Caldeirão religioso no leste de São Paulo
Uma freira e uma muçulmana coberta dos pés à cabeça por um véu se cruzam
em uma faixa de pedestres na avenida Celso Garcia, no Brás, onde começa
a zona leste de São Paulo. Diante delas está o Templo de Salomão, obra
de 100 mil metros quadrados levantada pela neopentecostal Igreja
Universal do Reino de Deus - construção quatro vezes maior que o
Santuário de Aparecida do Norte.
O templo, uma réplica do que foi destruído em Jerusalém há mais de 2 mil
anos, foi inaugurado em meio a polêmicas pelo fato de o prédio não ter
uma licença definitiva da prefeitura. A enorme construção coroa a forte
mistura religiosa nas regiões do Brás e do Pari.
Em um raio de cerca de 4 km encontra-se mais de 20 igrejas católicas e
ortodoxas, templos evangélicos de diferentes denominações, centros
religiosos afro-brasileiros, mesquitas e seguidores do espiritismo.
Parte dessa mistura se explica pela forte tradição operária e imigrante
da região, que em séculos passados atraiu italianos, portugueses e
libaneses e hoje recebe fluxos de bolivianos, peruanos e africanos de
diversas nacionalidades.
No início do século 20, vieram as igrejas católicas, catedrais ortodoxas
e mesquitas. No final do século, com a expansão das igrejas
evangélicas, sobretudo as pentecostais, os templos começaram a pipocar
por ali.
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