Camisinha é aceitável
em alguns casos,
diz Bento XVI
O uso de camisinha para impedir que a Aids se espalhe pode ser justificado em certos casos limitados, disse o Papa Bento XVI no livro "A luz do mundo. O papa, a Igreja e os sinais do tempo. Uma conversa com o santo Padre Bento XVI", do escritor alemão Peter Seewald, que reune várias entrevistas com o Pontífice e será lançado nas livrarias no dia 23. Em trechos publicados no jornal do Vaticano L'Osservatore Romano, o Papa menciona o exemplo do uso de camisinha por prostitutas como "o primeiro passo para a moralização", mas diz que os preservativos "não são realmente a maneira de lidar com o mal da infecção por HIV".
Embora alguns líderes católicos também tenham falado sobre o uso limitado de camisinhas em casos específicos para impedir o contágio pela Aids, essa é a primeira vez que o Papa menciona a possibilidade.
O Papa também alerta para a banalização da sexualidade, na qual as pessoas não veem mais nela a expressão do amor, mas um tipo de droga, que se alimenta de si mesmo.
"Por isso mesmo a luta contra a banalização da sexualidade faz parte de um grande esforço para que ela seja valorizada positivamente e que possa exercitar seu efeito positivo sobre o ser humano na sua totalidade", diz em trecho da entrevista.
No livro de 284 páginas, dividido em três partes - "Os sinais do tempo", "O pontificado" e "Sobre aonde vamos" -, o papa Ratzinger também afirma que não foi pego "totalmente" de surpresa em relação ao escândalo de padres pedófilos, mas que a dimensão que o caso alcançou foi "um choque enorme".
Bento XVI eleva brasileiro a cardeal
O papa Bento XVI consagrou 24 novos cardeais, incluindo o arcebispo de Aparecida, dom Raymundo Damasceno Assis, de 73 anos, em uma cerimônia marcada por ovações na Basílica de São Pedro, na Cidade do Vaticano.
Entre os demais, há um equatoriano, dois americanos, um asiático, quatro africanos e 15 europeus.
Dos novos cardeais, 20 podem participar de um eventual Conclave e eleger um novo Papa.
Com isso, o Brasil passa a ter cinco cardeais votantes na ocasião da necessidade de se eleger um novo Pontífice.
A nova ordenação devolveu aos italianos a maioria no colégio de cardeais encarregado de eleger o sumo pontífice. Com os novos integrantes, a Igreja passa a ter 203 cardeais, sendo 121 deles com idade inferior a 80 anos, o que lhes permite participar do conclave papal.
A nomeação de d. Damasceno surpreendeu os vaticanistas. Esperava-se que outros arcebispos fossem elevados a essa função. O mais cotado era o do Rio de Janeiro, d. Orani João Tempesta. Especialistas apostam que d. Damasceno será transferido para outra arquidiocese, como Salvador, cujo arcebispo, d. Geraldo Majella Agnelo, apresentou sua renúncia por ter completado 75 anos. Nesse caso, o novo cardeal seria o primaz do Brasil, título dado ao ocupante da primeira jurisdição eclesiástica do País.
PS: Dom Raymundo Damasceno Assis nasceu no interior de Minas Gerais em 1937, foi ordenado padre da Igreja Católica no ano de 1968. Em 1986, foi nomeado bispo auxiliar de Brasília. Desde 2004, ele ocupa o arcebispado de um dos santuários católicos mais importantes do Brasil.
Dilma se irrita com atitude de Meirelles para se manter no Banco Central
A presidente eleita, Dilma Rousseff, se irritou com Henrique Meirelles por ele ter divulgado que impõe condições para ficar no Banco Central, mas não descarta negociar sua permanência por um período tampão. De acordo com auxiliares de Dilma, Meirelles perdeu "muitos pontos" e deve "baixar o tom" para que os dois possam negociar sua posição no futuro governo. A presidente eleita disse a petistas que não convidou Meirelles a ficar, mas autorizou uma sondagem. A conversa definitiva deverá acontecer nos próximos dias.
Justiça de São Paulo proíbe livro de contos para estudantes
Depois de o Conselho Nacional de Educação recomendar que o livro "Caçadas de Pedrinho", de Monteiro Lobato, não seja distribuído às escolas públicas por ser considerado racista, o Tribunal de Justiça de São Paulo proibiu que a obra "Os Cem Melhores Contos Brasileiros do Século" continue sendo entregue a alunos da rede estadual paulista. De acordo com a decisão, em caráter liminar, a obra contém "elevado conteúdo sexual, com descrições de atos obscenos, erotismo e referência a incesto". A obra faz parte de um programa da Secretaria de Educação de São Paulo que distribui livros para alunos da rede. O projeto destina-se a estudantes dos últimos anos do ensino Fundamental e Médio. O livro reúne contos de autores brasileiros publicados a partir de 1900, entre eles Machado de Assis, João do Rio, Lima Barreto, Carlos Drummond de Andrade e Clarice Lispector. A principal motivação para o tribunal vetar a obra seria o texto "Obscenidades para uma Dona de Casa", de Ignácio Loyola Brandão, que conta a história de uma mulher casada que recebe cartas anônimas de um homem.
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