Militares reagem e aumenta adesão a manifesto contra o governo

Com anúncio de punição aos militares que assinaram o manifesto "Alerta à
Nação - eles que venham, aqui não passarão", texto que critica a
interferência do governo Dilma, publicado no
site do Clube Militar,
aumentou a adesão de militares ao movimento e civis também passaram a
assinar o texto. Com a atualização feita na manhã desta sexta-feira - 2
de março, no site " A verdade sufocada", o número de assinantes passou
para 299 militares e 48 de civis. Na terça-feira - 28 de fevereiro, eram
cem militares. A reação começou com a decisão do governo em punir por
indisciplina os militares que assinam o manifesto. No texto, os
militares da reserva criticaram a interferência do governo no
site do Clube Militar
e o veto a um texto ali publicado que critica a presidente Dilma
Rousseff e duas ministras. Nesse "Alerta à Nação", os oficiais afirmam
não reconhecer "qualquer tipo de autoridade ou legitimidade” de Celso
Amorim para determinar a retirada do texto. "Em uníssono, reafirmamos a
validade do conteúdo do Manifesto publicado no site do Clube Militar,
a partir do dia 16 de fevereiro, e dele retirado, segundo o publicado
em jornais de circulação nacional, por ordem do Ministro da Defesa, a
quem não reconhecemos qualquer tipo de autoridade ou legitimidade para
fazê-lo", diz o documento. Como no manifesto vetado no site do Clube Militar,
o documento divulgado terça-feira - 28 de fevereiro - também critica a
criação da Comissão da Verdade. "A aprovação da Comissão da Verdade foi
um ato inconsequente, de revanchismo explícito e de afronta à Lei da
Anistia com o beneplácito, inaceitável, do atual governo". O texto
publicado no site do Clube Militar atribuía a Maria do Rosário e a Eleonora Menicucci declarações que
estariam a serviço do que classificaram de "minoria sectária", disposta a
reabrir feridas do passado. O primeiro manifesto polêmico foi assinado
pelos presidentes do Clube Militar, Renato Cesar Tibau Costa; do Clube
Naval, Ricardo Cabral; e do Clube da Aeronáutica, Carlos de Almeida
Baptista, todos já na reserva. No texto, dizem que Maria do Rosário vem
apregoando a possibilidade de apresentação de ações judiciais para
criminalizar agentes da repressão, enquanto Menicucci teria usado a
cerimônia de posse — em 10 de fevereiro — para tecer "críticas
exacerbadas aos governos militares", sendo aplaudida por todos, até pela
presidente. O texto diz ainda que o Clube Militar não se intimida e
continuará atento e vigilante e diz que as Forças Armadas são a
instituição com maior credibilidade na opinião pública.
PS: A Lei 7.524, de 17 de
julho de 1986, assinada pelo ex-presidente e atual presidente do
Senado, José Sarney, diz que os militares da reserva podem se manifestar
politicamente e não estão sujeitos a reprimendas. No artigo primeiro da
lei está escrito que "respeitados os limites estabelecidos na lei
civil, é facultado ao militar inativo, independentemente das disposições
constantes dos Regulamentos Disciplinares das Forças Armadas, opinar
livremente sobre assunto político, e externar pensamento e conceito
ideológico, filosófico ou relativo à matéria pertinente ao interesse
público".
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