quinta-feira, 22 de janeiro de 2015


Condenado no mensalão, José Dirceu é investigado na Operação Lava-Jato
Justiça quebrou o sigilo fiscal e bancário da JD Consultoria, empresa do ex-ministro que teria recebido R$ 4 milhões de empreiteiras

José  Dirceu
A Justiça quebrou o sigilo fiscal e bancário da JD Consultoria, empresa do ex-ministro José Dirceu. Documentos obtidos nas investigação da operação Lava-Jato revelam que a JD recebeu quase R$ 4 milhões de empreiteiras denunciadas no esquema de corrupção na Petrobras. Segundo o “Jornal Nacional”, a empresa recebeu recursos da Galvão Engenharia, da OAS e da UTC, cujo executivos estão presos em Curitiba.
A empresa que Dirceu tem juntamente com seu irmão, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, recebeu R$ 720 mil da OAS, entre janeiro de 2010 e dezembro de 2011. Também ganhou R$ 725 mil da Galvão Engenharia entre 2009 e 2011 e mais R$ 2,3 milhões da UTC, nos anos de 2012 e 2013. Os procuradores chegaram à empresa de Dirceu ao analisar documentos da Receita que mostraram transferências bancarias das três construtoras.
Segundo Gabriela Hardt, juíza substituta da 13ª Vara Federal de Curitiba que decretou a quebra dos sigilos da empresa, o objetivo é identificar se houve outros pagamentos suspeitos a JD e se Dirceu e o irmão foram ou não beneficiados pelo esquema de distribuição de propina na Petrobras.
De 2009 a 2013, Dirceu não tinha cargo público. Ele deixou o cargo de ministro da Casa Civil em junho de 2005. No mesmo ano, em dezembro, ele teve o mandato de deputado cassado. No julgamento do mensalão, ele foi condenado a sete anos e 11 meses de prisão pelo crime de corrupção ativa. Dirceu foi preso em 15 de novembro de 2013. Ficou em regime fechado até novembro de 2014, quando passou a cumprir o regime semiaberto.

Em nota, a assessoria de imprensa de Dirceu informou:
“A respeito da reportagem veiculada pelo Jornal Nacional nesta quinta-feira (22.jan.2015), a JDA esclarece que prestou consultoria às empresas UTC, OAS e Galvão Engenharia, conforme contratos, para atuação em mercados externos, sobretudo na América Latina e Europa. A relação comercial com as empresas não guarda qualquer relação com contratos na Petrobras sob investigação na Operação Lava Jato. O ex-ministro José Dirceu está à disposição para prestar quaisquer esclarecimentos à Justiça”.

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