Relatório da Polícia Federal mapeou doações de empresas investigadas no âmbito da Lava Jato ao PMDB
Em relatório preparado no âmbito da Lava Jato, a Polícia Federal mapeou
as doações eleitorais feitas pelas empresas JBS, OAS, Odebrecht e
Petrópolis ao PMDB nas eleições de 2010, 2012 e 2014.
Executivos da Odebrecht, OAS e JBS firmaram acordos de delação premiada
com a Procuradoria-Geral da República nos quais relatam pagamento de
propina a políticos. O pagamento poderia se dar, entre outras formas,
por doação eleitoral oficial. A Petrópolis, segundo a Odebrecht, era uma
empresa usada pela empreiteira baiana para fazer doações a políticos
sem chamar a atenção para o grupo.
A PF mapeou as doações de cada empresa aos candidatos do partido nos
anos eleitorais a partir de 2010 até 2014, ano em que a Operação Lava
Jato teve início. Em 2010, 2012 e 2014, o PMDB arrecadou um total de R$
282,9 milhões de forma oficial dessas empresas.
A maior doadora do grupo foi a JBS (R$ 110,3 milhões), seguida de
Odebrecht (R$ 77 milhões), OAS (R$ 58,1 milhões) e Petrópolis (R$ 37,3
milhões).
Na divisão por candidatos, a PF destaca o nome dos ex-ministros Henrique
Eduardo Alves e Geddel Vieira Lima, hoje presos por desdobramentos da
Lava Jato. Henrique Alves é o segundo que mais arrecadou doações destas
empresas, chegando a R$ 8,8 milhões. Já Geddel arrecadou R$ 4 milhões.
Os dois foram denunciados por suposta formação de uma organização criminosa no núcleo do PMDB da Câmara.
O relatório da polícia foi elaborado pelo agente Alan Testi, em 5 de
setembro, a pedido do delegado Marlon Cajado, do Grupo de Inquéritos
perante o Supremo Tribunal Federal.
As doações empresariais ao PMDB nas campanhas eleitorais de 2014 tiveram
a maior arrecadação histórica de dinheiro repassado por empresas o que
certamente é fruto do vasto esquema criminoso montado nos mais diversos
órgãos e empresas estatais. Só o PMDB teve incremento, em 2014, de R$
122,7 milhões em relação aos valores recebidos em 2010.
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