Os envolvidos no esquema de corrupção na Petrobras |
terça-feira, 28 de outubro de 2014
Doleiro liga Dilma e Lula
à Petrobras, diz "Veja".
Segundo reportagem de capa da revista "Veja", o doleiro Alberto Youssef
disse em depoimento à Polícia Federal e ao Ministério Público em
Curitiba que a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva, ambos do PT, "sabiam de tudo" sobre o esquema de
corrupção na Petrobras.
De acordo com a revista o doleiro, que assinou um acordo de delação
premiada para conseguir redução de pena, foi questionado sobre o nível
de comprometimento de autoridades no esquema. "O Planalto sabia de
tudo!", teria dito. O delegado então perguntou a quem ele se referia:
"Lula e Dilma", foi a reposta de Youssef.
Dilma disse que a publicação fez "terrorismo eleitoral", e que
"responderá na Justiça" pelo que ela classifica como sendo um "crime".
Já Lula disse que "não lê" a revista. "Eu não acho nada. O problema da
'Veja' é que só ela que fala", afirmou.
Segundo o texto, nenhuma prova destes fatos foi apresentada, já que
nesta etapa do processo o objetivo das autoridades é verificar o grau de
conhecimento do acusado com relação às irregularidades.
Na reportagem, "Veja" diz que um advogado de Youssef estava presente,
mas não cita seu nome. Antonio Figueiredo Basto, que representa o
doleiro no processo, confirmou que seu cliente prestou depoimento à PF
na terça-feira (21.out.2014), mas afirmou não ter conhecimento da
denúncia citada pela revista.
Basto diz ainda que "nunca ouvi nada que confirmasse isso [o
envolvimento de Lula e Dilma]. Estou surpreso", e que "não nego nem
confirmo se esse depoimento é verdadeiro, se essa informação foi dada ou
não e se sim, em quais circunstâncias".
O doleiro, que está preso em Curitiba desde março, é acusado de ser um
dos articuladores de um esquema de corrupção na estatal que teria
desviado cerca de R$ 10 bilhões desde 2006 em contratos com diversas
construtoras.
Esta não seria a primeira vez que o doleiro cita Lula em um depoimento. À
Justiça Federal no começo do mês, Youssef afirmou que o ex-diretor de
Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa foi empossado no cargo,
em 2004, após o então presidente Lula ceder à pressão de "agentes
políticos" ligados ao esquema.
"Na época o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ficou louco, teve que
ceder e realmente empossar o Paulo Roberto Costa", disse o doleiro.
O líder da bancada do PT na Câmara à época da nomeação de Costa ao cargo
de diretor de distribuição da Petrobras, o deputado Arlindo Chinaglia
(SP) afirmou que o doleiro mentiu.
quinta-feira, 23 de outubro de 2014
Polícia investiga se PT gaúcho usou recursos do Pronaf em eleições
Inquérito da PF levanta indícios de empréstimos a uma associação eram desviados para vereadores petistas
Há indícios de que recursos teriam sido usados na campanha do deputado federal Elvino Bohn Gass (PT-RS)
Há indícios de que recursos teriam sido usados na campanha do deputado federal Elvino Bohn Gass (PT-RS)
Wilson Rabuske Vereador do PT em Santa Cruz |
Interceptações telefônicas feitas pela Polícia Federal com ordem
judicial levantaram indícios de que dinheiro desviado do Pronaf, o
programa de incentivo à agricultura familiar, foi usado em campanhas
eleitorais do PT no Rio Grande do Sul.
A investigação, denominada Operação Colono, resultou em inquérito que
passou a tramitar no Supremo Tribunal Federal por ter indícios do
suposto envolvimento do deputado federal reeleito em 2014 Elvino Bohn
Gass (PT-RS), que tem foro privilegiado.
O inquérito revela que dinheiro liberado na forma de empréstimos do
Pronaf contraídos no Banco do Brasil em nome de produtores rurais entrou
nas contas de uma associação de Santa Cruz do Sul (RS), a Aspac, e de
lá seguiu para contas pessoais de dirigentes e ex-dirigentes da
entidade. Em seguida houve saques em espécie e transferências para
outras contas.
A suspeita de fraude começou a ser investigada porque produtores rurais
procuraram a PF e o Ministério Público para dizer que não haviam
autorizado os empréstimos em seus nomes e que tinham assinado papéis em
branco que ficaram na associação.
A PF quebrou o sigilo de 107 contas bancárias e concluiu que a
associação recebeu em créditos, repassados por 26 mil depósitos, um
total de R$ 104 milhões de 2006 a 2012. Desse volume, R$ 85 milhões
vieram do Pronaf.
Laudos da PF mostram que dirigentes e familiares recebiam recursos da
associação em suas contas bancárias pessoais. O vereador Wilson Rabuske
(PT-RS), segundo o laudo, recebeu R$ 700 mil, e sua mulher, R$ 324 mil.
Outro ex-candidato a vereador pelo PT recebeu R$ 126 mil.
Conforme informações da Receita à PF, o casal Rabuske anotou uma
diferença de R$ 2,15 milhões entre o que foi declarado ao fisco como
renda entre 2007 e 2011 e o valor que entrou em suas contas.
A PF interceptou 13 aparelhos telefônicos, incluindo os de Rabuske. Numa
das conversas, um homem que a PF identifica como sendo representante da
Aspac disse a um produtor rural que a entidade tinha dificuldades para
cobrir dívidas que atingiam R$ 1 milhão. Mas que políticos estavam
ajudando na arrecadação de dinheiro. Segundo a interceptação, havia um
motivo para esse esforço.
"Muito dinheiro foi pra campanha do Wilson [Rabuske] e pra campanha do
Bohn Gass. [...] E essa dívida que existe está muito ligada a isso",
disse ele. Na mesma conversa, o homem da Aspac disse como Bohn Gass
agiria para quitar dívidas com o BB. "Vai ser uma espécie de caixa dois,
mas [Gass] é o cara que vai ajudar a resolver isso."
Em outra gravação, Bohn Gass teve uma conversa interceptada, ao
telefonar para Rabuske. Ele contou que atuava junto ao então ministro do
Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas (PT), para conseguir decretos que
permitissem renegociação de dívidas de produtores. Ele agradeceu a
Rabuske "pela parceria".
Em 2007, o ministério havia repassado R$ 642 mil à mesma associação para "palestras" e "visitas técnicas".
Ao enviar o caso ao STF, a juíza Karine da Silva Cordeiro disse que o
relatório indicava de forma clara e consistente suposto envolvimento de
Bohn Gass com o grupo.
Outro lado
Deputado investigado pela PF quer ter acesso aos documentos da apuração
O deputado federal reeleito Elvino Bohn Gass (PT) – investigado por usar
dinheiro desviado do Pronaf na campanha eleitoral –, informou que
"confia na Justiça" e que ainda não teve acesso ao inquérito que
investigou as fraudes contra o Pronaf. Ele protocolou no STF pedido de
acesso aos documentos.
Interceptações telefônicas feitas pela Polícia Federal com ordem
judicial levantaram indícios de que dinheiro desviado do programa, que
dá incentivos à agricultura familiar, foi usado em campanhas eleitorais
do PT no Rio Grande do Sul. A investigação, denominada Operação Colono,
resultou em inquérito que passou a tramitar no Supremo Tribunal Federal,
já que Bohn Gass tem foro privilegiado.
"Não tive acesso às informações oficiais. Confio que a Justiça será
feita. Estranha-me a coincidência com o momento eleitoral. Não devo,
portanto, não temo", disse.
"Não tenho conhecimento de nada, não fui intimado. A princípio, tudo o
que eu sei é pela imprensa", disse o vereador de Santa Cruz do Sul (RS),
Wilson Rabuske (PT).
O vereador contou que "desde abril" está tentando ter acesso aos autos,
sem sucesso. "Já fiz petições às autoridades e até o momento não sei do
que estão acusando a Aspac". Por isso deixou de comentar a investigação.
O presidente da Aspac atendeu o seu celular, mas disse que havia
problemas na ligação, que caiu. Em seguida, seu telefone não atendeu
mais às chamadas. Ninguém na Aspac atendeu aos telefonemas na
terça-feira (21.out.2014).
A coordenação do Movimento de Pequenos Agricultores em Brasília "nega
qualquer envolvimento com qualquer tipo de irregularidade".
PS: Escândalo com Pronaf já produziu pelo menos um suicídio em Santa Cruz do Sul: Um
dos 6 mil agricultores lesados nos casos dos empréstimos falsos obtidos
por líderes petistas gaúchos junto ao Pronaf acabou se suicidando.
quarta-feira, 22 de outubro de 2014
Laranja de Youssef cita
ex-presidente do PSDB e outro tucano ‘padrinho político’
Leonardo Meirelles, testa de ferro
do laboratório Labogen, afirma que doleiro da Lava Jato
trabalhava para Sérgio Guerra e para PSDB
O laranja de Alberto Youssef nas indústrias Labogen – que lavava
dinheiro via importações fictícias – Leonardo Meirelles reforçou as
suspeitas de que o ex-presidente nacional do PSDB senador Sérgio
Guerra (PE), morto em março deste ano, teria recebido propina do
esquema corrupção e propina alvos da Operação Lava Jato.
