Lula, o náufrago
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva |
Os advogados de Lula informam que avançou a petição protocolada por
eles contra o juiz Sérgio Moro no Alto Comissariado da ONU para os
Direitos Humanos. Afirmam que a peça “passou por um primeiro juízo
de admissibilidade e foi registrada perante aquele órgão.”
Requisitaram-se informações ao governo brasileiro sobre o caso.
A novidade tem importância meramente cenográfica. Serve para que
Lula faça no estrangeiro sua pose preferida — a pose de perseguido.
No Brasil, a iniciativa serve apenas para potencializar em
procuradores e magistrados o sentimento de que chegou a hora de
demonstrar que ninguém está acima da lei no país.
Os comissários da ONU não precisam nem aguardar pela resposta do
governo brasileiro para perceber que Sergio Moro está longe de ser o
único problema de Lula. O ex-presidente é réu em três processos,
está prestes a ser denunciado uma quarta vez e continua sendo
alvejado em delações que ainda estão no forno.
Um tsunami penal poderá engolfar o ex-presidente Lula. Como suas
petições não encontram guarida nos tribunais pátrios, os defensores
do petista esperneiam alhures. E Lula se agarra à ONU como um
náufrago a um graveto. Não se dá conta de que, no desespero, jacaré
parece tronco.
Em nota a ONU informou que a sua decisão relativa ao exame do caso do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi uma “formalidade” e que
ainda não se pode considerar que a entidade considerou sua
admissibilidade. Tal etapa apenas será realizada em 2017 ou mesmo em
2018. O julgamento completo do caso pode levar cinco anos.
A ONU explicou que a decisão envolve apenas um registro do caso. “Isso
não implica uma decisão nem sobre sua admissibilidade e nem sobre
mérito. Significa apenas que o Comitê de Direitos Humanos olhará o
caso”, disse a porta-voz da entidade, Elizabeth Throssella em nota.
“Podemos confirmar que a ONU formalmente registrou a petição submetida
pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O processo de registro é
essencialmente uma formalidade e não implica em nenhuma expressão ou
decisão do Comitê sobre a admissibilidade ou os méritos da queixa”,
disse Throssell.
Segundo a ONU, 95% dos casos que chegam são registrados. Nesta fase, a
entidade apenas examina se todos os documentos estão em mãos, se a
pessoa de fato existe e se o país implicado pode ser julgado com base
nos tratados. Ainda conforme a organização, a admissibilidade da queixa
apenas será avaliada uma vez que a entidade também tenha em mãos a
defesa do Estado brasileiro.
A entidade poderia ter rejeitado o registro já no primeiro juízo ou
mesmo ter considerado um caráter de urgência, antecipando um exame. Mas
optou pelo caminho tradicional.
A decisão sobre abertura de processo deve ficar para uma avaliação de peritos, no segundo semestre de 2017.
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