Operação Lava Jato assegura recuperação
de R$ 500 milhões
Força-tarefa bloqueou valor em contas e patrimônios dos envolvidos.
Acordos de cooperação com 12 países permitirão repatriação do dinheiro.
Acordos de cooperação com 12 países permitirão repatriação do dinheiro.
O Ministério Público Federal (MPF) informou ter assegurado a
recuperação de R$ 500 milhões desviados por investigados na Operação
Lava Jato – a operação apura esquema de lavagem de dinheiro e evasão de
divisas que movimentou cerca de R$ 10 bilhões e envolve desvios de
recursos da Petrobras.
Para permitir a recuperação de dinheiro desviado, o MPF fechou acordos
de cooperação internacional com 12 países, entre os quais Suíça, Estados
Unidos e Holanda.
Os desvios milionários foram descritos, em detalhes em 12 delações
premiadas no âmbito da Lava Jato. Segundo o procurador Douglas Fischer,
coordenador da força-tarefa do Ministério Público que apura a
participação de políticos em desvios na Petrobras, sem os colaboradores,
a repatriação de uma cifra tão alta seria impossível.
“Certamente, sem essas delações, no modo como foram praticados os
crimes, ou não se descobririam os fatos ou certamente demoraríamos
décadas pra descobrir. E aí nós teríamos o instituto da prescrição
inviabilizando a punição dos responsáveis”, disse Fischer.
O procurador acrescentou, ainda, que trata-se de um valor histórico para
o Brasil. “Poderíamos dizer, de forma bastante segura, que este valor é
histórico de tudo que se apurou até hoje em recuperação de valores
relacionados à prática de crimes”, afirmou.
O Ministério Público também rebateu críticas feitas ao acordo de delação
premiada firmado com doleiro Alberto Youssef, apontado como chefe do
esquema. Na terça-feira (27.jan.2015), o ministro-chefe da
Advocacia-Geral da União (AGU), Luís Inácio Adams, afirmou que avalia
contestar, no Supremo Tribunal Federal (STF), os termos do acordo de
delação premiada do doleiro .
Segundo a força-tarefa, Youssef não receberá recompensa ou comissão. O
acordo prevê redução da multa se ele apontar novos desvios que a
investigação ainda não tenha conhecimento. De acordo com Douglas
Fischer, o doleiro não está ganhando recompensa nem teve seu patrimônio
blindado, como supõe a AGU.
“Ele não está ganhando. O colaborador em hipótese alguma está ganhando.
Ele está perdendo, tanto é que já existe, até o momento, o bloqueio de
pelo menos R$ 50 milhões do seu patrimônio, ou seja, não há
possibilidade de prejuízo para a União ou para a Petrobras. Há uma
garantia, sim, exatamente para a reparação do dano do crime que já foi
praticado", completou.
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