Ao ser questionado sobre o trecho da delação premiada vazado pela
imprensa que cita o envolvimento do ex-presidente do PSDB, em
audiência na 13.ª Vara Criminal Federal em Curitiba (PR), ele
apontou o suposto envolvimento de Youssef com outro tucano “padrinho
político do passado” e “conterrâneo” no Paraná – o doleiro é de
Londrina, interior do Paraná.
“Em uma das ocasiões eu estava na sala (de Youssef), teve um contato
telefônico do Alberto Youssef quando do qual surgiu o nome (Sérgio
Guerra) faltava um ajuste, alguém estava não reclamando, estava
atribuindo alguma coisa que não estava acontecendo, que não estava
caminhando em virtude do que tinha uma coisa do passado que estava
parado. Aí surgiu o nome (Guerra)”, afirmou Meirelles ao ser
perguntado pela defesa sobre o envolvimento de outros partidos com o
doleiro.
OUÇA O DEPOIMENTO DE LEONARDO MEIRELLES
QUE CITA O PSDB (A PARTIR DE 21 MIN)
QUE CITA O PSDB (A PARTIR DE 21 MIN)
O nome do ex-presidente nacional do PSDB foi citado pela primeira
vez pelo ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa, em sua delação
premiada. Ele afirmou que foi procurado pelo senador tucano em 2009
e foi extorquido em R$ 10 milhões. Em troca, ele atuaria para abafar
a CPI da Petrobrás, aberta em junho daquele ano.
Guerra ocupava uma das três cadeiras da oposição, na comissão
composta por 11. Presidida pelo senador Romero Jucá, a comissão
apurava entre outras irregularidades as supostas fraudes na obra da
Abreu e Lima.
Segundo o delator, o dinheiro foi efetivamente pago em 2010 pela
construtora Queiróz Galvão – contratada da Petrobrás – para um
emissário do grupo. Tanto a empresa como o PSDB negam o esquema.
‘Muito maior’
Ao ser indagado se Alberto Youssef trabalhava para outros partidos
políticos, além do PT, PMDB e PP, Meirelles declarou: “Sim, acredito
eu que o PSDB e, eventualmente, algum padrinho político do passado e
provável conterrâneo da região do senhor Alberto (Youssef)”,
declarou.
Meirelles disse ainda que Youssef é o “malfeitor, o mentor da
organização criminosa”. “As pessoas o procuravam para ele criar de
alguma maneira os meios e os caminhos”, afirmou. “O que está
mensurado nos contratos é o que é crível, o que é perceptível, na
verdade o volume de movimentação em espécie de outras moedas sempre
foi muito maior que isso”, continou o laranja.
Ao ser indagado se Alberto Youssef trabalhava para outros partidos
políticos, além do PT, PMDB e PP, Meirelles declarou: “Sim, acredito
eu que o PSDB e, eventualmente, algum padrinho político do passado e
provável conterrâneo da região do senhor Alberto (Youssef)”,
declarou.
Meirelles disse ainda que Youssef é o “malfeitor, o mentor da
organização criminosa”. “As pessoas o procuravam para ele criar de
alguma maneira os meios e os caminhos”, afirmou. “O que está
mensurado nos contratos é o que é crível, o que é perceptível, na
verdade o volume de movimentação em espécie de outras moedas sempre
foi muito maior que isso”, continou o laranja.
Ao final, ele revelou ainda o “fluxo de políticos” no escritório de
Youssef em São Paulo, localizado à Avenida São Gabriel, no Itaim.
Indagado sobre qual era o nível de influência e poder político de
Youssef no governo federal, ele declarou. “Tinha um fluxo grande de
políticos do PP, ele (Youssef) mesmo dizia que na ocasião o partido
tinha uma grande soma, uma grande quantia em aberto com ele, acho
que saldo de financiamento de campanha de 2010.”
Defesa
O advogado de Youssef, Antonio Figueiredo Basto, repudiou as
afirmações e disse que Meirelles vai ter que provar o que diz, em
relação ao suposto elo do doleiro com o PSDB. O partido nega as
acusações.
Advogado de doleiro acusa
‘interesse eleitoral’ e ‘influência estranha’ na Lava Jato
Figueiredo Basto, defensor de
Youssef, repudia acusações de laranja de envolvimento com PSDB
e diz que exigirá provas
O advogado do doleiro Alberto Youssef, Antônio Figueiredo Basto, disse na terça-feira, 21.out.2014, que vai acionar o Ministério Público Federal (MPF) para investigar “influência estranha” e “interesse eleitoral” no processo da Operação Lava Jato que trata dos supostos desvios de recursos e pagamento de propina a políticos e partidos envolvendo a Petrobrás.
O advogado do doleiro Alberto Youssef, Antônio Figueiredo Basto, disse na terça-feira, 21.out.2014, que vai acionar o Ministério Público Federal (MPF) para investigar “influência estranha” e “interesse eleitoral” no processo da Operação Lava Jato que trata dos supostos desvios de recursos e pagamento de propina a políticos e partidos envolvendo a Petrobrás.
A reação de Basto, veterano criminalista estabelecido em Curitiba
(PR), veio após o depoimento na segunda-feira, 20.out.2014, de
Leonardo Meirelles, “testa de ferro” do doleiro Alberto Youssef nas
fábricas de medicamentos Labogen. Meirelles reforçou as suspeitas de
envolvimento com o esquema de propinas do ex-presidente nacional do
PSDB, entre os anos de 2009 e 2010, senador Sérgio Guerra (PE) –
morto em março deste ano.
“Acho estranho que ele (Meirelles) foi interrogado antes nos autos
da Labogen (outro processo da Lava Jato, em fase final), teve
oportunidade de falar, não falou e agora quer vincular o PSDB”,
argumenta Figueiredo Basto. “É um fato gravíssimo e vou tomar
medidas junto ao Ministério Público Federal para investigar o que
está acontecendo nesse processo.”
“Eu tenho convicção que tem influência estranha nesse processo, de
terceiro, que tem interesse eleitoral em usar essa instrução”,
avalia o criminalista. “Estou afirmando isso”, criticou o advogado.
“Vou acionar judicialmente (Meirelles) pelas declarações.”
Figueiredo Basto disse que “desafia” Leonardo Meirelles a provar a
relação de Youssef com o PSDB. “Se ele não provar, vou
responsabiliza-lo criminalmente por esse fato.”
O criminalista destaca que no dia 25 de março – oito dias depois da
deflagração da Lava Jato -, Meirelles afirmou à Polícia Federal que
conheceu Youssef em 2012.”Ou seja, em 2009, época da CPI da
Petrobrás, ele (Meirelles) não conhecia o Beto (Alberto Youssef).
Ele disse isso para o delegado da Polícia Federal e assinou embaixo.
Afirmou que conheceu o Beto em 2012 e que em 2013 o Beto assumiu o
Labogen. As datas não batem. A CPI era em 2009. Ou ele mentiu na
polícia ou mentiu no interrogatório na Justiça Federal. Isso sugere
uma manipulação política.”
Figueiredo Basto afirmou não ser a primeira vez que Meirelles aponta
algo sem provas. “Não é a primeira fez que ele fala um fato e não
prova. Alegou que meu cliente tinha assinado um documento e a
perícia não provou isso”, afirmou, referindo-se a cadernos de
anotações pessoais de Meirelles, os quais foram submetidos a uma
perícia que não confirmou registros de autoria do doleiro.
Meirelles prestou depoimento na segunda-feira, 20.out.2014, nos
autos do processo sobre superfaturamento nas obras da Refinaria
Abreu e Lima, em Pernambuco.
Meirelles apresentou sua versão sobre o envolvimento de outros
partidos políticos, ao ser perguntado por seu advogado. Além de
citar o PSDB, ele nominou Sérgio Guerra. Ele apontou, ainda, outro
tucano “padrinho antigo, conterrâneo” de Youssef, em Londrina (PR).
OUÇA A PRIMEIRA PARTE DO DEPOIMENTO
DE LEONARDO MEIRELLES
DE LEONARDO MEIRELLES
OUÇA A ÚLTIMA PARTE DO DEPOIMENTO
DE LEONARDO MEIRELLES À JUSTIÇA FEDERAL
DE LEONARDO MEIRELLES À JUSTIÇA FEDERAL
Acidificação de oceanos poderá causar prejuízo anual de US$ 1
trilhão
Problema afetará recifes de corais, segundo relatório lançado pelo
Pnuma e pela Convenção sobre a Diversidade Biológica
Indústria de recreação ligada ao turismo e mergulho depende dos
corais, assim como a pesca artesanal em várias partes do mundo |
Os impactos da acidificação dos oceanos poderão causar um prejuízo
anual de mais de US$ 1 trilhão para a economia mundial até 2100. A
conclusão é de um novo relatório internacional lançado pelo Programa
das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e pela Convenção
sobre Diversidade Biológica (CBD, na sigla em inglês). O documento
foi um dos resultados da 12ª Conferência das Partes (COP 12) da CBD,
realizada na semana passada em Pyeongchang, na Coreia do Sul, com a
participação de 194 países.
