Brasil continua pobre, mesmo como
sexta economia mundial.

O Brasil continuará sendo um país pobre, mesmo com a previsão de que
a sua economia vai ultrapassar a britânica como sexta maior do
mundo, segundo o economista Joerg Mayer, da Divisão de Globalização
e Desenvolvimento Estratégico da Conferência das Nações Unidas para
o Comércio e o Desenvolvimento (UNCTAD). "O país ganha um pouco de
prestígio, mas, como a população brasileira é muito numerosa, a
renda média é muito mais baixa", disse o economista. "Mesmo como
sexta economia mundial, o Brasil continua pobre", afirmou. Agnès
Bénassy-Quéré, diretora do Centro de Pesquisas Prospectivas e de
Informações Internacionais, em Paris, também relativiza as projeções
divulgadas nesta semana. "É preciso muita precaução", disse a
economista. "O Brasil apresenta um crescimento fulgurante, pois os
cálculos são feitos em dólar, que tem se desvalorizado nos últimos
anos. Não é possível dizer que esses números são definitivos",
afirmou a economista. Para Bénassy-Quéré, o excesso de valor do real
é o fator principal para a economia brasileira ultrapassar a da
Grã-Bretanha: "A moeda brasileira valorizou-se muito nos últimos
anos, enquanto a libra esterlina sofreu uma forte desvalorização.
Isso faz uma diferença enorme". Assim como o representante da
UNCTAD, a economista francesa acredita que o cálculo mais realista
para mostrar a situação da economia brasileira atualmente deveria
basear-se no PIB per capita. "O PIB per capita do Brasil representa
apenas 25% do americano", diz Bénassy-Quéré: "Nas projeções que
fizemos, em 2050 o PIB per capita brasileiro alcançará apenas 45% do
nível registrado nos Estados Unidos". Apesar da dificuldades, ambos
acreditam que o crescimento da economia ajudará a melhorar os
índices sociais brasileiros a longo prazo. "Na maré alta, todos os
barcos sobem", afirma Bénassy-Quéré. Para ela, o momento é de
investir em setores estratégicos para o desenvolvimento da sociedade
brasileira.
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