Auditoria encontra alunos já mortos e de alta renda no sistema do ProUni
Auditoria da CGU (Controladoria-Geral da União) apontou "fragilidades"
no sistema do ProUni, que disponibiliza informações sobre número de
bolsas e instituições de ensino participantes, por exemplo.
O trabalho analisou dados de pouco mais de 1 milhão de bolsistas, 1,5
milhão de candidatos inscritos em processo seletivo e 1,8 milhão de
familiares indicados pelos estudantes no sistema. Os dados fiscalizados
correspondem aos anos de 2005 a 2012.
A partir desse universo, constatou-se, por exemplo, a existência de 47
beneficiários — 0,0047% do total de bolsas — já mortos na situação "em
utilização-bolsista matriculado" e 4.400 bolsistas cuja renda per capita
não atende os critérios definidos no programa (limite de até três
salários mínimos).
Diante da presença de beneficiários já falecidos, a CGU sugeriu à Sesu
(Secretaria de Ensino Superior) "criar rotinas" de cruzamento das
informações do sistema do ProUni com o sistema de controle de óbitos.
Após a sugestão, a CGU informou que fez um novo pente-fino no início de
2012 e não mais identificou esse cenário.
"De modo a verificar a informação apresentada pela Secretaria
realizou-se novo cruzamento de dados com o Sisobi e a base do Prouni
referente ao 1º semestre de 2012, tendo sido verificada a inexistência
de bolsistas falecidos registrados como ativos", afirma trecho da
auditoria.
"Embora os resultados demonstrem que o sistema apresenta rotinas
adequadas de realização de críticas, verificaram-se fragilidades, tendo
em vista a existência de inconsistências em sua base de dados
concernentes à ausência de preenchimento de campos essenciais de
identificação do bolsista, bem como registros relacionados aos critérios
de elegibilidade exigidos pelo programa", afirma trecho do documento.
A CGU fez recomendações à secretaria do Ministério da Educação
responsável pelo programa e foi informada de que a pasta tem aumentado o
controle das informações prestadas pelas instituições de ensino, além
de realizar auditorias no sistema do ProUni.
Em nota, o MEC argumentou que cabe às instituições de ensino averiguar
os critérios de elegibilidade dos estudantes e atualizar os dados dos
bolsistas semestralmente, no sistema do programa.
"Após a notificação das IES, dos 46 estudantes identificados pela CGU
como falecidos após a concessão da bolsa, 29 tiveram as bolsas
encerradas em razão de se ter confirmado o falecimento, 11 em razão de
evasão do bolsista, e os demais por inexistência de matrícula,
esgotamento de prazo de suspensão ou não comparecimento em processo de
supervisão ordinária de bolsistas. A própria CGU, em seu relatório
final, apontou que a questão estava solucionada já em 2012", diz trecho
da nota.
Nenhum comentário:
Postar um comentário