sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Relatório da Polícia Federal mapeou doações de empresas investigadas no âmbito da Lava Jato ao PMDB



Em relatório preparado no âmbito da Lava Jato, a Polícia Federal mapeou as doações eleitorais feitas pelas empresas JBS, OAS, Odebrecht e Petrópolis ao PMDB nas eleições de 2010, 2012 e 2014.
Executivos da Odebrecht, OAS e JBS firmaram acordos de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República nos quais relatam pagamento de propina a políticos. O pagamento poderia se dar, entre outras formas, por doação eleitoral oficial. A Petrópolis, segundo a Odebrecht, era uma empresa usada pela empreiteira baiana para fazer doações a políticos sem chamar a atenção para o grupo.
A PF mapeou as doações de cada empresa aos candidatos do partido nos anos eleitorais a partir de 2010 até 2014, ano em que a Operação Lava Jato teve início. Em 2010, 2012 e 2014, o PMDB arrecadou um total de R$ 282,9 milhões de forma oficial dessas empresas.




A maior doadora do grupo foi a JBS (R$ 110,3 milhões), seguida de Odebrecht (R$ 77 milhões), OAS (R$ 58,1 milhões) e Petrópolis (R$ 37,3 milhões).
Na divisão por candidatos, a PF destaca o nome dos ex-ministros Henrique Eduardo Alves e Geddel Vieira Lima, hoje presos por desdobramentos da Lava Jato. Henrique Alves é o segundo que mais arrecadou doações destas empresas, chegando a R$ 8,8 milhões. Já Geddel arrecadou R$ 4 milhões.
Os dois foram denunciados por suposta formação de uma organização criminosa no núcleo do PMDB da Câmara.
O relatório da polícia foi elaborado pelo agente Alan Testi, em 5 de setembro, a pedido do delegado Marlon Cajado, do Grupo de Inquéritos perante o Supremo Tribunal Federal.
As doações empresariais ao PMDB nas campanhas eleitorais de 2014 tiveram a maior arrecadação histórica de dinheiro repassado por empresas o que certamente é fruto do vasto esquema criminoso montado nos mais diversos órgãos e empresas estatais. Só o PMDB teve incremento, em 2014, de R$ 122,7 milhões em relação aos valores recebidos em 2010.








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