quarta-feira, 27 de agosto de 2014


Marina personifica desejo de mudança e vira favorita

José  Roberto  de  Toledo
Marina Silva superou Aécio Neves e venceria Dilma Rousseff na simulação de segundo turno porque personificou o desejo de mudança. Pela primeira vez nesta campanha eleitoral, um nome da oposição assumiu claramente a preferência entre os 71% de eleitores que querem mudar tudo ou quase tudo no governo. Desde junho de 2013, essa é a principal força da eleição presidencial, mas não estava concentrada em ninguém.
Hoje, se dependesse só dos mudancistas, Marina estaria em primeiro lugar na corrida presidencial, com 34% – bem à frente de Dilma (24%) e de Aécio (22%). Isso é inédito. Enquanto Eduardo Campos era o candidato a presidente do PSB, os mudancistas se dispersavam entre Dilma (27%), Aécio (28%), Eduardo (10%), e entre brancos, nulos e indecisos (28%).
Dilma só se mantém em primeiro lugar no geral por causa dos 26% de eleitores que querem pouca ou nenhuma mudança. A presidente tem dois em cada três votos desse eleitorado.
O problema aumenta para Dilma quando a disputa fica no mano a mano do segundo turno. Nessa simulação, Marina conquista 56% dos mudancistas, e a presidente não ganha quase nenhum eleitor a mais nesse grupo do que já conseguira no primeiro turno: fica com 25% dos mudancistas. Entre os continuístas as proporções se invertem: Dilma fica com 66%, e Marina, com 26%. Como há quase 3 vezes mais mudancistas do que continuístas, Marina é favorita para vencer um segundo turno contra Dilma.
Se o “drive” da eleição não mudar, é até esperado que Marina cresça mais nas próximas pesquisas – à medida que mais eleitores mudancistas se identifiquem com ela. E isso tem mais chances de acontecer com Marina do que com Aécio porque ela tem maior potencial de voto e menor rejeição que o tucano.
Apesar dos números muito favoráveis à candidata do PSB, é precipitação achar que a eleição acabou. Como a tragédia de Eduardo Campos provou, tudo pode mudar num instante.


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