Graça Foster renuncia e nova diretoria da Petrobrás será eleita na sexta-feira
Informação consta em ofício da estatal à BM&FBovespa, que pediu explicações sobre notícias de mudanças no comando da empresa
A Petrobrás informou, em ofício encaminhado à
BM&FBovespa, que a presidente da estatal, Graça Foster, e outros
cinco diretores apresentaram pedidos de renúncia aos cargos. O documento
foi elaborado em resposta a pedido de esclarecimento sobre as notícias
em relação à substituição na presidência, da estatal, que geraram forte
alta das ações no pregão dessa terça-feira, 03.fev.2015. Ainda segundo o
ofício, a nova diretoria será eleita em reunião do Conselho de
Administração nesta sexta-feira, 06.fev.2015.
A expectativa de mudanças na troca do comando fez com que as ações
preferenciais da Petrobrás subissem 15,74%, a R$ 10, atingindo a maior
alta desde 15 de janeiro de 1999. As ações ordinárias tiveram alta de
14,23%, a R$ 9,79. A reação motivou o pedido de esclarecimentos da
BM&FBovespa e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A nota
enviada pela petrolífera não menciona o nome dos demais diretores que
pediram renúncia.
"Em resposta a esta solicitação, a Petrobrás informa que seu Conselho de
Administração se reunirá na próxima sexta-feira, dia 06.02.2015, para
eleger nova diretoria face à renúncia da presidente e de cinco
diretores", diz o texto. Além de Graça, outros seis diretores respondem
pelo comando da estatal. São eles: Almir Guilherme Barbassa (área
Financeira), José Alcides Santoro Martins (Gás e Energia), José Miranda
Formigli Filho (Exploração e Produção), José Carlos Cosenza
(Abastecimento), José Antônio de Figueiredo (Engenharia) e José Eduardo
de Barros Dutra (Serviços).
A mudança do comando da empresa foi acertada com a presidente Dilma
Rousseff, que comunicou a decisão a Graça em reunião realizada nessa
terça-feira (03.fev.2015), no Palácio do Planalto. A saída da presidente
da companhia está atrelada apenas à aprovação do balanço do terceiro
trimestre de 2014 da estatal, divulgado sem contabilizar as perdas
provocadas pelo esquema de corrupção investigado pela Operação Lava
Jato.
Com a formalização da renúncia, o governo terá menos de 48 horas para
anunciar os novos integrantes da diretoria da companhia. A expectativa é
que seja indicado um nome do mercado para substituir a executiva. Na
avaliação de Dilma, depois da Lava Jato, a companhia precisa de um nome
de peso para limpar sua imagem.
Na lista dos cotados para substituir Graça estão o ex-presidente do
Banco Central Henrique Meirelles, o ex-presidente da BR Distribuidora
Rodolfo Landim, que trabalhou com Eike Batista na OGX, e o ex-presidente
da Vale Roger Agnelli.
No encontro com Dilma, Graça deu demonstrações de que está esgotada. O
fogo amigo contra ela foi desencadeado com a decisão de não poupar mais o
ex-presidente da estatal José Sergio Gabrielli, amigo de Lula, dos
problemas da administração anterior.
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