O Badesul não se explica
Badesul perdeu R$ 46 milhões por financiar sem garantia real
o complexo da Engevix na cidade gaúcha de Charqueadas
No canteiro de obras que a Engevix (Iesa) abandonou em Charqueadas, Rio
Grande do Sul, além dos mil trabalhadores demitidos, estão ali toneladas
de materiais como chapas de aço e módulos em processo avançado de
construção, tudo sendo consumido por falta de manutenção.
A Petrobrás, que mantinha ali o único contrato conseguido pela Iesa,
rompeu o negócio - porque os donos da Engevix foram para a cadeia em
Curitiba envolvidos no escândalo de corrupção da Petrobras.
O empréstimo de R$ 46 milhões concedido pelo BADESUL Desenvolvimento -
Agência de Fomento/RS - com a única garantia da própria planta
industrial "micou", porque as instalações locais não valem mais nada.
A falta de garantias reais por parte do Badesul assombrou o mercado,
porque o nível de risco de uma garantia hipotecária não é comparável ao
nível de risco de uma fiança bancária. Neste caso, o Badesul seria
obrigado a promover provisionamento para perdas, que agora são certas.
Tomar como garantia a fábrica construída com o dinheiro emprestado é
muito temerário. Este tipo de empréstimo rebaixa internamente a
classificação de qualidade do financiamento.
Foi tudo feito às pressas no Badesul, porque prevaleceu a vontade
política do então governador Tarso Genro de viabilizar o seu sonhado
Polo Naval do Jacuí, hoje apenas um monturo de ferros velhos, tudo para
ajudar sua fracassada campanha à reeleição.
Centrais sindicais protestam pela entrega a estrangeiros do contrato de US$ 800 milhões
As três principais centrais sindicais - CUT, Força Sindical e CTB - mais a Federação Única dos Trabalhadores, publicaram nota paga nos jornais de Porto Alegre para protestar contra o último processo licitatório da Petrobrás.
Não se trata de denúncia de qualquer caso de corrupção que atinge sistemicamente a estatal. É que as centrais sindicais ficaram irritadas porque, na última licitação, a Petrobrás encomendou módulos de compressão de gás para navios-plataformas apenas com empresas localizadas no exterior.
A encomenda estava, antes, nas mãos da Engevix, que não conseguiu tocar a encomenda de US$ 800 milhões na fábrica que instalou em Charqueadas.
Na verdade trata-se de um convite - uma das modalidades previstas pela Lei de Licitações.
As centrais avisam que a decisão fere a Política de Conteúdo Local.
A nota lembra que graças a esta política, a indústria naval expandiu-se e hoje emprega 82 mil trabalhadores. O temor é de desinvestimentos, como os de Charqueadas, com a consequente demissão de trabalhadores e queda nas receitas tributárias dos entes federados.
A nota defende a Petrobrás, mas em momento algum condena a grossa corrupção que atinge a estatal, envolvendo profundamente sua própria estrutura funcional.
As três principais centrais sindicais - CUT, Força Sindical e CTB - mais a Federação Única dos Trabalhadores, publicaram nota paga nos jornais de Porto Alegre para protestar contra o último processo licitatório da Petrobrás.
Não se trata de denúncia de qualquer caso de corrupção que atinge sistemicamente a estatal. É que as centrais sindicais ficaram irritadas porque, na última licitação, a Petrobrás encomendou módulos de compressão de gás para navios-plataformas apenas com empresas localizadas no exterior.
A encomenda estava, antes, nas mãos da Engevix, que não conseguiu tocar a encomenda de US$ 800 milhões na fábrica que instalou em Charqueadas.
Na verdade trata-se de um convite - uma das modalidades previstas pela Lei de Licitações.
As centrais avisam que a decisão fere a Política de Conteúdo Local.
A nota lembra que graças a esta política, a indústria naval expandiu-se e hoje emprega 82 mil trabalhadores. O temor é de desinvestimentos, como os de Charqueadas, com a consequente demissão de trabalhadores e queda nas receitas tributárias dos entes federados.
A nota defende a Petrobrás, mas em momento algum condena a grossa corrupção que atinge a estatal, envolvendo profundamente sua própria estrutura funcional.
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