Doleiro liga Dilma e Lula
à Petrobras, diz "Veja".
Segundo reportagem de capa da revista "Veja", o doleiro Alberto Youssef
disse em depoimento à Polícia Federal e ao Ministério Público em
Curitiba que a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva, ambos do PT, "sabiam de tudo" sobre o esquema de
corrupção na Petrobras.
De acordo com a revista o doleiro, que assinou um acordo de delação
premiada para conseguir redução de pena, foi questionado sobre o nível
de comprometimento de autoridades no esquema. "O Planalto sabia de
tudo!", teria dito. O delegado então perguntou a quem ele se referia:
"Lula e Dilma", foi a reposta de Youssef.
Dilma disse que a publicação fez "terrorismo eleitoral", e que
"responderá na Justiça" pelo que ela classifica como sendo um "crime".
Já Lula disse que "não lê" a revista. "Eu não acho nada. O problema da
'Veja' é que só ela que fala", afirmou.
Segundo o texto, nenhuma prova destes fatos foi apresentada, já que
nesta etapa do processo o objetivo das autoridades é verificar o grau de
conhecimento do acusado com relação às irregularidades.
Na reportagem, "Veja" diz que um advogado de Youssef estava presente,
mas não cita seu nome. Antonio Figueiredo Basto, que representa o
doleiro no processo, confirmou que seu cliente prestou depoimento à PF
na terça-feira (21.out.2014), mas afirmou não ter conhecimento da
denúncia citada pela revista.
Basto diz ainda que "nunca ouvi nada que confirmasse isso [o
envolvimento de Lula e Dilma]. Estou surpreso", e que "não nego nem
confirmo se esse depoimento é verdadeiro, se essa informação foi dada ou
não e se sim, em quais circunstâncias".
O doleiro, que está preso em Curitiba desde março, é acusado de ser um
dos articuladores de um esquema de corrupção na estatal que teria
desviado cerca de R$ 10 bilhões desde 2006 em contratos com diversas
construtoras.
Esta não seria a primeira vez que o doleiro cita Lula em um depoimento. À
Justiça Federal no começo do mês, Youssef afirmou que o ex-diretor de
Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa foi empossado no cargo,
em 2004, após o então presidente Lula ceder à pressão de "agentes
políticos" ligados ao esquema.
"Na época o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ficou louco, teve que
ceder e realmente empossar o Paulo Roberto Costa", disse o doleiro.
O líder da bancada do PT na Câmara à época da nomeação de Costa ao cargo
de diretor de distribuição da Petrobras, o deputado Arlindo Chinaglia
(SP) afirmou que o doleiro mentiu.
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