Forças Armadas na Rocinha
O uso das Forças Armadas no combate ao crime organizado no Rio de
Janeiro, que deveria ser pontual, virou algo corriqueiro. O fenômeno
nasceu quando Sérgio Cabral governava o Rio. Hoje, as favelas cariocas
estão mais violentas e Cabral está preso em Bangu oito.
O atual surto de violência, localizado na favela da Rocinha, foi
deflagrado a 3.400 km do Rio, no presídio de segurança máxima de
Rondônia. Ali, está preso o traficante Antonio Bonfim Lopes, o Nem. A
distância não o impediu de ordenar o ataque a um traficante rival, na
Rocinha. O presídio federal virou escritório do traficante.
O ministro Raul Jungmann, da Defesa, comparou o Rio de Janeiro a “um
doente na UTI.” Disse que o paciente “tem fraturas, hemorragia interna e
uma cirrose.” Perguntou: “Você vai segurar a hemorragia ou a cirrose?”
Bem, a cirrose só será curada no dia em que o poder público se livrar de
gestores que se deixam embriagar pela corrupção. Até lá, o uso das
tropas em operações de segurança pública tem o efeito de um band-aid.
Serve para curativos pontuais. Mas não segura hemorragias.
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