O homem e sua sentença
Luís Roberto Barroso |
Figura central no caso que vai definir o rumo da eleição e alvo de
diversas frentes de pressão, Luís Roberto Barroso, relator do pedido de
registro de Lula no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), deixou escapar um
desabafo em meio ao voto de silêncio que fez sobre a ação. “Jamais falo
sobre o que vou fazer. No máximo, explico o que já fiz”, disse o
ministro que vai guiar a discussão sobre a inelegibilidade do petista.
Antes de encerrar a conversa, emendou: “Vivo as angústias do Brasil”.
O TSE deve discutir nesta sexta-feira (31.ago.2018) se Lula pode
aparecer como candidato na propaganda eleitoral. A campanha na TV começa
sábado (1º.set.2018). No esteio dessa discussão, há a possibilidade de a
corte antecipar a decisão sobre o pedido de registro do petista na
corrida eleitoral.
Sem o selo de candidato, a participação do ex-presidente será restrita a
até 25% do tempo de cada propaganda, o espaço reservado por lei a
apoiadores. O PT teme um veto total a imagens do petista, o que só é
imposto a quem teve os direitos políticos cassados – e este não é o caso
dele.
Para especialistas, o maior dano que o TSE pode impingir ao partido
(além, claro, de tirar Lula da corrida) é determinar que, por ter
insistido em registrar um candidato que provavelmente seria enquadrado
na Lei da Ficha Limpa, o PT não tenha o prazo de 10 dias para indicar
outro nome.
A defesa do ex-presidente pediu ao Supremo que o julgamento do recurso
contra a decisão de negar um habeas corpus a Lula seja presencial, e não
no plenário virtual.
Na segunda-feira (27.ago.2018), Edson Fachin, relator da Lava Jato no
STF, liberou o caso para deliberação online. Os ministros poderiam
registrar votos entre 7 e 13 de setembro.
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