De acordo com um dos autores do estudo, Sebastian Hennige, da
Universidade Heriot Watt University (Escócia), o prejuízo anual de
US$ 1 trilhão até o fim do século teve base na perda prevista de
serviços fornecidos pelos recifes de corais - que envolvem turismo,
proteção costeira e abastecimento alimentar.
"A acidificação da água marinha afeta a calcificação dos corais,
interferindo em seu metabolismo. Uma imensa indústria de recreação
ligada ao turismo e mergulho depende dos corais, assim como a pesca
artesanal em várias partes do mundo. Os recifes de corais têm sido
chamados de 'Amazônias do mar', por causa de imensa quantidade de
espécies que eles mantêm", disse Hennige. De acordo com o estudo, os
recifes de coral têm papel fundamental para a subsistência de cerca
de 400 milhões de pessoas.
Além do turismo e pesca, segundo Hennige, os corais fornecem outros
serviços importantes, como a proteção dos litorais, a ciclagem de
nutrientes e a absorção de carbono. "O valor desses serviços já é
mais difícil de quantificar, assim como a importância cultural dos
corais em vários países". declarou.
Segundo ele, para proteger os recifes de corais e a economia ligada
a eles, a única solução real é uma ação global para reduzir os
impactos da acidificação dos oceanos. "Não há outro caminho. É
preciso reduzir a quantidade de dióxido de carbono que está sendo
lançada no oceano.
Quando aumenta a quantidade de carbono na atmosfera - como no
crescimento recorde registrado em 2013 - o pH das águas diminui,
segundo Hennige. "Essa resposta química é inevitável. O que tem sido
questionado é o quanto o processo afeta a vida marinha. Há 10 anos,
poucos pesquisadores estavam estudando os impactos da acidificação
do oceano. Mas desde então mais de mil estudos foram publicados e
agora está claro que muitas espécies marinhas sofrerão com uma alta
taxa de CO2 na atmosfera, com grandes impactos econômicos", afirmou.
Se não forem tomadas medidas de mitigação das emissões de dióxido de
carbono, segundo Hennige, há risco de que o habitat dos corais
literalmente se dissolva. "Os corais crescem sobre estruturas feitas
por seus ancestrais mortos. Essas estruturas ficarão sujeitas à
erosão química em áreas muito grandes do oceano, se as mesmas
tendências forem mantidas", disse.
Para elaborar o relatório, a CBD reuniu uma equipe internacional de
30 especialistas, liderada por cientistas do Reino Unido. A
conclusão foi que a acidificação dos oceanos já está em andamento e
que o problema vai piorar, causando impactos generalizados nos
organismos e ecossistemas marinhos.
A Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 20), que será
realizada em novembro em Lima (Peru), será uma boa oportunidade para
dar atenção à questão, segundo outra autora do relatório, Carol
Turley, pesquisadora do Programa de Pesquisa em Acidificação do
Oceano do Reino Unido.
"O debate posterior ao Protocolo de Kioto teve pouca inclusão dos
temas ligados ao oceano e a questão da acidificação só foi incluída
no acordo como uma nota de rodapé. A conferência em Lima, na
magnífica costa do Pacífico, parece o lugar apropriado para colocar
o tema em pauta. Se o tema do oceano não for incorporado na
linguagem das negociações sobre o clima global, temo que ele será
sistematicamente ignorado", afirmou.
Segundo ela, os oceanos absorvem cerca de 90% do calor causado pelas
mudanças climáticas globais e cerca de 30% das emissões de CO2 da
atmosfera. "Os oceanos são realmente uma vítima não reconhecida do
CO2. E a importância deles para a sociedade é gigantesca, como
mostra o relatório da CBD.
Moody's rebaixa nota da Petrobrás e mantém perspectiva negativa
Agência diz que decisão reflete a alta alavancagem - relação entre
dívida e patrimônio - da empresa e a percepção de que ela só vai
diminuir depois de 2016
Com alto endividamento e cenário internacional desfavorável, a
Petrobrás teve sua avaliação de crédito rebaixada pela agência de
classificação de risco Moody’s. A agência atribuiu a decisão à uma
piora nos indicadores financeiros, pressionados pela desvalorização
cambial e pela “incapacidade” de repassar os custos e perdas
acumulada nos últimos três anos com a defasagem no preço dos
combustíveis.
A decisão reforça o temor da perda do grau de investimento da
companhia (nota considerada segura pelos investidores), além de
ampliar as críticas à gestão financeira da Petrobrás a cinco dias
das eleições.
A agência revisou a classificação de Baa1 para Baa2. Na escala da
Moody’s, assim como na da agência Fitch, são necessários mais dois
rebaixamentos para que a companhia perca o grau de investimento. Já
a nota concedida pela Standard&Poor’s a Petrobrás está no limite
do descredenciamento.
“Quando há alta alavancagem, resta pouca flexibilidade para lidar
com uma situação em que os indicadores são diferentes do planejado.
Quanto mais alavancagem, mais vulnerável fica a companhia”, diz a
analista da Moody’s, Nymia Almeida.
A alavancagem é medida pela relação entre o endividamento e a
geração de caixa da empresa. A estatal espera fechar o ano com um
nível de 44,7%, bem acima da meta estabelecida pelo conselho de
administração, de 35%. O patamar não é atingido desde o terceiro
trimestre de 2013. Em seu plano estratégico, divulgado em fevereiro,
a Petrobrás estima que o indicador iniciará uma trajetória de queda
a partir do próximo ano.
A Moody’s questiona as projeções e avalia que somente em 2017 haverá
melhora. “A alavancagem ainda vai piorar e demorar bastante até
reduzir. Não há um fato material que possa mudar nossa visão no
curto prazo”, indicou Nymia.
Governo
Em nota, a estatal informou que o rating, ainda grau de
investimento, é “embasado por sua larga base de reservas e
dominância na indústria do petróleo no Brasil”, destacando os
avanços de produção no pré-sal. A Petrobrás avaliou que a nota
considera um “suporte extraordinário do governo federal num cenário
de estresse”.
Fontes do conselho de administração dizem que o colegiado aguardava
essa posição. “Não significa que o conselho quisesse, é claro. Mas o
conselho estava de olho em um possível rebaixamento há muito tempo”,
afirmou Silvio Sinedino, representante dos funcionários.
Já outro conselheiro classifica a situação como “terrível” e avalia
que, diante da tensão eleitoral, a Petrobrás não deve alterar seu
plano estratégico até o resultado das urnas.
O Porquê
A Moody’s atribuiu o rebaixamento à “incapacidade de repassar os
custos relacionados aos derivados de petróleo importados, à
desvalorização da moeda local e ao agressivo programa de
investimentos”.
A queda na cotação do barril de petróleo, negociado a US$ 86, também
interferiu. A agência estima que a situação desfavorável pode ser
duradoura, em um patamar de US$ 70.
A agência negou relação com o calendário eleitoral. Mas as
incertezas do período pressionam ainda mais o câmbio, que interfere
em cerca de 70% da dívida da companhia. As pesquisas eleitorais
também influenciaram a queda de 6,9% nas ações preferenciais da
companhia no pregão de terça-feira, 21.out.2014.
A analista Karina Freitas, da Concórdia Corretora, classificou como
“atípico” o rebaixamento num período “conturbado” de eleições. “O
fato de estar se posicionando agora, tendo recentemente revisado a
perspectiva do rating do Brasil, pode sinalizar preocupação efetiva
e mostrar que as coisas precisam melhorar de alguma forma.”
SIP vê ‘acentuado retrocesso’ na liberdade de imprensa
Em Santiago, assembleia conclui que continente vive aumento da
censura indireta e da violência contra profissionais
O peruano Gustavo Mohme, diretor do jornal La República, de Lima, é
o novo presidente da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP).
Indicado na tarde de terça-feira, 21.out.2014, ao final da 70.ª
Assembleia-Geral da entidade, em Santiago do Chile, ele sucede à
americana Elizabeth Ballantine.
O último dia do encontro, que reuniu cerca de 300 profissionais de
mídia desde sexta-feira, foi marcado também pela apresentação das
“Conclusões” - documento final que resume os 25 relatórios nacionais
apresentados pelos países que integram a SIP. O texto afirma que
houve “acentuado retrocesso” na liberdade de informação -
principalmente pelo crescimento geral da censura indireta e pela
violência praticada contra profissionais da mídia em pelo menos oito
países do continente. Cita com mais graves as situações no Equador,
na Venezuela, na Argentina e no México.
A censura indireta, ou autocensura - diz o documento -, resulta das
ameaças partidas de milícias e grupos clandestinos ligados ao
narcotráfico ou de autoridades de governos que rejeitam todo tipo de
crítica. O relatório final informa um total de 11 mortos em seis
meses e centenas de atos de violência, boa parte deles em países
envolvidos em campanhas eleitorais, como o Brasil. O relatório
brasileiro mencionou 84 episódios, entre agressões, censura
judicial, prisões e ameaças.
