Fila de espera para cirurgias eletivas pelo SUS
chega a 900 mil pessoas
chega a 900 mil pessoas
Quase um milhão de brasileiros precisam fazer uma cirurgia e não
conseguem. Os números são do Conselho Federal de Medicina, que conseguiu
os dados de estado em estado por meio da Lei de Acesso à Informação.
Tem quem esteja esperando por uma cirurgia há dez anos.
A realidade é que tem muita gente com um problema de saúde, que precisa
fazer uma cirurgia eletiva pela rede pública, ou seja, sem grande
urgência, e simplesmente não consegue vaga. Só que agora, o Conselho
Federal de Medicina traduziu essa percepção em números: são 904 mil
pessoas nessa situação. Quase um milhão de brasileiros que precisam
fazer alguma cirurgia pelo SUS e simplesmente não conseguem.
A maioria está precisando ser operada de catarata, de hérnia, retirada
de vesícula e de varizes. Gente que chega a esperar mais de dez anos por
uma cirurgia como essas. Quase 750 pessoas incrivelmente estão nessa
situação.
Para o ministro da Saúde, Ricardo Barros, reduzir ou zerar essa fila é
impossível pelo menos até o fim do ano que vem: “Muitas pessoas estão na
fila do município, na fila do hospital e na fila do estado e contam com
uma demanda que de fato não existe. Então, até que a gente termine a
informatização de todo o sistema de saúde, até o fim de 2018, não
teremos como ajustar isso”.
Essa fila, apesar de já absurda, é certamente muito maior porque Acre,
Amapá, Piauí, Rio de Janeiro e Sergipe ignoraram o pedido de informações
do Conselho. Espírito Santo, Mato Grosso, Amazonas e até o Distrito
Federal informaram que simplesmente não souberam responder. Roraima e
Santa Catarina se negaram a responder.
“Esses pacientes que nós estamos tratando, os eletivos, quer sejam
cirúrgicos ou clínicos, não têm uma face. Eles não têm nem um número,
porque nós não sabemos a demanda, quantas centenas de milhares de
brasileiros ou milhões de brasileiros que estão nessa situação,
necessitando de atendimento especializado, seja ele clínico ou
cirúrgico, sem ter acesso a esse especialista pelo Sistema Único de
Saúde”, explica Mauro Luiz de Britto Ribeiro, presidente em exercício do
Conselho Federal de Medicina.
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