sexta-feira, 12 de outubro de 2018



A proposta de “frente democrática” do PT






Jaques Wagner, eleito senador pela Bahia, incorporou-se à coordenação política da campanha de Haddad. Articula a formação do que chama de “frente democrática”. Disse que o PT “não precisa convidar ninguém” para se integrar à tal frente. Acha que a conjuntura pede adesões voluntárias.

O grão-petista Jaques Wagner insinua que todos os atores políticos comprometidos com a democracia têm a obrigação de aderir voluntariamente à “frente democrática” pró-Haddad. A formulação de Jaques Wagner é tola e desonesta.
Flerta com a tolice porque carrega nas entrelinhas a mensagem segundo a qual o PT faz ao país o favor de liderar uma cruzada anti-Bolsonaro. Roça a desonestidade porque Wagner bem sabe que seu partido tornou-se um pedaço do problema, não da solução.

As coisas seriam mais simples se pessoas como Lula, Wagner e Haddad admitissem que o PT operou como caixa registradora de propinas e que a cúpula partidária foi parar na cadeia porque cometeu crimes como corrupção e lavagem de dinheiro.
Além de engordar patrimônios individuais, o mensalão e o petrolão não foram senão atentados contra a democracia, mecanismos de compra de apoio congressual com verbas surrupiadas do Estado.

Com um pano de fundo assim, tão enodoado, a formação de uma frente anti-Bolsonaro encabeçada por Haddad seria vista como uma tentativa de enxaguar a roupa suja do petismo. Salvar-se-ia não a democracia, mas o PT. O petismo parece não ter percebido o que está se passando. Bolsonaro só chegou à antessala do gabinete presidencial porque representa os interesses da maior força política existente hoje no Brasil: o antipetismo.

A teoria da conspiração contra Lula, a “alma mais honesta desse país”, sempre desrespeitou a democracia e as instituições.
Os petistas têm dificuldades em fazer autocrítica e reconhecer seus crimes. Preferem classificá-los de “erros”, eufemismo para roubalheira.




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