Em seu discurso de posse, Mohme dirigiu uma “mensagem de estímulo e
solidariedade a todos os perseguidos” - os profissionais citados nos
relatórios - e prometeu trabalhar “pela recuperação da democracia e
do regime republicano, a separação equilíbrio dos poderes, a plena
vigência do Estado de Direito”.
Ele se referiu também ao desafio, o do mundo digital. “Enquanto
lutamos para preservar a liberdade, o mundo sofre uma vertiginosa
transformação. Me refiro concretamente à Internet.” E se mostrou
disposto a discutir “a concentração de meios em monopólios e
oligopólios, em nível público ou privado, que são motivo de debate
em nossas sociedades”.
BB dribla regra ao emprestar para amiga de chefe do banco
Apesar de pendência financeira, apresentadora Val Marchiori obteve R$ 2,7 milhões
Empréstimo viabilizado por linha do BNDES foi usado na compra de caminhões, que foram sublocados em seguida
Empréstimo viabilizado por linha do BNDES foi usado na compra de caminhões, que foram sublocados em seguida
O presidente do Banco do Brasil Aldemir Bendine e a socialite Val Marchiori. |
O Banco do Brasil concedeu empréstimo de R$ 2,7 milhões à apresentadora
de TV Val Marchiori, a partir de uma linha subsidiada pelo BNDES,
contrariando normas internas das duas instituições.
Marchiori tinha restrição de crédito por não ter pago empréstimo
anterior ao BB e também não apresentava capacidade financeira para obter
o financiamento, segundo documentos internos do BB obtidos pela
reportagem.
A empresa pela qual Marchiori tomou o crédito, a Torke Empreendimentos,
apresentou como comprovação de receita a pensão alimentícia de seus dois
filhos menores de idade. O financiamento, repassado pelo BB a partir de
uma linha do BNDES com juros de 4% ao ano -- mais baixos que a inflação
--, foi usado na compra de caminhões.
A Torke não tinha experiência na área de transportes e a atuação da
empresa até então estava relacionada à carreira de Marchiori na TV.
Na condição de administradora com poderes plenos na empresa, Marchiori
tinha dívidas antigas com o BB que representavam impedimento para o novo
empréstimo. Por isso, foi feita uma "operação customizada", ou seja,
sob medida para Marchiori, para liberar os recursos.
Val Marchiori é amiga do presidente do BB, Aldemir Bendine. A
apresentadora esteve com ele em duas missões oficiais do banco, uma na
Argentina e outra no Rio. Em entrevista, o ex-motorista do BB Sebastião
Ferreira da Silva disse que a buscava em diversos locais de São Paulo a
pedido de Bendine. "Fui buscar muitas vezes a Val Marchiori", disse ele.
Bendine nega qualquer participação na concessão do empréstimo. Ele
reconhece que ficou hospedado no mesmo hotel que Marchiori nas duas
ocasiões, mas diz que a estadia dela não tinha relação com as missões do
banco, que foram coincidências.
Oito dias antes de o BB começar a analisar a operação para a Torke,
Marchiori enviou e-mail a Bendine, ao qual a reportagem teve acesso, com
perguntas sobre outro financiamento do banco, para empresa do marido da
apresentadora, Evaldo Ulinski.
O papel dos bancos públicos virou tema de debate entre os candidatos a
presidente Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT). Aécio acusa o
governo do PT de usar o BNDES para financiar empresas aliadas. Dilma
defende o banco, dizendo que 84% dos investimentos da indústria passam
pelo BNDES.
A Torke tomou o empréstimo para, imediatamente, sublocar os caminhões
para a Veloz Empreendimentos, que é do irmão da apresentadora, Adelino
Marchiori.
Uma cláusula da linha Finame/BNDES, de onde saíram os recursos, impede
cessão ou transferência dos direitos e obrigações do crédito sem a
autorização do BNDES. A praxe do banco é financiar a atividade-fim do
tomador do crédito.
Na análise de risco, o BB apontou que Marchiori não tinha como comprovar
receita compatível com o empréstimo, que tem prazo de pagamento de
cinco anos. No item "garantias mínimas" para o financiamento, o banco
diz: "Coobrigação obrigatória da administradora Valdirene Aparecida
Marchiori, ainda que sem recursos computáveis compatíveis".
Segundo a análise de crédito, os fiadores da operação, o irmão e a
cunhada de Marchiori, donos da Veloz, também não apresentavam recursos
para garantir a operação. Assim, o BB dispensou a comprovação de
capacidade de pagamento da tomadora do crédito e dos fiadores.
A socialite Val Marchiori |
Outro lado
Socialite nega ilegalidade em empréstimo
Apresentadora Val Marchiori diz que valor solicitado ao Banco do Brasil seguiu regras exigidas para a transação
A socialite e apresentadora de televisão Val Marchiori negou na terça-feira, 21.out.2014, qualquer ilegalidade no empréstimo de R$ 2,7 milhões repassados pelo Banco do Brasil para a empresa dela, a Torke Empreendimentos. Por meio de nota, a empresária afirmou que "o empréstimo solicitado ao Banco do Brasil, a partir de uma linha subsidiada pelo BNDES, disponível para todos os empresários brasileiros, seguiu todas as regras e normas exigidas pelos bancos envolvidos, não tendo recebido qualquer favorecimento."
A socialite e apresentadora de televisão Val Marchiori negou na terça-feira, 21.out.2014, qualquer ilegalidade no empréstimo de R$ 2,7 milhões repassados pelo Banco do Brasil para a empresa dela, a Torke Empreendimentos. Por meio de nota, a empresária afirmou que "o empréstimo solicitado ao Banco do Brasil, a partir de uma linha subsidiada pelo BNDES, disponível para todos os empresários brasileiros, seguiu todas as regras e normas exigidas pelos bancos envolvidos, não tendo recebido qualquer favorecimento."
"O Grupo, ao qual pertence a Torke Empreendimentos, possui vasta
experiência do mercado de transporte desde 1998 e, consequentemente,
vários contratos em operação, com grandes empresas brasileiras, razão
pela qual, além das receitas, demonstrou lastro financeiro para a
concessão do financiamento", afirmou a empresária. "Repudia-se a
tentativa de envolver indevidamente a empresa Torke Empreendimentos em
manchetes jornalísticas, até porque cumpre, com rigor, todas as suas
obrigações contratuais e legais", afirmou a socialite.
Bendine nega que tenha favorecido Val Marchiori
Questionado meses atrás sobre a parte técnica da operação, o presidente do BB, Aldemir Bendine, negou, por meio de assessoria, que Val Marchiori estivesse nos hotéis da Argentina e do Rio por conta de missões oficiais do banco e disse que a encontrou por coincidência. Ele negou participação na concessão de crédito à Torke.
Questionado meses atrás sobre a parte técnica da operação, o presidente do BB, Aldemir Bendine, negou, por meio de assessoria, que Val Marchiori estivesse nos hotéis da Argentina e do Rio por conta de missões oficiais do banco e disse que a encontrou por coincidência. Ele negou participação na concessão de crédito à Torke.
Questionado na segunda-feira (20.out.2014) sobre e-mail encaminhado por
Marchiori, em fevereiro de 2013, sobre outra operação do BB, para
empresa de Evaldo Ulinski, Bendine não respondeu.
Bancos negam irregularidade em empréstimo a socialite
BB diz que pendência financeira de Val Marchiori é ‘de baixo valor’
e empresa teve crédito aprovado; BNDES também não vê ilegalidade
O Banco do Brasil (BB) e o Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES) negaram na terça-feira, 21.out.2014,
irregularidades no empréstimo de R$ 2,7 milhões feito para a
apresentadora de TV e socialite Val Marchiori.
A empresa de Val, a Torke Empreendimentos, recebeu empréstimo por
meio de uma linha do BNDES - com juro subsidiado de 4% - para a
compra de caminhões. A
reportagem informou que a empresária não pagou o empréstimo anterior
que tomou no BB nem tinha capacidade financeira para receber o
montante, o que inviabilizaria um novo empréstimo.
O Banco do Brasil, por meio de assessoria, informou que a operação de
crédito concedida à Torke Empreendimentos seguiu suas normas e que a
transação teve seu enquadramento devidamente aprovado pelo BNDES.
O BB acrescentou que não houve excepcionalidade no caso de Val Marchiori
e que customizações sobre anotações impeditivas simples de sócios são
comuns e aplicadas a milhares de operações.
De acordo com nota divulgada pelo BB, a pendência financeira de Val
no banco é “de baixo valor (R$ 963,90) e não vinculada, diretamente,
à proponente, mas à empresa da qual ela era sócia dirigente em
2008”.
O BB afirmou que essa dívida é referente ao cartão de crédito
empresarial usado normalmente por outro executivo da empresa. O
banco argumentou que a análise de crédito se baseou na capacidade da
Torke de honrar os débitos dentro de prazos estabelecidos em
contrato. “Os pagamentos estão em dia e a operação se encontra em
situação de absoluta normalidade.”
