretora de política mundial de saúde na organização assistencial internacional ONE, disse que a resposta ao apelo da ONU é "bastante decepcionante", e que era importante coordenar as contribuições para que "não permitamos o desperdício dos recursos de assistência".
"Temos discursos e retórica suficientes, o que gera a sensação de que o caso está resolvido", ela disse. "Estamos realmente preocupados porque, até que esses discursos e retórica se traduzam em serviços reais nas áreas afetadas, não teremos feito muito para estancar essa crise".


Quase 4.500 pessoas morreram como resultado do pior surto de ebola já registrado, informou a OMS na quarta-feira (15.out.2014), com casos confirmados, prováveis e suspeitos de ebola reportados em sete países, incluindo os Estados Unidos.
A ONU estabeleceu uma missão especial, conhecida como Unmeer, na Libéria, Serra Leoa e Guiné a fim de coordenar os esforços de contenção do ebola, que se difunde por meio do contato direto com fluidos corporais de uma pessoa infectada.
"Temos esperança de que nos próximos dias e semanas veremos mais países investindo no fundo, usando esse mecanismo para apoiar a resposta coordenada da ONU nos locais afetados. Existem necessidades críticas de custeio que precisam ser atendidas já", disse Nabarro.
A Austrália já reservou verbas para uma contribuição de mais de US$ 8,7 milhões (R$ 21,4 milhões) para o fundo, enquanto Chile, Estônia, Índia e Romênia prometeram US$ 19 milhões (R$ 46,7 milhões) no total, mas sem garantias de pagamento, de acordo com um documento do fundo.
A ONU depende de doadores, agências e organizações sem fins lucrativos para informar seu Serviço de Rastreamento Financeiro sobre as contribuições em dinheiro ou suprimentos para o combate ao ebola, e a lista de maneira alguma está completa.
Além dos US$ 365 milhões (R$ 898 milhões) em dinheiro e recursos já registrados sob o apelo da ONU, outros US$ 204 milhões (R$ 502 milhões) foram prometidos mas ainda não foram pagos.


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