Brasil fecha 34 mil vagas de trabalho com carteira assinada em agosto
País tinha 11,44 milhões de pessoas procurando emprego sem encontrar |
Pelo 17º mês consecutivo, o
mercado de trabalho brasileiro demitiu mais do que contratou. Em
agosto, o país fechou 34 mil postos de trabalho com carteira
assinada, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados (Caged) divulgados na sexta-feira (23.set.2016) pelo
Ministério do Trabalho.
Apesar de o resultado ter sido negativo, houve melhora em relação ao
volume de demissões ocorridas em agosto de 2015, quando foram
encerradas 86,5 mil vagas. O Ministério do Trabalho avaliou que a
perda de empregos "foi significativamente menor" que no mesmo
período do ano passado.
No acumulado do ano, no entanto, o resultado continua batendo
recorde negativo. De janeiro a agosto, foram fechadas 651,3 mil
vagas. É o pior resultado da série histórica do governo, que tem
início em 2002.
No ano passado, esse saldo estava negativo em 572,8 mil nos oito
primeiros meses. Nos outros anos, o resultado acumulado era positivo
— ou seja, as contratações superavam as demissões.
Em 12 meses, o país acumula uma perda de 1,7 milhão de vagas de
trabalho.
SETORES — O fechamento de vagas em agosto não foi maior devido às
contratações na indústria de transformação. O setor gerou 6,3 mil
postos de trabalho no mês passado. Esse resultado foi puxado
principalmente pela área de alimentação e bebidas, que fez 8,68 mil
novas contratações e pela indústria de calçados e têxtil, que
abriram, cada uma, mais de 2.000 postos de emprego formal. Por outro
lado, a maior redução foi na indústria de borracha, fumo e couros,
que fechou 3,8 mil vagas.
Os outros setores que criaram vagas no mês passado foram a indústria
extrativa mineral (366) e o comércio (888).
O setor que mais demitiu em agosto foi a construção civil (22,1
mil), seguido pela agricultura (15,4 mil) e pelo setor de serviços
(3,01 mil).
REGIÕES — O Nordeste foi responsável pela maior criação de vagas de
trabalho: 19,4 mil. O resultado positivo foi puxado pela contratação
líquida de mais de 9.000 trabalhadores em Pernambuco. A outra região
do país que contratou mais que demitiu foi o Sul, com um saldo de
1,85 mil.
Por outro lado, o Sudeste respondeu pelo maior número de vagas
encerradas: 50,8 mil. A maior parte desse resultado se deve ao
desempenho negativo do mercado de trabalho no Rio de Janeiro, onde
as demissões superaram as contratações em 28,32 mil.
O resultado do Rio de Janeiro — a maior queda entre os Estados — é
reflexo do fechamento de vagas nas áreas de comércio e administração
de imóveis (8,4 mil), além de serviços de alojamento e alimentação
(4,5 mil). Esses dados, segundo o Ministério do Trabalho, foram
influenciados pelo fim dos Jogos Olímpicos de 2016.
A cidade do Rio perdeu 17.541 vagas, sendo a maior parte (8.104) no
setor de serviços, seguido pela construção civil (5.730) e pela
indústria da transformação (2.539).
O Centro-Oeste encerrou 2,6 mil postos de trabalho e o Norte, 1,8
mil.
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