Por meio de sua assessoria de imprensa, o BNDES negou que o
empréstimo
tenha contrariado as regras da Finame, linha de financiamento para
máquinas e equipamentos. Os empréstimos desse tipo são operados por
bancos repassadores, como o BB. O BNDES informou que a operação
"seguiu todos os trâmites usuais" e "está de acordo com as normas do
banco". O BNDES disse que a cláusula que vedaria a locação ou
arrendamento do bem financiado não se aplica à empresa mencionada.
“A referida operação seguiu todos os
padrões usuais do BNDES. As regras da Finame preveem que empresas
que comprem equipamentos financiados pelo banco possam arrendá-los,
desde que o cliente possua como seu objeto social/atividade
econômica a locação de bens”, informou o banco por e-mail. Segundo o
BNDES, uma das atividades da Torke, conforme a classificação oficial
usada pela Receita Federal, é a locação.
terça-feira, 21 de outubro de 2014
Governo atrasa 9 de 11 obras
prioritárias do PAC
Além do estouro dos cronogramas,
custos subiram 46% desde 2011,
quando foram prometidas para o
final de 2014 por Dilma
Açudes Coremas e Mãe D'água (PB) secam à espera de obra de transposição |
Os compromissos do governo para este último trimestre de mandato
deveriam incluir a inauguração de 11 obras do Programa de Aceleração
do Crescimento (PAC). Essa foi a meta estabelecida pela presidente
Dilma Rousseff no início de 2011, quando assumiu o governo e
apresentou seu primeiro balanço do PAC.
Quase quatro anos depois, apenas dois empreendimentos previstos para
ser concluídos entre outubro e dezembro de 2014 terão, de fato,
obras entregues dentro do prazo: as hidrelétricas Santo Antônio do
Jari e Ferreira Gomes, ambas construídas no Amapá. A primeira
iniciou suas operações neste mês e a segunda deve ligar suas
turbinas até dezembro.
Entre as nove obras que tiveram suas conclusões adiadas estão alguns
dos mais caros e emblemáticos projetos do governo, como a
transposição do rio São Francisco e a refinaria Abreu e Lima, da
Petrobrás, em construção em Pernambuco. Esses empreendimentos já
sofriam, na realidade, com frustrações de prazos acumuladas durante
a gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Custos
Além do atraso, o estouro nos prazos dos cronogramas veio
acompanhada de um aumento de 46% nos custos. As 11 obras, que no
início de 2011 somavam investimentos de R$ 37,6 bilhões, chegam
agora a R$ 54,9 bilhões - um gasto adicional de R$ 17,3 bilhões.
Os projetos de saneamento básico tocados na região Nordeste do País
lideram a lista dos empreendimentos problemáticos. O eixo leste da
transposição do São Francisco, canal de 220 km que corta a região de
Pernambuco e Paraíba, teve as suas obras iniciadas em 2007. Lula
pretendia inaugurá-lo no último semestre do seu governo, em 2010.
Mas foi obrigado a deixar a missão para Dilma. Quando assumiu o
governo, a presidente reprogramou a data para 19 de dezembro deste
ano. Agora, a previsão mais otimista para o São Francisco é verter
água no agreste pernambucano em 31 de dezembro de 2015.
Rescisões
O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão argumenta que o
projeto foi alvo de rescisões e renegociações de contratos, o que
exigiu a realização de novas licitações para tocar a construção. "No
segundo semestre de 2013, o Ministério da Integração Nacional
concluiu os procedimentos licitatórios para a contratação dos saldos
remanescentes de obra. Com isto, garantiu a mobilização de mão de
obra e equipamentos para execução da totalidade do eixo leste.
Atualmente, todos os eixos estão em obras e em ritmo normal, com
65,3% realizados", informou.
Outros dois projetos ligados às bacias do São Francisco e do
Parnaíba enfrentam dificuldades. As obras de esgotamento sanitário
das bacias de ambos os rios, ações que se espalham por sete Estados
do Nordeste, deveriam ser concluídas neste mês, mas acabaram
prorrogadas para o fim de 2015. O mesmo destino foi dado para as
ações de recuperação de solo e controle de processos erosivos nos
dois rios, além das obras da adutora do Agreste, em Pernambuco, e da
Vertente Litorânea (PB), sistema adutor de 94,8 km em construção na
Paraíba.
+ Custo
Na área de transporte, o arco rodoviário do Rio de Janeiro (RJ), que
estava orçado em R$ 400 milhões, em 2011, e estaria pronto neste fim
de ano, viu seu custo saltar para R$ 1,083 bilhão no balanço mais
recente do PAC, divulgado em junho. A entrega da obra ficou para o
réveillon de 2016.
Na área de transporte, a BR-101, em um trecho de 199 km que envolve
o contorno de Recife (PE), de 41 km de extensão, também corre atrás
do prejuízo. Uma nova licitação para tocar a obra foi realizada,
após determinações feita pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
No setor elétrico, a hidrelétrica de Colíder, em construção no rio
Teles Pires, em Mato Grosso, tinha previsão de ligar sua primeira
turbina na última semana deste ano, mas a Agência Nacional de
Energia Elétrica (Aneel) já esticou o cronograma para dezembro de
2015.
Ministério divide responsabilidade com
parceiros
Das 11 obras, quatro são tocadas
pelo governo federal, cinco envolvem governo estadual e duas
têm a iniciativa privada
O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão dividiu a
responsabilidade pelos atrasos ocorridos nos 11 empreendimentos do
Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Por meio de nota, o
MPOG informou que, das 11 obras citadas, quatro são tocadas pelo
governo federal, cinco envolvem governos estaduais e duas são
empreendimentos privados - as usinas Santo Antônio do Jari e
Ferreira Gomes, as únicas obras que não atrasaram.
"O PAC é realizado em parceria com Estados e municípios, portanto é
preciso considerar as atribuições e responsabilidade de cada
parceiro nos resultados", informou o ministério.
Sobre o atraso de um ano no cronograma da hidrelétrica de Colíder,
obra executada pela estatal paranaense Copel, afirmou que o
adiamento "é decorrente de incêndios e destruições de alojamentos
provocados por trabalhadores em janeiro de 2013, e de processos
licitatórios de resgate da fauna e supressão vegetal".
As obras na BR-101 em Pernambuco, bem como as ações no arco do Rio
de Janeiro, foram recontratadas e estão em andamento, declarou o
ministério. Nesses dois projetos, a União divide responsabilidade
com os governo estaduais.
A respeito das intervenções na Adutora do Agreste, justificou que a
execução da obra é de responsabilidade do governo de Pernambuco e
que houve atraso na conclusão do projeto executivo, o que
comprometeu o lançamento do edital de obras. O mesmo tipo de
situação, segundo o ministério, afetou o desempenho da Vertente
Litorânea, realizada pelo governo da Paraíba.
O último balanço do PAC, informou a Pasta, mostra que as obras
concluídas alcançaram R$ 675,8 bilhões - ou 95,5% dos investimentos
previstos. A execução do PAC alcançou 84,6%, atingindo R$ 871,4
bilhões. "O PAC possui mais de 40 mil ações, as 11 que foram citadas
representam 4% do valor total do programa."
CGU aponta falha no sistema de controle de gastos do Pronatec
Relatório mostra que sistema não diferencia matrícula ativa e cancelada.
MEC nega irregularidade e diz que está fazendo as 'alterações necessárias'.
MEC nega irregularidade e diz que está fazendo as 'alterações necessárias'.
Uma auditoria da Controladoria Geral da União (CGU) apontou falha no
controle dos recursos do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e
Emprego (Pronatec), o programa do governo federal de incentivo à
formação de técnicos. Segundo o documento, os sistemas informatizados do
Pronatec não permitiriam a distinção entre alunos com matrícula ativa e
os desistentes, além de não ter recebido prestação de contas dos dois
primeiros anos de funcionamento dos cursos. O relatório da CGU foi
revelado pelo jornal "Folha de S. Paulo". O Ministério da Educação negou
que haja falha no controle dos recursos gastos.
O Pronatec começou em 2011, com investimentos previstos de R$ 6,4
bilhões até o fim de 2014. Após levantamento de dados entre abril deste
ano e a finalização do relatório, em agosto, a CGU afirma que não há
como constatar quantos alunos assistem de fato às aulas, e como foram
repassados os recursos públicos para o Pronatec.
A bolsa-formação, que proporciona aulas gratuitas de ensino técnico,
representa cerca de 40% das mais de 8 milhões de matrículas do programa.
O relatório da CGU afirma que o sistema de controle de matrículas não
permite cancelar o registro de alunos desistentes. Segundo o relatório,
eles continuam sendo tratados como matriculados, e a instituição recebe
indevidamente o valor da bolsa-formação.
