quarta-feira, 21 de janeiro de 2015


Brasil importa energia da Argentina
Foram recebidos 165 MW médios do país vizinho

Linha de transmissão da energia de Itaipu

Após os apagões em diversas áreas de 11 estados e do Distrito Federal, o Brasil recorreu à importação de energia da Argentina para garantir plenamente o consumo do país. Segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), dia 20.jan.2015, foram importados 165 megawatts (MW) médios do país vizinho.
Houve intercâmbio internacional da Argentina para o Brasil a pedido do ONS em tempo real, das 10h23min às 12h e das 13h às 17h02min, entre 500 MW e 1.000 MW, para contribuir no atendimento à ponta do Sistema Interligado Nacional (SIN). Os períodos coincidem com os novos horários de pico de consumo identificados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O motivo da mudança, segundo a reguladora, seria o uso mais intenso de aparelhos de ar-condicionado.
A energia veio da Argentina pelas estações de conversão Garabi 1 e 2 existentes no Rio Grande do Sul. Há um acordo operacional energético entre os dois países pelo qual, em caso de emergência, um solicita ao outro o envio de um volume de energia por um período curto. Não se paga por essa energia que, conforme o acerto, é depois devolvida ao outro país.
- A importação é um sinal de desequilíbrio conjuntural na ponta de consumo - disse Nivalde de Castro, pesquisador de energia elétrica do Gesel/UFRJ.
Segundo o gerente de Regulação da Safira Energia, Fábio Cuberos, esse volume importado da Argentina consegue abastecer uma cidade de 600 mil habitantes por mês.
- É muita energia, sim. O Brasil tem interligação com a Argentina. Tradicionalmente, o Brasil exporta energia elétrica para a Argentina porque o país vizinho gera energia, basicamente, a partir de usinas termelétricas. E, por isso, tem energia mais cara em relação à do Brasil, quando os reservatórios estavam cheios. Mas, hoje, essa situação em relação aos preços se inverteu por conta da fraca condição hídrica do Brasil - destacou Cuberos.

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