Brasil importa energia da Argentina
Foram recebidos 165 MW médios do país vizinho
Linha de transmissão da energia de Itaipu |
Após os apagões em diversas áreas de 11 estados e do Distrito Federal, o
Brasil recorreu à importação de energia da Argentina para garantir
plenamente o consumo do país. Segundo dados do Operador Nacional do
Sistema Elétrico (ONS), dia 20.jan.2015, foram importados 165 megawatts
(MW) médios do país vizinho.
Houve intercâmbio internacional da Argentina para o Brasil a pedido do
ONS em tempo real, das 10h23min às 12h e das 13h às 17h02min, entre 500
MW e 1.000 MW, para contribuir no atendimento à ponta do Sistema
Interligado Nacional (SIN). Os períodos coincidem com os novos horários de pico de consumo identificados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O motivo da mudança, segundo a reguladora, seria o uso
mais intenso de aparelhos de ar-condicionado.
A energia veio da Argentina pelas estações de conversão Garabi 1 e 2
existentes no Rio Grande do Sul. Há um acordo operacional energético
entre os dois países pelo qual, em caso de emergência, um solicita ao
outro o envio de um volume de energia por um período curto. Não se paga
por essa energia que, conforme o acerto, é depois devolvida ao outro
país.
- A importação é um sinal de desequilíbrio conjuntural na ponta de
consumo - disse Nivalde de Castro, pesquisador de energia elétrica do
Gesel/UFRJ.
Segundo o gerente de Regulação da Safira Energia, Fábio Cuberos, esse
volume importado da Argentina consegue abastecer uma cidade de 600 mil
habitantes por mês.
- É muita energia, sim. O Brasil tem interligação com a Argentina.
Tradicionalmente, o Brasil exporta energia elétrica para a Argentina
porque o país vizinho gera energia, basicamente, a partir de usinas
termelétricas. E, por isso, tem energia mais cara em relação à do
Brasil, quando os reservatórios estavam cheios. Mas, hoje, essa situação
em relação aos preços se inverteu por conta da fraca condição hídrica
do Brasil - destacou Cuberos.
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