A lista da ameaça
Os políticos que Ricardo Pessoa (UTC) listou como testemunhas de defesa estão entre os figurões que receberam recados ameaçadores do empreiteiro, que está preso.
Os políticos que Ricardo Pessoa (UTC) listou como testemunhas de defesa estão entre os figurões que receberam recados ameaçadores do empreiteiro, que está preso.
Empreiteiro quer Jaques Wagner, Paulo Bernardo e Arlindo Chinaglia como testemunhas de defesa.
Advogados de Ricardo Pessoa, acusado de coordenar o “Clube das Empreiteiras”, querem ouvir ministro da Defesa, ex-ministro das Comunicações, cinco deputados federais e ex-tesoureiro de Lula.
Advogados de Ricardo Pessoa, acusado de coordenar o “Clube das Empreiteiras”, querem ouvir ministro da Defesa, ex-ministro das Comunicações, cinco deputados federais e ex-tesoureiro de Lula.
Jaques Wagner, Paulo Bernardo e Arlindo Chinaglia são indicados para testemunhar a favor de empreiteiro |
A defesa de Ricardo Pessoa, acusado de liderar o chamado
“Clube das Empreiteiras”, quer incluir como testemunhas do empresário o
ministro da Defesa, Jaques Wagner, o deputador Arlindo Chinaglia
(PT-SP), candidato à Presidência da Câmara, além do ex-ministro das
Comunicações Paulo Bernardo e outros três deputados federais: Paulinho
da Força (SD-SP), Arnaldo Jardim (PPS-SP), Jorge Tadeu Mudalen (DEM-SP) e
Jutahy Magalhães (PSDB-SP).
O empresário, dono da UTC, está preso desde novembro na carceragem da
Polícia Federal em Curitiba. No início de janeiro, ele divulgou uma
carta levantando suspeitas nos contratos firmados entre empreiteiras e a
Petrobras, além de recursos doados para a campanha da presidente Dilma
Rousseff.
A petição da defesa não explica os motivos das escolha dos políticos no
rol das 22 testemunhas a serem ouvidas em seu processo. Também está
entre as testemunhas a serem ouvidas pelo Justiça do Paraná o secretário
municipal de Saúde de São Paulo, José de Filippi Júnior, ex-tesoureiro
da campanha de 2006 do ex-presidente Lula. Ele também foi tesoureiro da
campanha de 2010 da presidente Dilma.
Em texto de seis folhas publicados em janeiro pela revista “Veja”,
Pessoa manda recado a integrantes do governo Dilma. No trecho intitulado
“Consciência de governo”, o executivo diz:
“Vale para o Executivo também. As empreiteiras juntas doaram para a
campanha de Dilma milhões. Já pensou se há vinculações em algumas delas.
O que dirá o nosso procurador-geral da República. STF a se pronunciar”,
anotou.
Em outra parte, o empresário cogita que alguém denuncie o suposto elo
entre o esquema na Petrobras e a campanha presidencial. “Edinho Silva
(tesoureiro da campanha de Dilma) está preocupadíssimo. Todas as
empreiteiras acusadas de esquema criminoso da Operação Lava-Jato doaram
para a campanha de Dilma. Será se (sic) falarão sobre vinculações
campanha x obras da Petrobras?”, questiona.
O empreiteiro também afirma que o esquema desvendado pela Polícia
Federal pode ser maior: “A Operação Lava-Jato vai caminhando e está
prestes a mostrar que o que foi apresentado sobre a área de
Abastecimento da Petrobras é muito pequeno quando se junta tudo a
Pasadena, SBM, Angola, esquema argentino, Transpetro, Petroquímica e
outras mais. Ah, e o contrato de meio ambiente na Petrobras
Internacional? Se somarmos tudo, Abastecimento é fichinha”, escreveu.
Em 49 páginas, apesar de convocar integrantes do Executivo e do
Legislativo, a defesa de Pessoa foge da argumentação política. De acordo
com os advogados, eles não tiveram acesso à íntegra dos documentos que
embasaram a acusação contra o empreiteiro. Eles negam que o empresário
tenha cometido crime de lavagem de dinheiro.
A petição assinada pelos advogados Alberto Toron, Carla Domenico, Renato
Martins e Luisa Moraes Abreu Ferreira diz ainda que a denúncia de
corrupção é genérica e insuficiente. Eles contestam ainda a tese do MPF
de que os contratos assinados entre a UTC e a Sanko, apontado pelos
investigadores como o caminho para o desvio de recursos na Petrobras,
foram fictícios.
Os advogados defendem que a acusação contra Pessoa é “fraca” por não
denunciar as empresas supostamente envolvidas com a UTC em esquemas,
como Andrade Gutierrez, Odebrecht, além do ex-diretor de Engenharia e
Serviços da Petrobras, Renato Duque.
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