segunda-feira, 16 de março de 2015


O asfalto ferveu, mas a ficha de Dilma não caiu


O asfalto ferveu no domingo (15.mar.2015). A ebulição fez lembrar junho de 2013. Com uma diferença: o inconformismo não é mais difuso. Dessa vez, quem está na alça de mira é Dilma Rousseff. Se tivesse sobrado algum bom-senso à presidente, ela se armaria rapidamente de humildade. Mas a ficha de Dilma — pasmo, surpresa, estupefação — ainda não caiu.
A presidente não cogita alterar o rumo de sua gestão. Ela tampouco considera a hipótese de entregar à plateia uma autocrítica.
A grande novidade anunciada pelo governo é uma inutilidade prometida por Dilma na campanha presidencial: um pacote de projetos de lei anticorrupção.
O governo continua se achando ótimo.
A crise econômica vem de fora. O arrocho fiscal é necessário e trará o crescimento de volta já no segundo semestre de 2015. Dilma não tolera a corrupção. E a Petrobras só está sendo varejada porque Lula e Dilma viraram a página daquele Brasil tucano que engavetava investigações. De resto, a solução definitiva só virá depois que for aprovada uma reforma política que acabe com o financiamento privado das campanhas.
Dilma governa para “200 milhões de brasileiros” e deseja dialogar com todos.
Os brasileiros que foram às ruas no domingo (15.mar.2015) são os eleitores de Aécio Neves. E o governo deve “ampliar o diálogo” sobre as medidas de ajuste fiscal especialmente com os manifestantes que foram às ruas na sexta-feira (13.mar.2015), sob o comando de entidades como CUT, MST e UNE.
Nesse diapasão, Dilma corre o risco de se tornar uma presidente irrisória, condenada a passar os próximos quatro anos aturando uma trilha sonora que mistura o som gutural das vaias e o ruído estridente das panelas. A presidente talvez devesse escutar seu instinto de sobrevivência.

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