Alterações
O ministro da Educação, Henrique Paim, negou pagamentos indevidos, e
disse que existe o controle do cancelamento da matrícula. "Essas
matrículas não são pagas, elas são canceladas. Portanto, o que nós
estamos fazendo agora, a partir do plano de providências adotado com a
CGU, é exatamente fazer as alterações necessárias no sistema para que
nós tenhamos essa apuração de forma definitiva do cancelamento", afirmou
ele.
A Controladoria também constatou que, até o fechamento do relatório, no
fim de agosto, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE)
não havia aberto o Sistema de Gestão de Prestação de Contas para que os
parceiros do governo no Pronatec fizesse a prestação de contas de 2011 e
2012, com recursos que totalizam mais de R$ 1,7 bilhão. Ainda assim,
aponta o relatório, o fundo continuou transferindo para as redes de
ensino em 2013 e 2014.
O MEC disse que vai apresentar as providências à CGU para corrigir os problemas apontados.
Na segunda-feira (20.out.2014), a CGU publicou nota em seu site oficial
afirmando que "o relatório em questão não apontou irregularidades no
Pronatec, e sim apenas ressalvas e necessidades de aprimoramento dos
controles, o que acontece na maioria dos programas de grande dimensão e
capilaridade", e que "não se esgotou ainda o prazo para o MEC apresentar
o Plano de Providências (documento em que se detalham as medidas para
atender às recomendações feitas)".
Tremores atingem costas cearense
e pernambucana
Terremotos de 4,8 e 4,9 graus na escala Richter foram detectados pelo Serviço Meteorológico dos Estados Unidos
Terremotos de 4,8 e 4,9 graus na escala Richter foram detectados pelo Serviço Meteorológico dos Estados Unidos
FORTALEZA - O Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte (UFRN) registrou, por meio do Serviço Meteorológico
dos Estados Unidos, três terremotos a 1.270 quilômetros da costa
cearense, e um outro tremor próximo à costa pernambucana no domingo,
19.out.2014, e na segunda-feira, 20.out.2014.
"Não há motivos para pânico, mas é sempre bom a gente saber, pois é
uma atividade sísmica ativa, que existe no Oceano Atlântico e pode
ser sentida com mais intensidade na nossa costa, como aconteceu em
1972, quando foi registrado um terremoto de sete graus de
magnitude", disse o pesquisador da UFRN, Joaquim Mendes Ferreira.
Os três tremores aconteceram em um aglomerado ao norte da costa do
Ceará. O primeiro aconteceu às 20h51 (horário de verão), com
magnitude de 4,9 graus na escala Richter, que vai até nove graus. O
segundo terremoto foi às 21h06 também com 4,9 graus. Já aos 56
minutos da segunda-feira houve um abalo de 4,8 graus.
Na costa de Pernambuco, também foi registrado, no domingo, um outro
tremor de 4,8 graus às 23h46, com epicentro localizado a
aproximadamente 775 quilômetros do nordeste da Ilha de Ascensão.
Atividade sísmica no Oceano Atlântico pode ser sentida na costa brasileira |
Outros tremores
O maior tremor verificado neste ano ocorreu em 27 de julho, com 6,0
graus, a 2,8 mil quilômetros de Belém (PA). No dia 12 de outubro, um
tremor de magnitude 5,3 graus foi anotado pelo Serviço Meteorológico
dos Estados Unidos. O epicentro daquela vez foi a 951 quilômetros a
sudoeste da Ilha de Santa Helena e a 3.220 quilômetros do Rio de
Janeiro.
A terra no Nordeste está tremendo em escalas abaixo de dois graus
diariamente em áreas cearenses e potiguares. "São eventos na área de
Sobral, no Ceará; e Pedra Preta, no Rio Grande do Norte, que têm
áreas sísmicas ativas. Não dá para prever se podem acontecer grandes
tremores como estão acontecendo na Cordilheira Meso Oceânica",
explica Joaquim Ferreira.
Advogados de Costa pedem que ações da Lava Jato sejam levadas para o
STF
Defesa de ex-diretor da Petrobrás entrou na segunda-feira (20.out.2014) com pedido no
Supremo; alegação é de que há suspeitas de envolvimento de
autoridades com foro privilegiado
Paulo Roberto Costa |
Os advogados do ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto
Costa pediram nesta segunda-feira, 20.out.2014, ao Supremo Tribunal Federal
(STF) que suspenda a tramitação dos inquéritos e processos
relacionados à Operação Lava Jato que atualmente estão na Justiça
Federal no Paraná. A intenção da defesa é conseguir a transferência
de todo o caso para o STF.
Para tentar obter uma decisão favorável, eles sustentam que há
suspeitas de envolvimento de autoridades que, pela legislação
brasileira, têm o direito ao chamado foro privilegiado. No Brasil,
parlamentares somente podem ser investigados e processados perante o
Supremo.
Além de pedir a transferência para o STF, os advogados de Paulo
Roberto Costa solicitaram ao tribunal que determine a libertação do
ex-diretor da Petrobrás. Atualmente ele está em prisão domiciliar,
usando uma tornozeleira eletrônica.
O benefício foi obtido após o ex-diretor da Petrobrás ter feito um
acordo de delação premiada com as autoridades que investigam as
suspeitas de lavagem de dinheiro. O acordo foi homologado pelo
Supremo. Os novos pedidos feitos pela defesa de Paulo Roberto Costa
deverão ser examinados nos próximos dias pelo ministro do STF Teori
Zavascki.
OAB-DF concede carteira de advogado a Joaquim Barbosa
Joaquim Barbosa |
A OAB-DF (Ordem dos Advogados do Brasil) do Distrito Federal concedeu a
carteira de advogado ao ex-presidente do STF (Supremo Tribunal Federal)
Joaquim Barbosa. De acordo com a comissão que analisou o pedido de
reinscrição, o ex-ministro "flertou" muitas vezes com a ilegalidade ao
criticar a classe dos advogados, mas não pode ser impedido de exercer a
profissão.
Com a carteirinha da Ordem, Barbosa poderá, além de advogar, produzir
pareceres jurídicos para processos - que é o que pretende desde que
deixou a Suprema corte.
O imbróglio sobre a reinscrição de Barbosa na OAB teve início no começo
do mês, quando o presidente da seccional do Distrito Federal, Ibaneis
Rocha, impugnou o pedido alegando que o ex-ministro não possuiu a
idoneidade moral necessária para ser um advogado.
Na impugnação, Rocha lembrou que Barbosa em diversas vezes criticou a
classe dos advogados e chegou a expulsar Luiz Fernando Pacheco, defensor
do ex-presidente do PT José Genoino no processo do mensalão, do
plenário do STF.
Ele citou um caso de 2013 quando Barbosa, presidindo uma sessão do CNJ
(Conselho Nacional de Justiça), disse que há conluios entre juízes e
advogados, o que caracterizaria uma das situações mais "nocivas" do
Judiciário.
O presidente da OAB-DF também lembrou que Barbosa criticou a criação de
novos tribunais regionais federais e disse que a iniciativa tinha o
apoio da OAB porque daria emprego a advogados.
Outro episódio usado na impugnação é o que Barbosa afirmou, durante
sessão do CNJ, que advogados acordam somente por volta das 11h.
Para a comissão que analisou a impugnação, Barbosa realmente teve uma
"postura lamentável" ao fazer as críticas, e teria lhe faltado "verniz" e
uma conduta "lhana". A comissão ainda destacou que o ex-presidente
"flertou muitas vezes com a ilegalidade, com o desrespeito à lei que
rege a classe".
Mas, ao concluir seu parecer, a comissão, formada por três advogados,
ponderou que seria exagero dizer que Barbosa não tem a idoneidade moral
necessária para obter seu registro como advogado.
Procurado, o presidente da OAB-DF disse que não irá recorrer da decisão.
"Fiz o que se esperava de um advogado. A Comissão de Seleção apontou
que a conduta do ministro Joaquim Barbosa flertou com a ilegalidade e
ele teve de se submeter às regras da categoria que, agora, integrará. É o
que me basta como advogado, condição a partir da qual impugnei o pedido
de inscrição".
A reportagem não conseguiu localizar o ex-ministro Barbosa para comentar a decisão.
Aumento de casos de chikungunya leva Brasil a lançar cartilha
Manual explicará as medidas que devem ser adotadas para reduzir as
dores; doença 'prima' da dengue já é epidêmica em cidade baiana
Assim como dengue, a doença é transmitida pelos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus |
Diante da perspectiva do expressivo aumento de número de casos de
febre chikungunya no Brasil, o Ministério da Saúde decidiu preparar
um manual para pacientes afetados pela doença. A infecção pode
provocar dores fortes nas articulações, com risco de o problema se
tornar crônico. A ideia é fazer uma cartilha explicando para o
paciente as medidas que ele deve adotar para reduzir as dores, como
movimentos ideais e quando usar gelo. Um manual para profissionais
de saúde também está sendo preparado, com informações sobre como
auxiliar o paciente a superar as dores.
