Laranja de Youssef cita
ex-presidente do PSDB e outro tucano ‘padrinho político’
Leonardo Meirelles, testa de ferro
do laboratório Labogen, afirma que doleiro da Lava Jato
trabalhava para Sérgio Guerra e para PSDB
O laranja de Alberto Youssef nas indústrias Labogen – que lavava
dinheiro via importações fictícias – Leonardo Meirelles reforçou as
suspeitas de que o ex-presidente nacional do PSDB senador Sérgio
Guerra (PE), morto em março deste ano, teria recebido propina do
esquema corrupção e propina alvos da Operação Lava Jato.
Ao ser questionado sobre o trecho da delação premiada vazado pela
imprensa que cita o envolvimento do ex-presidente do PSDB, em
audiência na 13.ª Vara Criminal Federal em Curitiba (PR), ele
apontou o suposto envolvimento de Youssef com outro tucano “padrinho
político do passado” e “conterrâneo” no Paraná – o doleiro é de
Londrina, interior do Paraná.
“Em uma das ocasiões eu estava na sala (de Youssef), teve um contato
telefônico do Alberto Youssef quando do qual surgiu o nome (Sérgio
Guerra) faltava um ajuste, alguém estava não reclamando, estava
atribuindo alguma coisa que não estava acontecendo, que não estava
caminhando em virtude do que tinha uma coisa do passado que estava
parado. Aí surgiu o nome (Guerra)”, afirmou Meirelles ao ser
perguntado pela defesa sobre o envolvimento de outros partidos com o
doleiro.
OUÇA O DEPOIMENTO DE LEONARDO MEIRELLES
QUE CITA O PSDB (A PARTIR DE 21 MIN)
QUE CITA O PSDB (A PARTIR DE 21 MIN)
O nome do ex-presidente nacional do PSDB foi citado pela primeira
vez pelo ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa, em sua delação
premiada. Ele afirmou que foi procurado pelo senador tucano em 2009
e foi extorquido em R$ 10 milhões. Em troca, ele atuaria para abafar
a CPI da Petrobrás, aberta em junho daquele ano.
Guerra ocupava uma das três cadeiras da oposição, na comissão
composta por 11. Presidida pelo senador Romero Jucá, a comissão
apurava entre outras irregularidades as supostas fraudes na obra da
Abreu e Lima.
Segundo o delator, o dinheiro foi efetivamente pago em 2010 pela
construtora Queiróz Galvão – contratada da Petrobrás – para um
emissário do grupo. Tanto a empresa como o PSDB negam o esquema.
‘Muito maior’
Ao ser indagado se Alberto Youssef trabalhava para outros partidos
políticos, além do PT, PMDB e PP, Meirelles declarou: “Sim, acredito
eu que o PSDB e, eventualmente, algum padrinho político do passado e
provável conterrâneo da região do senhor Alberto (Youssef)”,
declarou.
Meirelles disse ainda que Youssef é o “malfeitor, o mentor da
organização criminosa”. “As pessoas o procuravam para ele criar de
alguma maneira os meios e os caminhos”, afirmou. “O que está
mensurado nos contratos é o que é crível, o que é perceptível, na
verdade o volume de movimentação em espécie de outras moedas sempre
foi muito maior que isso”, continou o laranja.
Ao ser indagado se Alberto Youssef trabalhava para outros partidos
políticos, além do PT, PMDB e PP, Meirelles declarou: “Sim, acredito
eu que o PSDB e, eventualmente, algum padrinho político do passado e
provável conterrâneo da região do senhor Alberto (Youssef)”,
declarou.
Meirelles disse ainda que Youssef é o “malfeitor, o mentor da
organização criminosa”. “As pessoas o procuravam para ele criar de
alguma maneira os meios e os caminhos”, afirmou. “O que está
mensurado nos contratos é o que é crível, o que é perceptível, na
verdade o volume de movimentação em espécie de outras moedas sempre
foi muito maior que isso”, continou o laranja.
Ao final, ele revelou ainda o “fluxo de políticos” no escritório de
Youssef em São Paulo, localizado à Avenida São Gabriel, no Itaim.
Indagado sobre qual era o nível de influência e poder político de
Youssef no governo federal, ele declarou. “Tinha um fluxo grande de
políticos do PP, ele (Youssef) mesmo dizia que na ocasião o partido
tinha uma grande soma, uma grande quantia em aberto com ele, acho
que saldo de financiamento de campanha de 2010.”
