Vai ter um filho? Veja os gastos da gestação à vida adulta
Aprenda a calcular as despesas essenciais
em cada fase da vida de
seu filho.
Educação pesa por volta de 40% das despesas.
O casal que espera a chegada de um filho pode não saber que, nos
próximos 21 anos, terá de desembolsar entre R$ 200 mil e R$ 1
milhão, dependendo de sua condição econômica e disposição para
investir no futuro herdeiro. O cálculo leva em conta gastos básicos
com alimentação, educação, saúde e lazer.
Na hora de fazer as contas, é preciso levar em consideração as
despesas essenciais, os gastos dispensáveis e, no longo prazo, a
necessidade de uma poupança. O ideal é que o custo do filho não
ultrapasse 30% da renda média líquida do casal. Do contrário, o
padrão de vida pode mudar drasticamente.
Com planejamento, é possível fazer um cálculo aproximado das
despesas com o filho em cada fase da vida, da gestação à vida
adulta. Entram na conta, ainda, os gastos não previstos, como festas
de aniversário e passeios. E, se o orçamento apertar, há duas
alternativas: fazer dívidas ou rever prioridades com o supérfluo.
DA GESTAÇÃO AOS CINCO ANOS DE IDADE
Confirmada a gravidez, surgem os primeiros gastos. O casal começa a
pensar na decoração do quarto e na compra de roupas, fraldas e itens
de higiene. O chá de bebê é a primeira chance para economizar. Os
presentes devem ser calculados conforme a quantidade necessária.
Exames de pré-natal costumam ir além do ultrassom. Mesmo que o casal
já pague plano de saúde, os hospitais oferecem serviços adicionais,
como coleta de sangue do cordão umbilical e exame de audição do
bebê. Um DVD para entreter os pais, com o ultrassom em 3D do feto,
pode custar até R$ 450.
Mas é quando a criança nasce que as despesas pode ir além do
planejado. Os pais nunca se lembram da festa de aniversário, que
pode ter bufê e palhaço, e das festas de amiguinhos, que demandam a
compra de presentes. Tais gastos podem ser compensados com uma
reserva financeira. Se as despesas imprevistas não couberem no
bolso, o melhor é optar por alternativas mais baratas, como fazer a
festa em casa.
Brinquedos não precisam ser caros. O importante é que sejam
estimulantes. Outra forma de economizar é com as vacinas, que são
encontradas na rede pública com facilidade. Comprar muitas roupas é
desnecessário, porque o bebê cresce rápido e elas são descartadas.
Da mesma forma, há gastos importantes e, quase sempre, esquecidos.
Itens de segurança, como telas de proteção para janela, protetores
de tomada e travas de gaveta devem entrar na conta.
Gastos essenciais: Berço, fraldas, roupas, carrinho, exames
pré-natal, obstetra, pediatra, remédios, vacinas, mobília do quarto,
itens de segurança na casa.
Gastos opcionais: festa em bufê, decoração, babá eletrônica, coleta
de sangue do cordão umbilical, presentes de aniversário, brinquedos.
DOS CINCO AOS 10 ANOS DE IDADE
Nesta fase, a criança passa a ter desejos materiais mais concretos.
A geração atual é educada digitalmente e conhece os aparelhos
eletrônicos. Também gosta de copiar os amigos, como os que viajam à
Disney. Há uma pressão social entre os pais. Eles gostam de mostrar
o que oferecem aos filhos. Outro investimento que pesa são os cursos
extracurriculares, como de idiomas ou esportes.
Quando as vontades do filho elevam os custos os pais fazem
malabarismos, contraem dívidas ou trabalham mais. Em vez de atender
aos impulsos de consumo da criança, o pai pode fazer uma “faxina
financeira” em casa, derrubando gastos em excesso.
Com reuniões familiares, ele deve criar na criança um desejo de
realização. Se ela quer um videogame, deve saber quanto precisa
economizar de água, luz e telefone para comprar o aparelho. Assim,
introduz a ideia de que toda realização exige um sacrifício.