A propagação da febre chikungunya no País vem ocorrendo de forma
rápida. Menos de um mês depois de o primeiro caso de transmissão em
território nacional ter sido comprovado, a doença já é epidêmica em
Feira de Santana, na Bahia. De acordo com o último boletim, 299
casos de transmissão dentro do País haviam sido confirmados. Do
total, 281 ocorreram na Bahia, 17 no Amapá e 1 em Minas.
"É como se tivéssemos um novo sorotipo de dengue circulando no País.
Todos são suscetíveis", comparou o secretário de Vigilância em Saúde
do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa. Ele afirmou que um cuidado
redobrado deve ser adotado em regiões que enfrentam falta d'água.
"Diante da necessidade do armazenamento, é necessário que pessoas
tampem os recipientes, as caixas d'água para reduzir o risco da
doença", disse.
Provocada por um vírus transmitido pela picada de mosquito
contaminado, a chikungunya provoca febre alta, de início repentino,
dores intensas nas articulações de pés e mãos. Também podem ocorrer
dores de cabeça, dores nos músculos e manchas na pele. Os sintomas
são mais intensos em crianças e idosos. Cerca de 30% dos casos são
assintomáticos.
Assim como dengue, a doença é transmitida pelos mosquitos Aedes
aegypti e Aedes albopictus. "Este ano, as campanhas serão voltadas
para as duas doença: dengue e chikungunya", disse Barbosa. O
secretário espera que, a partir de novembro, quando o levantamento
rápido sobre criadouros dos mosquitos (LIRAa) ficar pronto,
prefeituras intensifiquem o trabalho de prevenção. O levantamento
indica as regiões onde há maior concentração de mosquitos, uma
ferramenta importante para orientar as ações de combate aos
criadouros. "Vamos também fazer um esforço para que trabalhos
comunitários sejam realizados", disse.
Segundo filho do príncipe William com Kate Middleton nascerá em abril de 2015
Catherine, a duquesa de Cambridge, ao lado do príncipe William e seu filho George visitam exposição de borboletas no Museu de História Natural de Londres |
O segundo filho do príncipe de Cambridge, William, e sua esposa Kate
nascerá em abril de 2015, informou na segunda-feira (20.out.2014) o
palácio de Kensigton em comunicado.
Um porta-voz oficial dos duques de Cambrigde afirmou, além disso, que
Kate continua sofrendo do que se chama de hiperêmese gravídica, que
provoca fortes náuseas, apesar de "estar melhorando solidamente".
"Suas altezas reais, o duque e duquesa de Cambrigde, estão encantados de
confirmar que esperam um bebê para abril de 2015", apontou a nota do
palácio.
A gravidez de Kate foi anunciada publicamente em 8 de setembro, embora,
na época, ela e William não tenham revelado de quantos meses estava a
duquesa. Desde então, a princesa foi obrigada a cancelar vários
compromissos oficiais por causa das fortes náuseas.
No entanto, o mesmo porta-voz revelou que Kate receberá, em um ato
programado, a visita do presidente de Cingapura, Tony Tan, e sua esposa,
como marco do início de sua passagem de quatro dias ao Reino Unido.
O segundo filho dos duques de Cambrigde se transformará no quarto na
linha de sucessão ao trono britânico. Estão na sua frente o seu irmão, o
príncipe George, o seu pai, o William, e seu avô, o príncipe Charles.
sábado, 18 de outubro de 2014
Interceptações da PF indicam que Costa foi convidado para ser
ministro
Convite para o Ministério das Cidades teria sido recusado pelo
ex-diretor da Petrobras poucos dias antes de ele ser preso.
Informação é mencionada em troca de mensagens entre doleiro e
deputado
Paulo Roberto Costa após sua prisão pela Lava Jato: ex-diretor da Petrobras era ligado ao PP, partido que comanda o Ministério das Cidades |
O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa teria sido convidado
para assumir o Ministério das Cidades em março deste ano, poucos
dias antes de ser preso pela Polícia Federal (PF) na Operação Lava
Jato. A informação consta de uma troca de mensagens entre o doleiro
Alberto Youssef e o deputado federal Luiz Argôlo (SD-BA) de 13 março
– mesmo dia em que foi anunciada a substituição de seis ministros,
entre eles o das Cidades, pela presidente Dilma Rousseff (PT). A
conversa foi interceptada pela PF e estava sob sigilo até o início
deste mês. Os diálogos não deixam claro se o convite teria sido
feito pela própria presidente ou pelo PP, partido que controla o
ministério.
Na primeira mensagem, enviada às 19h34, Argôlo pergunta para
Youssef: “Vc sabia q chamaram PR pra assumir o Ministério?? E ele n
quis. Aguinaldo [Ribeiro, o ministro] saiu hoje” (sic). Segundo as
investigações, a sigla PR era usada para citar Paulo Roberto Costa.
Youssef responde: “Sabia. Ele já tinha me contado”. E em seguida
completa: “Foi a melhor coisa q ele fez [não ter aceitado]” (sic).
A troca de mensagens ocorreu exatamente uma semana antes de Costa
ser preso por ocultar provas da Operação Lava Jato – que foi
deflagrada em 17 de março. À época, Dilma promovia uma reforma
ministerial que tinha dois objetivos: liberar ministros que seriam
candidatos e pacificar a tensão com o “blocão dos insatisfeitos” do
Congresso indicando aliados dos partidos da base.
O Ministério das Cidades faz parte da “cota” do PP, partido que
indicou Costa para a diretoria que ele ocupou na Petrobras. Além
disso, Youssef é apontado como o operador do esquema de desvio de
dinheiro da estatal dentro do partido – que também envolveria o PMDB
e o PT, segundo as investigações da PF. Antes de entrar no
Solidariedade (SD), Argôlo era filiado ao PP. O deputado responde a
processo de cassação de mandato pela relação com o doleiro.
O ex-ministro das Cidades Aguinaldo Ribeiro (PP) deixou o cargo para
ser candidato a deputado federal pela Paraíba (e foi eleito). Na
época de sua saída, Dilma garantiu à sigla aliada que a pasta
continuaria sendo do partido. Publicamente, foi cogitado o nome do
senador Ciro Nogueira (PI), presidente nacional do PP. Mas Gilberto
Occhi, que era vice-presidente da Caixa Econômica pela cota do
partido, acabou sendo nomeado.
Provável
O advogado de Paulo Roberto Costa, João Mestieri, afirmou que “não
acha improvável” que o cliente tenha sido convidado a assumir um
ministério. “Ele pediu demissão [da Petrobras] e saiu com os elogios
que merecia. Se mais tarde alguém o convidou [para ser ministro],
ele deve ter dado coerentemente a negativa”, disse. Segundo o
advogado, Costa não queria mais ter “nenhum tipo de relação com
isso, com o governo, com coisas desse tipo”, disse.
Mestieri relata ainda que o desligamento de Costa do governo “foi um
processo difícil”. E que hoje o ex-diretor, depois de ter firmado o
acordo de delação premiada em que detalhou o esquema, está tentando
“reencontrar o seu próprio eu”. “É um caminho de redenção.”
Por e-mail, o Ministério das Cidades respondeu apenas que
“desconhece esse assunto”. A reportagem procurou ainda a assessoria
da Presidência, mas não obteve retorno. Os advogados de Youssef e
Argôlo também não responderam aos pedidos da reportagem. O
Ministério Público Federal (MPF) e a PF, que conduzem as
investigações, não comentaram o assunto.
Como é feita a escolha
A partilha de ministérios entre partidos da base aliada geralmente é
“moeda de troca” para garantir a governabilidade no Congresso. No
caso do suposto convite feito a Paulo Roberto Costa não ficou claro
se ele teria sido chamado por representantes do governo federal para
ocupar o ministério ou se o convite partiu do PP, partido cuja
“cota” na Esplanada é o Ministério das Cidades. Apesar das
indicações partidárias, a palavra final sobre a escolha de ministros
sempre é dada pela Presidência da República.
Entenda o caso
Relembre a reforma ministerial de Dilma e a Operação Lava Jato:
• Início de 2014 – Dilma prepara uma reforma ministerial. Insatisfeito pela possibilidade de perder pastas, um bloco de partidos insatisfeitos – entre eles o PP – trava votações de interesse do governo no Congresso.
• 13/03 – Como parte da reforma, Dilma anuncia a substituição do comando de seis ministérios, incluindo o das Cidades. No mesmo dia, o deputado Luiz Argôlo (SD-BA) e o doleiro Alberto Youssef comentam o suposto convite a Paulo Roberto Costa para assumir a pasta, que é da cota do PP.
• 17/03 – Youssef é preso na Operação Lava Jato.
• 20/03 – Costa é preso tentando destruir provas e documentos.
• 23/08 – Em troca de redução da pena, Costa começa a prestar depoimentos, detalhando o esquema, em delação premiada.
• 03/10 – Documentos apreendidos pela Polícia Federal no início da Lava Jato são publicados no processo. Entre eles, o que contêm a conversa entre Youssef e Argôlo.
• 08/10 – Em depoimento à Justiça Federal, Youssef e Costa dão detalhes sobre o esquema de desvio de dinheiro da Petrobras, que teria beneficiado o PP, PT e PMDB.
