Iranianos organizam concurso de charges 

sobre o Holocausto

Evento é uma resposta à publicação de caricaturas de Maomé no semanário francês ‘Charlie Hebdo’

Obra do artista marroquino Abdellah Derkaoui, vencedora do primeiro
concurso de charges sobre o Holocausto, realizado em 2006.

Em resposta às polêmicas charges do profeta Maomé no semanário francês “Charlie Hebdo”, duas organizações iranianas anunciaram que irão realizar um concurso internacional de charges que terá como tema a negação do Holocausto.

O anúncio do Segundo Concurso Internacional de Charges sobre o Holocausto, patrocinado pela Casa dos Cartunistas Iranianos e o Complexo Cultural Sarcheshmeh foi feito pelo secretário do evento, Masud Shojaei-Tabatabaii, no domingo (1º.fev.2015) no jornal “Tehran Times”.

Shojaei-Tabatabaii, que também dirige a Casa dos Cartunistas Iranianos afirmou que os candidatos terão que enviar seus trabalhos até o dia 1º de abril. O vencedor receberá um prêmio de US$ 12 mil. Segundo e terceiro colocados receberão US$ 8 mil e US$ 5 mil respectivamente.

Um concurso semelhante já foi organizado após o jornal dinamarquês “Jyllands-Postens” publicar charges do profeta Maomé em 2005. Na ocasião, cartunistas foram instruídos a desenhar charges negando o Holocausto ou comparando-o ao sofrimento dos palestinos.

De acordo com os organizadores, o concurso tem como meta desafiar o que chamam de “dois pesos e duas medidas” com relação à liberdade de expressão no Ocidente.

— Por que é aceitável nos países ocidentais desenhar uma caricatura do profeta Maomé, mas assim que são levantadas questões ou dúvidas sobre o Holocausto, multas e prisões são aplicadas? — questionou Shojaei-Tabatabaii

No concurso vencedor, o artista marroquino Abdellah Derkaoui desenhou um guindaste israelense erguendo os muros do campo de contração de Auschwitz ao redor da mesquita de al-Aqsa em Jerusalém.

Os principais trabalhos serão expostos no Museu Palestino de Arte Contemporânea em Teerã e em diversos outros pontos da capital iraniana.