Empresário gaúcho aparece em lista do HSBC na Suíça
As revistas “Época” e “IstoÉ Dinheiro”
divulgaram nas suas edições deste final de semana uma lista com os
nomes de 15 brasileiros que tinham contas na agência do HSBC em Genebra,
na Suíça, nos anos de 2006 e 2007.
A seleção dessas 15 pessoas foi feita pelo Coaf (Conselho de Controle de
Atividades Financeiras) e enviada à Receita Federal. Todas já haviam
sido objeto de alertas anteriores do Coaf, num sistema conhecido como
“red flag” (bandeira vermelha) que serve para chamar a atenção de
autoridades como o Banco Central, a Polícia Federal e o Ministério
Público Federal sobre indícios de crimes.
A “IstoÉ Dinheiro” cita um nome a mais que a “Época”, o de Evelyn Levy.
Segundo a revista, ela foi “secretária de gestão do Ministério do
Planejamento no final do governo FHC e depois ocupou cargos importantes
na primeira gestão de Geraldo Alckmin”. Segundo a revista, Levy tinha
US$ 404 mil depositados no HSBC da Suíça em 2006 e 2007.
Lírio Albino Parisotto |
Dentre os clientes do serviço de grandes fortunas do HSBC destacados
pelo Coaf, na lista de 15 brasileiros, está o empresário gaúcho e
megainvestidor Lírio Albino Parisotto, dono e diretor-presidente da
fabricante de plásticos Videolar; acionista de grandes companhias como
Usiminas, Eternit e Banco do Brasil; que figura na 601ª posição na lista
da revista Forbes das pessoas mais ricas do mundo.
Lírio Parisotto foi citado em relatórios da área de inteligência
financeira da receita. Entretanto, o próprio Coaf considerou que se
trata de pessoa com movimentações compatíveis com o seu perfil econômico
e, por conta disso, já aparecia em outros relatórios de forma
secundária.
Segundo a lista, Parisotto tinha US$ 57 milhões no HSBC em 2007. Em
princípio, ele não é fonte de preocupação das autoridades e não têm o
que esconder nesse caso – muitos nomes citados no SwissLeaks
são apenas pessoas muito ricas e com aplicações no exterior, o que não é
crime se o dinheiro for declarado à Receita e tiver origem legal. É o
caso do dono da Videolar. “Não tenho um centavo que não seja declarado”,
afirma Parisotto. “Minha declaração de renda é pública, está tudo na
Receita e no Banco Central.” Segundo ele, a conta no HSBC recebe o
pagamento de juros de aplicações pessoais em bônus externos e,
atualmente, o valor passa de US$ 100 milhões.
A relação submetida ao Coaf tem cerca de 340 pessoas, consta nomes de
banqueiros, executivos do mercado financeiro, industriais, arquitetos,
médicos, designers de joias, esportistas e “donas de casa” (uma delas
está entre as mulheres mais ricas do País). Segundo se apurou, algumas
dessas pessoas já faleceram. Há casos de famílias que enviaram dinheiro
limpo para fora na época da hiperinflação e dos planos econômicos e,
hoje, esperam por uma anistia para repatriar os recursos.
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