Aumento de casos de chikungunya leva Brasil a lançar cartilha
Manual explicará as medidas que devem ser adotadas para reduzir as
dores; doença 'prima' da dengue já é epidêmica em cidade baiana
Assim como dengue, a doença é transmitida pelos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus |
Diante da perspectiva do expressivo aumento de número de casos de
febre chikungunya no Brasil, o Ministério da Saúde decidiu preparar
um manual para pacientes afetados pela doença. A infecção pode
provocar dores fortes nas articulações, com risco de o problema se
tornar crônico. A ideia é fazer uma cartilha explicando para o
paciente as medidas que ele deve adotar para reduzir as dores, como
movimentos ideais e quando usar gelo. Um manual para profissionais
de saúde também está sendo preparado, com informações sobre como
auxiliar o paciente a superar as dores.
A propagação da febre chikungunya no País vem ocorrendo de forma
rápida. Menos de um mês depois de o primeiro caso de transmissão em
território nacional ter sido comprovado, a doença já é epidêmica em
Feira de Santana, na Bahia. De acordo com o último boletim, 299
casos de transmissão dentro do País haviam sido confirmados. Do
total, 281 ocorreram na Bahia, 17 no Amapá e 1 em Minas.
"É como se tivéssemos um novo sorotipo de dengue circulando no País.
Todos são suscetíveis", comparou o secretário de Vigilância em Saúde
do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa. Ele afirmou que um cuidado
redobrado deve ser adotado em regiões que enfrentam falta d'água.
"Diante da necessidade do armazenamento, é necessário que pessoas
tampem os recipientes, as caixas d'água para reduzir o risco da
doença", disse.
Provocada por um vírus transmitido pela picada de mosquito
contaminado, a chikungunya provoca febre alta, de início repentino,
dores intensas nas articulações de pés e mãos. Também podem ocorrer
dores de cabeça, dores nos músculos e manchas na pele. Os sintomas
são mais intensos em crianças e idosos. Cerca de 30% dos casos são
assintomáticos.
Assim como dengue, a doença é transmitida pelos mosquitos Aedes
aegypti e Aedes albopictus. "Este ano, as campanhas serão voltadas
para as duas doença: dengue e chikungunya", disse Barbosa. O
secretário espera que, a partir de novembro, quando o levantamento
rápido sobre criadouros dos mosquitos (LIRAa) ficar pronto,
prefeituras intensifiquem o trabalho de prevenção. O levantamento
indica as regiões onde há maior concentração de mosquitos, uma
ferramenta importante para orientar as ações de combate aos
criadouros. "Vamos também fazer um esforço para que trabalhos
comunitários sejam realizados", disse.
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