Analistas veem transmigração sem precedentes de profissionais de alto nível

Um professor se muda de Roma para Nova York; um advogado segue de Sydney
a Hong Kong depois de uma temporada nas Ilhas Cayman; um executivo
português deixa a Cidade do México com destino a Bogotá; um violinista
parte da Sérvia para morar no Reino Unido. Movimentos de profissionais
como esses na atual escala eram impensáveis há dez anos. A migração para
outros países de pessoas com educação de alto nível originárias de
nações de média alta de renda aumentou 44% entre 2000 e 2006, segundo um
estudo publicado recentemente pela Organização para a Cooperação e o
Desenvolvimento Econômico (OCDE). Nos países de baixa renda, os
movimentos entre fronteiras também aumentaram significativamente, em
28%. As transferências dentro de empresas nos países desenvolvidos
cresceram 39% entre 2005 e 2008, e isto não inclui as transferências
entre companhias na Área Econômica Européia (que abrange os países da
União Européia mais Noruega, Liechtenstein e Islândia) inclui, diz o
analista político da OCDE Jonathan Chaloff, as quais "podem ser
consideráveis". Segundo ele, "está claro que há uma tendência a um
aumento, não interrompido pela crise econômica". Empresas multinacionais
e organizações governamentais confirmam esta visão. A empresa
Brookfield Global Relocation Services é um dos facilitadores destes
movimentos profissionais, assim como outras recrutadoras que atuam em
mercados internacionais como SHL, Hays e Cepa. A Brookfield realiza
pesquisas anuais entre seus 250 clientes corporativos e de negócios, e
ajuda no traslado de cerca de 50 mil pessoas por ano em 110 países. Sua
pesquisa mais recente indica que 61% de seus clientes esperam ainda mais
transferências de empregados. Um estudo da Hays, em conjunto com a
consultoria Oxford Economic Forecasting, indica que "as empresas
enfrentam o mesmo desafio fundamental: a escassez de pessoal e de certo
tipo de know-how em certas partes do globo", e isto em "um mundo com 7
bilhões de habitantes e com muitos países com nível recorde de
desemprego". A Hays faz a colocação de 50 mil pessoas no mercado de
trabalho por ano, além de mais 100 mil em contratos temporários. A
própria empresa, que começou operando apenas na Grã-Bretanha, hoje
emprega 7 mil funcionários em todo o mundo. "Há três ou quatro anos, os
movimentos principais foram entre o Reino Unido e Australásia (Austrália
e Nova Zelândia), mas enquanto mais organizações precisam mover
empregados, nós estamos expandindo, e agora operamos em 31 países", diz o
diretor da Hays, Charles Logan.
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