Produção da indústria cai 1,4% em junho
Queda foi em comparação a maio.
Sobre junho de 2013, queda foi de 6,9%, a maior desde setembro de 2009.
Sobre junho de 2013, queda foi de 6,9%, a maior desde setembro de 2009.
A produção de veículos caiu 12% de maio para junho e impactou a
indústria brasileira, que mostrou retração pela quarta vez seguida.
No sexto mês do ano, a atividade industrial registrou baixa de 1,4%
frente ao mês anterior, a maior desde dezembro de 2013 nesse tipo de
comparação, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE).
"São quatro meses de resultados negativos. A magnitude dessa queda tem
uma relação importante com o menor número de dias trabalhados para o mês
de junho. Claro que tem relação direta com redução de jornada de
trabalho, concessão de férias coletivas, redução de turnos de trabalho.
Claro que o evento Copa do Mundo tem relação com esses fatores”, disse
André Luiz Macedo, gerente da coordenação de Indústria do IBGE.
Frente a junho do ano anterior, a queda foi ainda maior, de 6,9%.
Segundo a pesquisa, foi o recuo mais forte desde setembro de 2009,
quando o índice teve baixa de 7,4%.
No segundo trimestre, a indústria brasileira mostra queda de 5,4% e, no
primeiro semestre, de 2,6%, em relação aos mesmos períodos de 2013. Em
12 meses, o índice acumula baixa de 0,6% – a primeira queda desde março
do ano passado.
PRODUÇÃO DA INDÚSTRIA
Veja a variação frente ao mês anterior (em %)
Fonte: IBGE
Maioria dos setores tem queda
Segundo o IBGE, na comparação mensal, junho contra maio, a maioria das
atividades da indústria mostrou queda, com destaque para a produção de
veículos automotores, reboques e carrocerias (-12,1%) e equipamentos de
informática, produtos eletrônicos e ópticos (-29,6%). Na contramão,
aumentou a produção de derivados do petróleo e biocombustíveis (6,6%),
produtos alimentícios (2,1%) e bebidas (2,5%).
“O movimento de queda passa pela atividade de automóveis e caminhões ele
vai também às autopeças. Ou seja, a gente tem toda a cadeia da produção
automobilística com comportamento de queda”, afirmou Macedo.
Nessa mesma base de comparação, o setor de bens de consumo duráveis,
como carros e eletrodomésticos, apresentou uma queda de 24,9%, a mais
forte desde o início da série histórica do IBGE. A produção de bens bens
de capital, caso das máquinas e equipamentos, também mostrou baixa de
9,7%. O setor produtor de bens de consumo semi e não-duráveis, como
roupas e alimentos, registrou queda de 1,3%. A menor queda (0,1%) foi
vista nos bens intermediários, caso das matérias-primas.
Comparação anual
Na comparação com junho de 2013, a queda também foi generalizada, quando
analisados os setores da indústria. A maior retração partiu da
indústria de veículos automotores, reboques e carrocerias, que recuou
36,3%, "pressionada em grande parte pela menor fabricação de automóveis,
de caminhões, de caminhão-trator para reboques e semirreboques, de
autopeças e de veículos para transporte de mercadorias", segundo
informou o IBGE. Essa é a maior queda desde dezembro de 2008, quando
havia recuado 51%, de acordo com Macedo.
Também sofreram reduções as produções de máquinas e equipamentos
(-14,2%), metalurgia (-12,7%), equipamentos de informática, produtos
eletrônicos e ópticos (-25,1%), produtos de metal (-15,6%) e máquinas,
aparelhos e materiais elétricos (-18,4%), entre outros.
Na contramão, avançaram as produções de coque, produtos derivados do
petróleo e biocombustíveis (9,9%), produtos alimentícios (7,4%),
indústrias extrativas (2,9%) e bebidas (9,4%).
A produção de bens de consumo duráveis caiu 34,3% e de bens de capital,
21,1%. Também tiveram resultados negativos bens de consumo semi e
não-duráveis (-3,0%) e de bens intermediários (-2,9%).
No semestre
No ano, assim como nos outros tipos de comparação, o setor que mais
diminuiu sua produção foi o de veículos automotores, acumulando queda de
16,9%. Na sequência, aparecem produtos de metal (-10,1%) e metalurgia
(-5,0%), entre outros. Entre as oito atividades que aumentaram sua
produção estão, principalmente, indústrias extrativas (4,1%) e produtos
alimentícios (2,1%).
Entre as categorias, recuaram as produções de bens de consumo duráveis
(-8,6%) e de bens de capital (-8,3%), pressionadas especialmente pela
redução na fabricação de automóveis (-16,7%) e de equipamentos de
transporte (-15,1%). O segmento de bens intermediários mostrou queda de
2,2%.
A única taxa positiva no semestre é a do setor produtor de bens de
consumo semi e não-duráveis, que cresceu 0,3%, "impulsionado
principalmente pela maior produção de medicamentos, gasolina automotiva e
álcool etílico".
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