Caso argôlo
PPS quer saber por que Petrobras pagou viagem VIP para deputado
O líder da bancada do PPS na Câmara dos Deputados, Rubens Bueno
(PR), encaminhou pedido de informações ao Ministério de Minas
e Energia sobre a viagem VIP paga pela Petrobras ao deputado Luiz
Argôlo (SD-BA), que responde a dois processos por quebra de decoro
parlamentar em virtude de sua relação com o doleiro Alberto Youssef,
preso na Operação Lava Jato. Bueno quer saber por que a Petrobras
pagou passagens e hospedagem em hotel cinco estrelas no Rio de
Janeiro para Argôlo. Em abril de 2013, Argôlo foi escolhido pela
estatal para unidades da Petrobras no estado. O deputado era membro
titular da Comissão de Minas e Energia da Câmara. Em nota, a
Petrobras informou que realiza o programa de visitas corporativas
desde 1999 e que a iniciativa tem como objetivo “criar e consolidar
a imagem de empresa de energia integrada, que tem responsabilidade
social e ambiental”.
Presidente do PP não acredita em convite para Costa ser ministro
O presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), disse desconhecer
qualquer tipo de convite para que o ex-diretor da Petrobras Paulo
Roberto Costa assumisse o Ministério das Cidades, uma semana antes de ser preso pela Polícia Federal, na Operação Lava Jato.
"Nunca soube deste convite e acho difícil, para não dizer impossível, que tenha acontecido", disse Nogueira.
Ex-diretor afirma que tucano extorquiu Petrobrás e recebeu propina de R$ 10 milhões
Costa diz em delação que ex-presidente
do PSDB levou dinheiro para enterrar CPI no Senado em 2009; construtora é
suspeita de fazer pagamento
Sérgio Guerra, ex-presidente nacional do PSDB |
O ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa afirmou
em sua delação premiada que o então presidente nacional do PSDB, senador
Sérgio Guerra – morto em março deste ano –, o procurou e cobrou R$ 10
milhões para que a Comissão Parlamentar de Inquérito da Petrobrás,
aberta em julho de 2009 no Senado, fosse encerrada. Segundo Costa, o
tucano disse a ele que o dinheiro seria usado para a campanha de 2010.
Aos investigadores da Operação Lava Jato, Costa afirmou que os R$ 10
milhões foram pagos em 2010 a Guerra. O pagamento teria ocorrido depois
que a CPI da Petrobrás foi encerrada sem punições, em 18 de dezembro de
2009. O senador era um dos 11 membros da comissão – três integrantes
eram da oposição e acusaram o governo de impedir as apurações.
A extorsão, segundo Costa, foi para abafar as descobertas de
irregularidades nas obras da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco –
alvo do esquema que levou ao banco dos réus o ex-diretor da estatal e o
doleiro Alberto Youssef.
A obra era um dos sete alvos suspeitos na Petrobrás que justificaram a abertura da comissão, em julho.
Segundo o delator, o dinheiro foi pago pela Construtora Queiroz Galvão,
citada no caso de superfaturamento e desvios da Abreu e Lima. A obra foi
iniciada em 2008, está inconclusa e com superfaturamento comprovado,
segundo o Tribunal de Contas da União e o Ministério Público Federal.
A Queiroz Galvão faz parte do Consórcio C II Ipojuca Interligações,
contratado por R$ 2,7 bilhões para uma etapa da Abreu e Lima.
É a primeira vez que um nome do PSDB aparece no escândalo de corrupção
na Petrobrás. Parlamentares do PT, do PMDB e do PP também foram citados
por Costa.
Segundo ação penal da Lava Jato, que tramita na Justiça Federal, em
Curitiba, os três partidos da base do governo Dilma Rousseff (PT)
cotizaram as diretorias da Petrobrás entre 2004 e 2014 para cobrar
propina de até 3% sobre os grandes contratos.
O dinheiro era desviado por contratos superfaturados, notas frias e contas no exterior e abastecia o caixa 2 dos partidos.
Quem operava as lavanderias para o esquema eram o doleiro Alberto
Youssef (no caso do PP), o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto (para os
petistas) e Fernando Soares (para o PMDB). O doleiro já confessou o
esquema e os outros dois negam envolvimento.
O ex-diretor declarou que o então presidente do PSDB estava acompanhado
do deputado federal Eduardo da Fonte (PP-PE), a quem chamou em seu
relato de “operador”.
Guerra teria sugerido a ele que “tivesse uma conversa” com Armando Ramos
Tripodi, que ocupava o cargo de chefe de gabinete do então presidente
da Petrobrás, José Sergio Gabrielli.
Atualmente Tripodi ocupa a gerência executiva de Responsabilidade Social
da estatal. Fonte é deputado reeleito e aliado do PSB. Ele é
diretamente ligado a Paulo Roberto Costa e foi assessor do ex-senador
Severino Cavalcanti (PP-PE). Fonte é próximo do senador Ciro Nogueira
(PI), presidente nacional do PP.
O delator afirmou que Guerra relatou a ele que o dinheiro abasteceria as
campanhas do PSDB em 2010. Naquele ano, o presidente do partido foi o
coordenador oficial da campanha presidencial do candidato José Serra.
Integrantes da campanha informaram que o ex-senador não fez parte do
comitê financeiro.
A CPI – primeira tentativa de investigar a Petrobrás, agora alvo da CPMI
– foi encerrada no dia 17 de dezembro de 2009, com o relatório final do
senador Romero Jucá (PMDB-RR) sem conclusões concretas.
Comando
Costa, na época da suposta extorsão, era diretor de Abastecimento da
Petrobrás e presidente do Conselho de Administração da Refinaria Abreu e
Lima. Sob seu comando, o conselho aprovou R$ 201 milhões em oito
aditivos contratuais para empresas investigadas na Operação Lava Jato.
Uma das beneficiadas foi a Queiroz Galvão, por meio do Consórcio C II
Ipojuca Interligações, que recebeu R$ 200 milhões em uma antecipação de
pagamento.
O ex-diretor, que fez delação premiada perante a força tarefa do
Ministério Público Federal e agora cumpre prisão em regime domiciliar.
Depoimentos
Costa foi preso dia 20 de março, três dias depois que a Polícia Federal deflagrou a Lava Jato.
Acuado, na iminência de pegar uma condenação superior a 50 anos de
prisão – ele é réu em duas ações penais, uma por ocultação de
documentos, outra por corrupção e lavagem de dinheiro da Petrobrás –, o
ex-diretor decidiu fazer a delação em agosto. Em uma série de
depoimentos a um grupo de seis procuradores da República, ele citou pelo
menos 32 parlamentares, entre deputados e senadores, que teriam
recebido propinas.
COM A PALAVRA, A DEFESA
O PSDB divulgou nota defendendo que o caso seja investigado. “O PSDB
defende que todas as denúncias sejam investigadas com o mesmo rigor,
independente da filiação partidária dos envolvidos e dos cargos que
ocupam.”
O candidato à Presidência Aécio Neves, atual presidente nacional do
partido, falou também em investigações e atacou a presidente Dilma
Rousseff no debate do SBT. “Seu discurso não condiz com a prática do seu
governo, que impediu a CPI de ser instalada desde o início. E vocês
tentaram fraudar com respostas feitas para todas as perguntas.
Onde que estavam essas denúncias há 12 anos? E por que não tomaram nenhuma medida?”, respondeu ao ser questionado sobre o caso.
A construtora Queiroz Galvão nega propina e diz, via assessoria, que só
repassa dinheiro a políticos por meio de “doações rigorosamente dentro
da lei”.
O deputado federal Eduardo da Fonte (PP) não foi encontrado.
A Petrobrás informou por meio de nota que não iria se manifestar “uma
vez que o assunto está sendo investigado pelas autoridades competentes.”
O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) disse que a oposição fez um relatório
paralelo com 18 representações ao procurador-geral da República sobre
irregularidades na Petrobrás, em 2009, após concluir que o governo não
deixaria a CPI fazer investigações.
Dias era um dos três oposicionistas que integravam a CPI, composta por
11 membros. Os outros dois foram ACM Jr. (DEM-BA) e o próprio Sérgio
Guerra (PSDB-PE). “Cobrei por anos seguidos a instauração dos
inquéritos. Agora, acusam uma pessoa morta de ter recebido propina.
Coisa esquisita, porque ele não pode ser defender.
Armando Tripodi, divulgou nota na qual repudia “com indignação e
veemência quaisquer insinuações ou afirmações caluniosas que procurem
vincular meu nome a práticas criminosas”. Confira abaixo a íntegra da
nota:
“Repudio com indignação e veemência quaisquer insinuações ou afirmações caluniosas que procurem vincular meu nome a práticas criminosas. Esclareço, em definitivo, que jamais tive qualquer contato com o senador Sérgio Guerra ou com o deputado federal Eduardo da Fonte. Esclareço também que nunca tratei com o ex-Diretor de qualquer assunto que não fosse relativo à Gestão da Companhia.
Armando Ramos Tripodi”