Governo não vai estender prazo para municípios acabarem com os lixões
Prazo vence no próximo sábado e governo
quer evitar punições; do país, 2.202 cidades, que representam 60% de
todo lixo produzido, cumpriram a lei
No início do mês, catadores ainda trabalhavam no lixão de Engenheiro Pedreira, na Baixada Fluminense |
Vence no próximo sábado, dia 2 de agosto, o prazo de quatro anos para
que todos os municípios do país acabem com os lixões e criem locais
adequados para destinação dos resíduos sólidos. Até agora apenas 2.202
cidades cumpriram essa meta, mas elas representam a produção de 60% de
lixo do país. A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, informou
que o governo não irá baixar qualquer medida estendendo esse prazo, como
estão solicitando entidades ligadas às prefeituras. A ministra afirmou
que o governo defende um debate no Congresso Nacional sobre o assunto e,
se os parlamentares assim entenderem, ampliem esse prazo.
Izabella Teixeira afirmou que sair punindo os municípios nesse momento
não é a solução. O governo procurou o Ministério Público Federal e pediu
que se busquem soluções com as Prefeituras, como termos de conduta,
antes de qualquer punição. No final de agosto, haverá um encontro em
Porto Alegre (RS), entre governo, procuradores e prefeitos para discutir
como vai se dar esse pacto.
— O governo não irá prorrogar esse prazo e entende que essa lei de
resíduos sólidos é extremamente positiva. Os termos foram pactuados no
Congresso, que levou 21 anos para aprová-la. Mas apoiamos diálogo com o
Congresso para eventual repactuação. Ninguém quer ter um lixão em casa.
Não é questão de prazo, mas de entender os problemas que levaram a isso.
Não estou dizendo que não vai haver punição. Está na mão da Justiça —
disse Izabella Teixeira.
A ministra disse ainda que é preciso parar com a ideia de que a punição
resolve. Ela afirmou que não encontrou má vontade dos gestores que não
conseguiram criar alternativas para destinar seus resíduos. Teixeira
afirmou que é preciso entender dificuldades regionais e de capacitação
para tornar essa política uma realidade. As regiões Norte, Nordeste e
Centro-Oeste são as com mais dificuldades para solucionar esses
problemas.
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