Cerca de 13 mil pessoas e empresas devem
R$ 900 bilhões em impostos
R$ 900 bilhões em impostos
Anelize Ruas |
Um estudo apresentado pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN)
mostra que menos de 13 mil pessoas e empresas devem cerca de R$ 900
bilhões em impostos.
Segundo a diretora de Gestão da Dívida Ativa da União da PGFN, Anelize
Ruas, a soma dos débitos da sonegação fiscal é de R$ 1,8 trilhão. A
Procuradoria Geral diz que são 4,3 milhões de devedores.
Destes, quase 13 mil — 0,3% do total — são considerados “grandes
devedores”. Eles são responsáveis por 63,7% de uma dívida de R$ 1,4
trilhão, a não-previdenciária. Ela não inclui, por exemplo, os
recolhimentos devidos do FGTS.
A Fazenda Nacional considera como “grande devedor” pessoas físicas ou
jurídicas responsáveis por débitos maiores que R$ 15 milhões. Os valores
do levantamento são referentes a setembro de 2016.
A diretora da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional afirmou que há uma
tendência, principalmente na última década, de resistência no pagamento
de impostos por empresas.
“Quando você olha que 64% da dívida está nas mãos de 13 mil empresas,
você fica vendo que não é só a crise econômica que está levando o
estoque da dívida a crescer desse jeito”, diz Anelize.
Além dos cerca de R$ 900 bilhões apontados, o restante — aproximadamente
R$ 510 bilhões — é de responsabilidade de outros 4,2 milhões de
devedores. O levantamento da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional foi
apresentado em audiência da Câmara dos Deputados.
Novo Refis para perdoar dívidas — Na segunda-feira (05.dez.2016), o
presidente Michel Temer e o ministro da Fazenda Henrique Meirelles
decidiram que parte da dívida tributária das empresas deve ser perdoada.
O presidente Temer e o ministro da Fazenda conversaram e decidiram que é
mesmo necessário aprovar rapidamente um programa de socorro a empresas
endividadas.
Essa ajuda seria incluída no pacotinho de medidas microeconômicas que
estava programado para ser divulgado ainda nesta semana — antes de o STF
ter decidido remover Renan Calheiros da presidência do Senado.
O programa de perdão de parte de dívidas tributárias e previdenciárias
será adotado em troca de o devedor retomar o pagamento de parcelas
mensais de seus débitos.
O novo Refis (programa de recuperação fiscal) é uma fórmula usada no
Brasil de maneira recorrente. Já houve 27 parcelamentos de dívidas com
desconto desde 2000.
Os líderes partidários na Câmara já assinaram, há um mês, um
requerimento para que o novo Refis possa tramitar em regime de urgência.
Perdão de 90% das multas — O projeto tem como relator o deputado Alfredo
Kaefer (PSL-PR). Propõe parcelar as dívidas de empresas em até 240
prestações. Haverá corte de 90% das multas, juros e encargos. Poderão
ser incluídas dívidas contraídas até 30 de junho de 2016.
A Receita Federal se posiciona contra a adoção do Refis. Mas houve uma
forte pressão nos últimos dias por parte de empresários e setores
políticos que apoiam o governo de Michel Temer. Acham que é necessário
oferecer algum oxigênio para os negócios endividados.
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