Defesa
O advogado de Youssef, Antonio Figueiredo Basto, repudiou as
afirmações e disse que Meirelles vai ter que provar o que diz, em
relação ao suposto elo do doleiro com o PSDB. O partido nega as
acusações.
Advogado de doleiro acusa
‘interesse eleitoral’ e ‘influência estranha’ na Lava Jato
Figueiredo Basto, defensor de
Youssef, repudia acusações de laranja de envolvimento com PSDB
e diz que exigirá provas
O advogado do doleiro Alberto Youssef, Antônio Figueiredo Basto, disse na terça-feira, 21.out.2014, que vai acionar o Ministério Público Federal (MPF) para investigar “influência estranha” e “interesse eleitoral” no processo da Operação Lava Jato que trata dos supostos desvios de recursos e pagamento de propina a políticos e partidos envolvendo a Petrobrás.
O advogado do doleiro Alberto Youssef, Antônio Figueiredo Basto, disse na terça-feira, 21.out.2014, que vai acionar o Ministério Público Federal (MPF) para investigar “influência estranha” e “interesse eleitoral” no processo da Operação Lava Jato que trata dos supostos desvios de recursos e pagamento de propina a políticos e partidos envolvendo a Petrobrás.
A reação de Basto, veterano criminalista estabelecido em Curitiba
(PR), veio após o depoimento na segunda-feira, 20.out.2014, de
Leonardo Meirelles, “testa de ferro” do doleiro Alberto Youssef nas
fábricas de medicamentos Labogen. Meirelles reforçou as suspeitas de
envolvimento com o esquema de propinas do ex-presidente nacional do
PSDB, entre os anos de 2009 e 2010, senador Sérgio Guerra (PE) –
morto em março deste ano.
“Acho estranho que ele (Meirelles) foi interrogado antes nos autos
da Labogen (outro processo da Lava Jato, em fase final), teve
oportunidade de falar, não falou e agora quer vincular o PSDB”,
argumenta Figueiredo Basto. “É um fato gravíssimo e vou tomar
medidas junto ao Ministério Público Federal para investigar o que
está acontecendo nesse processo.”
“Eu tenho convicção que tem influência estranha nesse processo, de
terceiro, que tem interesse eleitoral em usar essa instrução”,
avalia o criminalista. “Estou afirmando isso”, criticou o advogado.
“Vou acionar judicialmente (Meirelles) pelas declarações.”
Figueiredo Basto disse que “desafia” Leonardo Meirelles a provar a
relação de Youssef com o PSDB. “Se ele não provar, vou
responsabiliza-lo criminalmente por esse fato.”
O criminalista destaca que no dia 25 de março – oito dias depois da
deflagração da Lava Jato -, Meirelles afirmou à Polícia Federal que
conheceu Youssef em 2012.”Ou seja, em 2009, época da CPI da
Petrobrás, ele (Meirelles) não conhecia o Beto (Alberto Youssef).
Ele disse isso para o delegado da Polícia Federal e assinou embaixo.
Afirmou que conheceu o Beto em 2012 e que em 2013 o Beto assumiu o
Labogen. As datas não batem. A CPI era em 2009. Ou ele mentiu na
polícia ou mentiu no interrogatório na Justiça Federal. Isso sugere
uma manipulação política.”
Figueiredo Basto afirmou não ser a primeira vez que Meirelles aponta
algo sem provas. “Não é a primeira fez que ele fala um fato e não
prova. Alegou que meu cliente tinha assinado um documento e a
perícia não provou isso”, afirmou, referindo-se a cadernos de
anotações pessoais de Meirelles, os quais foram submetidos a uma
perícia que não confirmou registros de autoria do doleiro.
Meirelles prestou depoimento na segunda-feira, 20.out.2014, nos
autos do processo sobre superfaturamento nas obras da Refinaria
Abreu e Lima, em Pernambuco.
Meirelles apresentou sua versão sobre o envolvimento de outros
partidos políticos, ao ser perguntado por seu advogado. Além de
citar o PSDB, ele nominou Sérgio Guerra. Ele apontou, ainda, outro
tucano “padrinho antigo, conterrâneo” de Youssef, em Londrina (PR).
OUÇA A PRIMEIRA PARTE DO DEPOIMENTO
DE LEONARDO MEIRELLES
DE LEONARDO MEIRELLES
OUÇA A ÚLTIMA PARTE DO DEPOIMENTO
DE LEONARDO MEIRELLES À JUSTIÇA FEDERAL
DE LEONARDO MEIRELLES À JUSTIÇA FEDERAL
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