sábado, 17 de janeiro de 2015


RIO GRANDE DO SUL

Aeroporto Salgado Filho



Há uma semana, se ouvia do ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha, que mesmo com todas as obras previstas, o Aeroporto Salgado Filho estaria obsoleto em 10 anos. Padilha estava convicto de que a solução era repassar o Salgado Filho à iniciativa privada, em um pacote que incluía a construção do Aeroporto 20 de Setembro, na cidade gaúcha de Portão. Esse arranjo inviabilizaria a ampliação da pista, um projeto que já está com vários anos de atraso.
O prefeito de Porto Alegre José Fortunati reagiu, aliados do governador José Ivo Sartori começaram a minar a ideia, o Sindicato dos Hotéis, Bares e Restaurantes e outras entidades do comércio se rebelaram. Padilha ligou para Fortunati e combinou um novo encontro na sexta-feira (16.jan.2015) à tarde. Qual não foi a surpresa ao ouvir o ministro dizer que todas as obras do Salgado Filho serão concluídas, "exceto a ampliação da pista".
E por que não vai? Porque não precisa. Porque, segundo o ministro, o Rio Grande do Sul não tem produção que justifique a ampliação da pista em mais mil metros, para receber aviões cargueiros. Se não tem, por que então ele quer o 20 de Setembro com quatro pistas? Com a palavra os colaboradores da Agenda 2020, que calculam em R$ 3 bilhões o prejuízo anual do Rio Grande do Sul por não ter um aeroporto de cargas.
Padilha diz que foi mal compreendido. Essa mudança de discurso soa como briga de beleza. Agora, Padilha diz que o Salgado Filho ainda tem uma vida útil de 15 anos, com pista curta mesmo. E que a prioridade da Secretaria da Aviação Civil é a aviação regional. Como na velha parábola do balde de caranguejos, a ampliação do Salgado Filho está sendo puxada para baixo, porque Porto Alegre não precisa de um aeroporto maior.
Será que nosso destino é pensar pequeno?
Fortunati sugere que se use a Base Aérea de Canoas como uma espécie de extensão do Salgado Filho. Alguém saberia dizer o que a Aeronáutica pensa dessa proposta?

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