quarta-feira, 24 de junho de 2015


"Flertando com a morte"

No último domingo (21.jun.2015), circularam nas redes sociais e nos celulares mensagens sobre uma hipotética tentativa de suicídio de Dilma Rousseff, seguida de internação hospitalar. Ninguém levou muito a sério, exceto Dilma.
Na segunda-feira (22.jun.2015), depois de participar de uma cerimônia no Planalto, Dilma achegou-se aos repórteres para indagar: “Me disseram há pouco que correu um boato de que eu estava internada, vocês acham que eu estava?'' Quinze quilos mais magra, a presidente correu a mão ao longo da silhueta. Foi como se dissesse: “Vejam como estou bonita!” Dilma riu. Lançou um beijo para o alto e dirigiu-se para o seu gabinete.
Minutos depois da declaração, a avaliação do Palácio do Planalto era a de que Dilma "errou" ao falar sobre o tema publicamente.
Segundo auxiliares da presidente, o assunto não foi divulgado pela imprensa "porque não tinha credibilidade", mas agora "a própria Dilma pautou os jornalistas".
Não estava previsto que a presidente fizesse qualquer declaração pública, diante de um cenário desfavorável.
Pesquisa Datafolha deste fim de semana mostrou que 65% das pessoas consideram o governo ruim ou péssimo, marca superada apenas pelo ex-presidente Fernando Collor às vésperas de seu impeachment.

A presidente Dilma Rousseff durante lançamento do Plano Safra da Agricultura Familiar, em Brasília

COMPORTAMENTO
A presidente, de fato, está bem. Quem adota um comportamento de risco, com clara tendência à autodesmoralização, é o governo Dilma. Um governo cujo prestígio, na definição de Lula, “está no volume morto.” O criador deveria poupar a criatura. Com uma taxa de aprovação de 10% no Datafolha, Dilma conduz um governo confuso e fraco. Mas Lula não deveria criticá-la em voz alta. Se continuar, aí mesmo é que o governo de madame põe fogo às vestes.
Não é que Lula não enxergue uma solução. O que o ex-presidente não vê é o problema. O PT perdeu a vergonha na cara. O mal dos petistas é o empenho com que lutam para defender os próprios interesses. Querem mudar o status sem mexer no quo. Para complicar, Lula tornou-se parte do problema, não da solução.

BOATO
No domingo (21.jun.2015), circularam mensagens no WhatsApp que falavam sobre a internação da presidente por uma suposta tentativa de suicídio. O boato repercutiu também em outras redes sociais, como Twitter e Facebook.
Até a manhã de segunda-feira (22.jun.2015), o Palácio do Planalto fazia o monitoramento das redes para tentar descobrir a origem do boato.




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