sexta-feira, 8 de agosto de 2014


Termina prazo de 72 horas de trégua entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza
Desde início da ofensiva, 1.942 pessoas morreram em ambos os lados.

Tanque isralense dispara contra a Faixa de Gaza perto da fronteira

Terminou às 2h desta sexta-feira (8 de agosto) – horário de Brasília – o período de trégua de 72 horas estabelecido entre Israel e facções palestinas na Faixa de Gaza. O prazo chegou ao fim em meio a negociações para que o cessar-fogo temporário entre as partes fosse estendido. Cerca de meia hora antes do término da trégua, o Hamas anunciou que não prolongaria o acordo com Israel.
Desde o primeiro dia da ofensiva militar na Faixa de Gaza até o início da trégua, 1.875 pessoas morreram, incluindo 430 menores de idade e 243 mulheres no lado palestino, segundo o ministério da Saúde. No lado israelense, morreram 64 soldados e três civis.
Quatro horas antes do fim da trégua, o Exército de Israel informou no Twitter que foguetes lançados da Faixa de Gaza atingiram o território israelense. "Agora mesmo, dois foguetes disparados de Gaza atingiram o sul de Israel. Não há registro de feridos. Os terroristas violaram o cessar-fogo".
Na quinta-feira (7 de agosto), o braço armado do Hamas pediu que os negociadores palestinos, que estavam no Cairo para tentar chegar a um acordo sobre um cessar-fogo definitivo na Faixa de Gaza, não estendessem a trégua que estava em vigor na região se suas demandas não fossem atendidas. O grupo disse que estaria pronto para se envolver em uma longa guerra caso o acordo de cessar-fogo não incluisse seus pedidos, em particular, a abertura do porto de Gaza.

Soldado israelense faz oração perto da fronteira de Israel com Gaza,
com fumaça de ataques vista ao fundo

Negociações
Os mediadores egípcios trabalhavam contra o relógio para conseguir estender a trégua na Faixa de Gaza entre Israel e palestinos. As negociações estavam sendo feitas de maneira indireta, já que os dois lados se recusaram a reunir-se face a face.
Israel demonstrava interesse em concordar com um prolongamento do cessar-fogo, e os mediadores egípcios buscavam negociar uma trégua duradoura para a guerra que devastou o enclave controlado pelo Hamas, enquanto os palestinos colocam como condição a interrupção do bloqueio egípcio-israelense e a libertação de prisioneiro detidos por Israel.
Os mediadores buscavam estabilizar e estender a atual trégua com um acordo dos dois lados, além de abrir negociações em direção a um acordo permanente de cessar-fogo.
Uma autoridade israelense disse que Israel "expressou sua disposição para estender a trégua sob os termos atuais".
Mas o líder do Hamas baseado no Cairo, Moussa Abu Marzouk, disse: "Se havia uma oportunidade de paz, foi perdida junto com os corpos de nossas crianças e os escombros de nossas casas".

Médicos palestinos correm para remover sobreviventes
após bombardeio na Cidade de Gaza

ONU pede trégua
A ONU pediu a extensão da trégua entre Israel e o Hamas para que os palestinos de Gaza possam receber ajuda humanitária. "O cessar-fogo de 72 horas entre Israel e as facções palestinas, que entrou em vigor no dia 5 de agosto, deve continuar", disse em um comunicado o coordenador de Operações Humanitárias da ONU na Faixa de Gaza, James Rawley.
"Devemos aumentar rapidamente a magnitude de nossa intervenção (humanitária) para atender às necessidades da população de Gaza, agora e a longo prazo. Mas, para isso, precisamos uma trégua duradoura", ressaltou.
Durante os últimos dois dias, equipes humanitárias distribuíram alimentos para "centenas de milhares de pessoas", ressaltou Rawley. Além disso, estão sendo realizadas obras para reparar a rede de água e esgoto, acrescentou.

 Palestino sentado em meio às ruínas de edifícios destruídos
após bombardeios no sul de Gaza

US$ 1,44 bilhão
A guerra de um mês em Gaza teve custo de US$ 1,44 bilhão para a economia de Israel, disse o presidente do banco central israelense, Karnit Flug. "A avaliação é de que pode chegar a cerca de 0,5% do PIB, o que é até 5 bilhões de shekels", disse Flug à emissora israelense de TV Channel Ten.
Autoridades de Gaza dizem que a guerra matou pelo menos 1.874 palestinos, a maioria civis. Israel afirma que 64 de seus soldados e três civis foram mortos desde o início dos combates, em 8 de julho.

Palestinos observam o local da queda de uma torre
da mesquita de Al-Sousi, destruída por um ataque israelense
no campo de refugiados de Shati, no norte da Faixa de Gaza

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