Os ex-Presidenciáveis
A Lava Jato já derreteu a presidência de Dilma e o PT. Levou para a
cadeia gente graúda, oligarcas políticos e empresariais. Aos pouquinhos,
passo a posso, a operação vai aproximando a faxina de toda a galeria de
presidenciáveis da República. Há moribundos em excesso no noticiário. E
a lista não para de crescer. Denunciado como beneficiário de repasses
ilegais de R$ 23 milhões em 2010, o tucano José Serra junta-se, no vale
dos delatados, ao correligionário Aécio Neves e ao ex-presidente Lula.
Dois executivos da Odebrecht — Pedro Novis e Carlos Armando Paschoal — esmiuçaram à força-tarefa da Lava Jato a denúncia de que a empreiteira repassou R$ 23 milhões por baixo da mesa à campanha presidencial do grão-tucano José Serra, em 2010. Deram nome e sobrenome aos operadores do caixa dois: os ex-deputados Ronaldo Cezar Coelho (ex-PSDB e hoje no PSD) e Márcio Fortes (PSDB-RJ).
Procurado para se manifestar sobre as informações dadas pela Odebrecht à
Lava Jato, o ministro de Relações Exteriores, José Serra, disse, por
meio de sua assessoria, que “não vai se pronunciar sobre supostos
vazamentos de supostas delações relativas a doações feitas ao partido em
suas campanhas. E reitera que não cometeu irregularidades”.
A última eleição presidencial ocorreu em 2014, ano em que a Lava Jato
começou. Dilma foi reeleita, Aécio virou o principal líder da oposição e
Lula representava o sonho de continuidade do PT. Hoje, o PSDB de Aécio é
força auxiliar do governo do PMDB de Michel Temer, apinhado de alvos da
Lava Jato. E o PT de Lula é uma espécie de abracadabra para a caverna
de Ali Babá.
Impossível saber quem chegará intacto a 2018. Aécio é protagonista de
dois inquéritos no Supremo Tribunal Federal. Lula, réu três vezes, é uma
prisão esperando para acontecer. Serra, que fazia pose de alternativa, é
outra biografia sub judice. Geraldo Alckmin é uma interrogação
aguardando na fila pela divulgação do anexo da delação da Odebrecht que
trata dos governadores. A única certeza no momento é que 2018 não é mais
o que já foi. Por sorte, ainda não há no Brasil um Donald Trump. Mas
quem pode garantir que não surgirá um “Trump Brasileiro”?
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