'A Privataria Tucana' entra no ranking de livros mais vendidos
Lançado em 9 de dezembro deste ano, o livro “A Privataria Tucana”, do
jornalista Amaury Ribeiro Jr., alcançou o topo do ranking de livros mais
vendidos do site especializado em mercado editorial PublishNews.
O site contabiliza as vendas de 12 livrarias –Argumento, Cultura,
Curitiba, Fnac, Laselva, Leitura, Martins Fontes SP, Nobel, Saraiva,
Super News, Travessa e da Vila.
A obra aponta supostas irregularidades nas privatizações ocorridas
durante os governos de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). O livro
afirma também que amigos e parentes de José Serra mantiveram empresas em
paraísos fiscais e movimentaram milhões de dólares entre 1993 e 2003.
O autor se disse surpreso com a vendagem. “Ninguém esperava. Os editores
não esperavam, as livrarias não esperavam”, disse. “As redes sociais
têm participação importante. Hoje já não se precisa mais de repercussão
em programas de TV, em grandes veículos”, afirmou.
PSDB processará autor
Em nota, a executiva nacional do PSDB afirmou que irá processar Ribeiro
Jr. pelas acusações feitas no livro. A assessoria de imprensa do partido
disse que a área jurídica da legenda está juntando elementos para
entrar na Justiça contra o autor, o que deve ocorrer ainda nesta semana.
Com base no livro, a base governista protocolou, em 21 de dezembro, por
meio do deputado federal Protógenes Queiroz (PCdoB), pedido para
abertura de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar as
supostas irregularidades nas privatizações e outras acusações contidas
no livro.
Um dos parentes de Serra citados nas acusações é a filha do
ex-governador, Verônica Serra. De acordo com o livro, ela foi sócia da
empresária Verônica Dantas numa firma de prestação de serviços
financeiros na internet. Verônica é irmã do banqueiro Daniel Dantas,
proprietário até 2005 da antiga Brasil Telecom, empresa formada com a
privatização da Telebrás.
Em nota divulgada, Verônica negou ter sido sócia da irmã de Dantas:
“participar de um mesmo conselho de administração, representando
terceiros, o que é comum no mundo dos negócios, não caracteriza
sociedade. Não fundamos empresa juntas, nem chegamos a nos conhecer”.
Sobre o livro, ela disse se tratar de um produto de uma “organizada e
fartamente financiada rede de difamação” que “dedicou-se a propalar
infâmias intensamente através de um livro e pela internet” para atingir
seu pai.
Já Serra, por meio de sua assessoria, disse que o livro é uma “coleção
de calúnias que vem de uma pessoa indiciada pela Polícia Federal”. FHC,
também em nota, afirmou que a obra é uma “infâmia” e a associou o autor à
produção dos dossiês dos Aloprados e de Furnas.
Ribeiro Jr. afirmou que o livro é uma “cartilha sobre lavagem de
dinheiro” e trabalhou na obra de 2000 até poucos dias antes da
publicação. “Na época que comecei a apurar só se falava disso na
imprensa”. O autor disse que seu interesse surgiu a partir das “lacunas
que ficaram da história das privatizações” e que os documentos contidos
na obra são todos “legais, obtidos na Justiça e no próprio Congresso
Nacional.”
O autor trabalhou, como jornalista, na "Folha de S. Paulo", "O Globo",
"Jornal do Brasil", "IstoÉ", "Estado de Minas", entre outros veículos.
Ribeiro Jr. já foi acusado pela Polícia Federal de ter violado o sigilo
fiscal de dirigentes tucanos e de familiares de Serra. No ano passado, o
jornalista teria montado uma central de espionagem no comitê de
campanha da presidente Dilma Rousseff.