"Flertando com a morte"
No último domingo (21.jun.2015), circularam nas redes sociais e nos
celulares mensagens sobre uma hipotética tentativa de suicídio de Dilma
Rousseff, seguida de internação hospitalar. Ninguém levou muito a sério,
exceto Dilma.
Na segunda-feira (22.jun.2015), depois de participar de uma cerimônia no
Planalto, Dilma achegou-se aos repórteres para indagar: “Me disseram há
pouco que correu um boato de que eu estava internada, vocês acham que
eu estava?'' Quinze quilos mais magra, a presidente correu a mão ao
longo da silhueta. Foi como se dissesse: “Vejam como estou bonita!”
Dilma riu. Lançou um beijo para o alto e dirigiu-se para o seu gabinete.
Minutos depois da declaração, a avaliação do Palácio do Planalto era a de que Dilma "errou" ao falar sobre o tema publicamente.
Segundo auxiliares da presidente, o assunto não foi divulgado pela
imprensa "porque não tinha credibilidade", mas agora "a própria Dilma
pautou os jornalistas".
Não estava previsto que a presidente fizesse qualquer declaração pública, diante de um cenário desfavorável.
Pesquisa Datafolha deste fim de semana mostrou que 65% das pessoas
consideram o governo ruim ou péssimo, marca superada apenas pelo
ex-presidente Fernando Collor às vésperas de seu impeachment.
A presidente Dilma Rousseff durante lançamento do Plano Safra da Agricultura Familiar, em Brasília |
COMPORTAMENTO
A presidente, de fato, está bem. Quem adota um comportamento de risco,
com clara tendência à autodesmoralização, é o governo Dilma. Um governo
cujo prestígio, na definição de Lula, “está no volume morto.” O criador
deveria poupar a criatura. Com uma taxa de aprovação de 10% no
Datafolha, Dilma conduz um governo confuso e fraco. Mas Lula não deveria
criticá-la em voz alta. Se continuar, aí mesmo é que o governo de
madame põe fogo às vestes.
Não é que Lula não enxergue uma solução. O que o ex-presidente não vê é o
problema. O PT perdeu a vergonha na cara. O mal dos petistas é o
empenho com que lutam para defender os próprios interesses. Querem mudar
o status sem mexer no quo. Para complicar, Lula tornou-se parte do
problema, não da solução.
BOATO
No domingo (21.jun.2015), circularam mensagens no WhatsApp que falavam
sobre a internação da presidente por uma suposta tentativa de suicídio. O
boato repercutiu também em outras redes sociais, como Twitter e
Facebook.
Até a manhã de segunda-feira (22.jun.2015), o Palácio do Planalto fazia o
monitoramento das redes para tentar descobrir a origem do boato.
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