sexta-feira, 7 de setembro de 2018



Um convite ao bom senso



Não é banal a facada desferida contra o presidenciável Jair Bolsonaro num ato de campanha, quando o candidato era carregado por apoiadores nas ruas da cidade mineira de Juiz de Fora.
Numa época em que a política brasileira vive a tensão dos radicalismos insensatos, o acontecimento fere a própria democracia. Trata-se de um momento de treva injetado num processo eleitoral que deveria representar um novo alvorecer. O fato produzirá consequências políticas.
A Polícia Federal informou em nota que o agressor foi preso. Não cabe no momento outra providência senão a de apurar com rigor as circunstâncias do crime e punir o criminoso. Mesmo numa democracia debilitada, a melhor resposta para os surtos de radicalismo é mais democracia. Num regime em que as liberdades públicas são plenas, um candidato tem todo o direito de ostentar um discurso sem sofrer atos de violência.
A agressão a Bolsonaro, inadmissível num país que se pretende democrático, introduz numa eleição imprevisível uma dose extra de imprevisibilidade.
Até aqui, apenas Lula fazia pose de vítima na cena eleitoral. O agressor de Bolsonaro produziu uma segunda vítima no extremo oposto.
A novidade pode aguçar o extremismo que marca a disputa. O que jogaria lenha numa fogueira em que arderia a polarização entre a vítima Bolsonaro e Haddad, o poste de Lula, autoproclamado “perseguido político”. Outra possibilidade, mais benfazeja, seria a plateia enxergar no ataque a Bolsonaro uma evidência de que passou da hora de o país recuperar o bom senso.



O candidato a presidência Jair Bolsonaro foi esfaqueado
enquanto era carregado nos braços de apoiadores
Bolsonaro esfaqueado durante um ato de campanha em Minas Gerais


Histórico — No início da tarde de quinta-feira (06.set.2018) o candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL) foi atacado por um homem com um golpe de faca, na barriga, enquanto estava sendo carregado nos ombros, durante ato de campanha no bairro do Parque Halfeld, em Juiz de Fora, Minas Gerais.
O agressor, Adélio Bispo de Oliveira, 40 anos, foi preso por simpatizantes de Bolsonaro na sequência do ataque.



Durante a cirurgia, os médicos constataram que o intestino foi atingido pela facada


Histórico Médico — O presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) está na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Santa Casa de Misericórdia, de Juiz de Fora. Bolsonaro deu entrada na emergência por volta das 15 horas.
De acordo com o último boletim médico o estado de saúde de Bolsonaro estava estável. “Bolsonaro encontra-se estável, com pressão arterial normal e sem risco iminente de morte. Hemorragia controlada até o momento.” A equipe médica cogita a possibilidade de deixar uma íleostomia, mas essa decisão será definida após a transferência para outro hospital.
Durante a cirurgia,  os médicos constataram que o intestino foi atingido pela facada, mas ao contrário do que se suspeitava, o fígado foi preservado. Outras lesões também ocorreram na artéria mesentérica superior, e três lesões no intestino delgado.
No começo da noite de quinta-feira (06.set.2018), a Santa Casa informou que o deputado passou por uma transfusão de sangue.



Autor do ataque a Jair Bolsonaro, Adélio Bispo de Oliveira
Faca usada pelo agressor contra o candidato Jair Bolsonaro


O autor do ataque é ativista de esquerda — Adélio Bispo de Oliveira, 40 anos, autor confesso do atentado a facada contra o candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL) é um ativista de esquerda, que foi filiado ao PSOL de Uberaba (MG) entre 2007 e 2014. Em seu perfil no Facebook, Oliveira tem muitos posts com teor político, e com críticas a Bolsonaro. As preferências de Adélio Bispo de Oliveira estão expostas no Facebook em páginas com algum alinhamento esquerdista. Em suas fotos pessoais, Adelio de Oliveira aparece em manifestação no Rio de Janeiro a favor de Lula (“Lula Livre”) e contra Michel Temer.

Possível comparsa — A polícia prendeu um segundo homem, suspeito de participar do atentado contra Jair Bolsonaro (PSL) na quinta-feira (06.set.2018), em Juiz de Fora. A informação foi confirmada pelo superintendente da Polícia Judiciária, Carlos Capistrano.
Mais cedo, Capistrano já havia antecipado que a Polícia Civil de Minas Gerais investigava a participação de uma segunda pessoa. “Há informação de um segundo suspeito”, disse no início da noite.
Segundo Capistrano, o segundo suspeito foi abordado “logo após o incidente”. “Cabe à Polícia Federal e à Polícia Civil esse levantamento, e verificar se realmente ele é parceiro do autor, que já está sendo autuado por tentativa de homicídio”, completou.








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