Prisão de Ronaldinho Gaúcho e Assis pode durar seis meses
Prisão paraguaia onde estão Ronaldinho Gaúcho e seu irmão Assis |
Em audiência que começou pela manhã e durou mais de seis horas no sábado
(07.mar.2020), a Justiça do Paraguai decidiu por manter Ronaldinho
Gaúcho e seu irmão, Assis, presos pelo uso de documentos falsos. A ordem
de prisão preventiva foi dada pela juíza Clara Ruíz Díaz. Ambos
seguirão em reclusão na Agrupación Especializada da Polícia Nacional do
Paraguai, em Assunção. A prisão preventiva pode durar até seis meses.
O promotor Osmar Legal pediu a manutenção da prisão preventiva dos
brasileiros alegando "risco de fuga e que o Brasil não extradita seus
cidadãos". Por outro lado, a defesa alegou que o empresário Assis tem um
problema no coração e precisa de cuidados médicos (não apresentaram
exames ou atestados exigidos pela lei paraguaia) e tentou, sem sucesso,
transformar o caso em prisão domiciliar.
Osmar Legal também pediu a prisão preventiva da empresária Dalia López,
responsável pela ida de Ronaldinho ao Paraguai. Dalia é investigada
desde setembro pelo Ministério de Tributação do país, equivalente à
Receita Federal no Brasil. A paraguaia é suspeita de desvios de até 10
milhões de dólares. O órgão acredita que ela tenha usado a visita do
ex-jogador para lavar dinheiro.
Advogado de Ronaldinho considera decisão "arbitrária" — Um
dos advogados que representa Ronaldinho e Assis, Tarek Tuma Marín,
classificou de "irracional, arbitrária e leviana" a decisão da juíza.
Ele garantiu que seus clientes "não cometeram qualquer crime contra a
República do Paraguai" e que irá recorrer imediatamente.
Ainda segundo Tuma, a juíza violou o código penal e a Constituição
paraguaia. Ele argumenta que o sistema paraguaio permite dar uma saída
se a pessoa reconhece que o documento usado não é válido.
O advogado lembrou também que o primeiro promotor responsável pelo caso,
Federico Delfino, havia decidido liberar Ronaldinho e seu irmão. A
Procuradora-Geral do Estado, Sandra Quiñonez, ordenou a substituição dos
promotores do caso, que recomendavam a liberdade dos brasileiros.
O novo representante do Ministério Público no processo, Osmar Legal,
ordenou a captura de ambos e seu encaminhamento para a sede do
Grupamento Especializado.
Ronaldinho Gaucho, Assis e advogados conversam com o promotor Federico Delfino, à direita, em seu escritório, no Paraguai |
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