segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Fila de espera para cirurgias eletivas pelo SUS
chega a 900 mil pessoas






Quase um milhão de brasileiros precisam fazer uma cirurgia e não conseguem. Os números são do Conselho Federal de Medicina, que conseguiu os dados de estado em estado por meio da Lei de Acesso à Informação. Tem quem esteja esperando por uma cirurgia há dez anos.
A realidade é que tem muita gente com um problema de saúde, que precisa fazer uma cirurgia eletiva pela rede pública, ou seja, sem grande urgência, e simplesmente não consegue vaga. Só que agora, o Conselho Federal de Medicina traduziu essa percepção em números: são 904 mil pessoas nessa situação. Quase um milhão de brasileiros que precisam fazer alguma cirurgia pelo SUS e simplesmente não conseguem.
A maioria está precisando ser operada de catarata, de hérnia, retirada de vesícula e de varizes. Gente que chega a esperar mais de dez anos por uma cirurgia como essas. Quase 750 pessoas incrivelmente estão nessa situação.
Para o ministro da Saúde, Ricardo Barros, reduzir ou zerar essa fila é impossível pelo menos até o fim do ano que vem: “Muitas pessoas estão na fila do município, na fila do hospital e na fila do estado e contam com uma demanda que de fato não existe. Então, até que a gente termine a informatização de todo o sistema de saúde, até o fim de 2018, não teremos como ajustar isso”.
Essa fila, apesar de já absurda, é certamente muito maior porque Acre, Amapá, Piauí, Rio de Janeiro e Sergipe ignoraram o pedido de informações do Conselho. Espírito Santo, Mato Grosso, Amazonas e até o Distrito Federal informaram que simplesmente não souberam responder. Roraima e Santa Catarina se negaram a responder.
“Esses pacientes que nós estamos tratando, os eletivos, quer sejam cirúrgicos ou clínicos, não têm uma face. Eles não têm nem um número, porque nós não sabemos a demanda, quantas centenas de milhares de brasileiros ou milhões de brasileiros que estão nessa situação, necessitando de atendimento especializado, seja ele clínico ou cirúrgico, sem ter acesso a esse especialista pelo Sistema Único de Saúde”, explica Mauro Luiz de Britto Ribeiro, presidente em exercício do Conselho Federal de Medicina.




Nenhum comentário:

Postar um comentário