O PSDB não notou, mas já virou coadjuvante

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Fernando Henrique Cardoso

O habitat natural do PSDB sempre foi o muro. Com Michel Temer, os tucanos finalmente desceram do muro.

De repente, Fernando Henrique Cardoso despertou, num artigo defendeu a saída do PSDB do governo Temer.

O PSDB ensaia um rompimento com o Governo Temer desde que explodiu a delação do Grupo JBS. O desembarque viria depois das explicações de Temer. Foi adiado para depois da decisão do STF sobre a integridade do áudio com a voz do presidente. Foi protelado para depois da decisão do TSE sobre o pedido de cassação da chapa Dilma-Temer. De postergação em postergação, chegou-se à desmoralização.

Escreveu FHC: “Ou o PSDB desembarca do governo na Convenção de dezembro próximo, e reafirma que continuará votando pelas reformas, ou sua confusão com o peemedebismo dominante o tornará coadjuvante na briga sucessória” — adiando novamente o rompimento para o mês que vem.

É como se o tucanato imitasse um sujeito brigão que diz que vai quebrar a cara do outro, mas demora tanto tempo que compromete a seriedade da coisa. FHC ainda não se deu conta. Mas seu partido já virou coadjuvante de 2018. Para retornar ao protagonismo do palco, precisa recuperar o discurso, o rumo e o senso do ridículo.