domingo, 1 de março de 2015


Empresário gaúcho aparece em lista do HSBC na Suíça


As revistas “Época” e “IstoÉ Dinheiro” divulgaram nas suas edições deste final de semana uma lista com os nomes de 15 brasileiros que tinham contas na agência do HSBC em Genebra, na Suíça, nos anos de 2006 e 2007.
A seleção dessas 15 pessoas foi feita pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) e enviada à Receita Federal. Todas já haviam sido objeto de alertas anteriores do Coaf, num sistema conhecido como “red flag” (bandeira vermelha) que serve para chamar a atenção de autoridades como o Banco Central, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal sobre indícios de crimes.
A “IstoÉ Dinheiro” cita um nome a mais que a “Época”, o de Evelyn Levy. Segundo a revista, ela foi “secretária de gestão do Ministério do Planejamento no final do governo FHC e depois ocupou cargos importantes na primeira gestão de Geraldo Alckmin”. Segundo a revista, Levy tinha US$ 404 mil depositados no HSBC da Suíça em 2006 e 2007.

Lírio Albino Parisotto
Dentre os clientes do serviço de grandes fortunas do HSBC destacados pelo Coaf, na lista de 15 brasileiros, está o empresário gaúcho e megainvestidor Lírio Albino Parisotto, dono e diretor-presidente da fabricante de plásticos Videolar; acionista de grandes companhias como Usiminas, Eternit e Banco do Brasil; que figura na 601ª posição na lista da revista Forbes das pessoas mais ricas do mundo.
Lírio Parisotto foi citado em relatórios da área de inteligência financeira da receita. Entretanto, o próprio Coaf considerou que se trata de pessoa com movimentações compatíveis com o seu perfil econômico e, por conta disso, já aparecia em outros relatórios de forma secundária.
Segundo a lista, Parisotto tinha US$ 57 milhões no HSBC em 2007. Em princípio, ele não é fonte de preocupação das autoridades e não têm o que esconder nesse caso – muitos nomes citados no SwissLeaks são apenas pessoas muito ricas e com aplicações no exterior, o que não é crime se o dinheiro for declarado à Receita e tiver origem legal. É o caso do dono da Videolar. “Não tenho um centavo que não seja declarado”, afirma Parisotto. “Minha declaração de renda é pública, está tudo na Receita e no Banco Central.” Segundo ele, a conta no HSBC recebe o pagamento de juros de aplicações pessoais em bônus externos e, atualmente, o valor passa de US$ 100 milhões.

A relação submetida ao Coaf tem cerca de 340 pessoas, consta nomes de banqueiros, executivos do mercado financeiro, industriais, arquitetos, médicos, designers de joias, esportistas e “donas de casa” (uma delas está entre as mulheres mais ricas do País). Segundo se apurou, algumas dessas pessoas já faleceram. Há casos de famílias que enviaram dinheiro limpo para fora na época da hiperinflação e dos planos econômicos e, hoje, esperam por uma anistia para repatriar os recursos.




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