Gastos essenciais: escola, material escolar, uniforme, saúde,
alimentação, roupas, transporte escolar.
Gastos opcionais: aparelhos eletrônicos (videogames, celulares,
tablets), viagens, cursos livres (idiomas e esportes, por exemplo).
DOS 10 AOS 15 ANOS DE IDADE
Perto da adolescência, os custos com educação pesam em cerca de 40%
dos gastos totais. Ao desembolsar mais com escola, há oportunidade
de reduzir outros gastos. As despesas com telefonia diminuem quando
o jovem passa mais tempo nos meios digitais, com sistemas Wi-Fi. Por
outro lado, a forte ligação do adolescente com computadores e
celulares exige que os pais contratem serviços de internet, conexão
3G, e façam planos de telefonia móveis, pré ou pós pagos.
Lazer e entretenimento também engordam as despesas nesta faixa
etária. Nos casos de gastos supérfluos, os pais podem dar ao filho
uma mesada e passar a ele a responsabilidade de custear a diversão.
Se ele gastar tudo antes do fim do mês, fica sem o lazer. Daí, ele
conhece o valor de poupar. A poupança terá um mecanismo educador e
também de segurança para planos futuros.
Viagens ao exterior podem ser reduzidas para custear o essencial, no
caso de aperto financeiro entre as classes A e B. O plano de um
intercâmbio no exterior pode ser postergado por um ou mais anos.
Gastos essenciais: escola, material escolar, alimentação, transporte
escolar, vestuário, internet, aparelhos eletrônicos.
Gastos opcionais: entretenimento (cinema, festas, passeios),
viagens de imersão, cursos extra- curriculares, acessórios, mesada,
conta de telefonia móvel, festa de debutante.
A PARTIR DOS 15 ANOS
Com mesada ou até poupança no banco, o adolescente passa a escolher
uma carreira. Pais que interferem nesta escolha podem pagar caro.
Obrigá-lo a seguir uma profissão porque dá mais dinheiro pode criar
frustração. Há um risco maior de abandonar a faculdade e iniciar
outra. Aí, o desembolso também aumenta.
Pais com boa condição financeira devem avaliar a possibilidade de um
intercâmbio no exterior. Este investimento abre muitas portas. Criar
uma poupança com anos de antecedência é uma saída para famílias com
este sonho, porém menos abastadas.
Quando o filho completa 18 anos, muitos pais querem presenteá-lo com
um carro. Neste caso, é bom planejar a compra com antecedência, em
vez de fazer um longo financiamento. A dica é você investir R$ 100
por mês desde o nascimento do seu filho, com renda de 10% ao ano,
terá poupado R$ 57.670 em 18 anos.
Durante a faculdade, o jovem tem o estágio como oportunidade de
renda e aprendizado. É essencial nesta fase e pode ser um trampolim
profissional. Se o jovem chegar à formatura sem experiência, pode
ter dificuldade em conseguir trabalho. Daí, é provável que o pai
tenha que custear uma pós-graduação.
Entre as famílias com renda mais baixa, o adolescente costuma
perceber a necessidade de trabalhar para ajudar nas despesas de
casa. Para este público, há programas de aprendiz nas escolas
públicas para jovens da classes D, que garantem renda e aprendizado
precoces.
Há ainda o jovem que, mesmo trabalhando, permanece na casa dos pais
– alguns até depois dos 30 anos. Para que ele conquiste a
independência financeira mais cedo, os pais também podem ajudar. É
possível criar um plano B para o filho desde cedo, um projeto de
vida, como economizar para comprar o próprio imóvel.
Gastos essenciais: faculdade, pós-graduação, transporte,
alimentação, roupas.
Gastos opcionais: intercâmbio no exterior, carro, entretenimento
(baladas, cinema, shows).
Quanto custa um filho
Gastos totais de uma família com renda mensal de R$ 4 mil (valores
em R$)