Para o Financial Times, a derrota na Copa do Mundo é o fim simbólico do boom econômico do Brasil.
Na tentativa de encontrar metáforas para a derrota do Brasil para a
Alemanha, por 7 a 1, nos jogos da semifinal da Copa do Mundo, o jornal
britânico Financial Times apelou para analogia econômica. Segundo o
Financial Times, o desastre da última terça-feira, 8 de julho, foi
"simbolicamente, um fim apropriado para os longos anos de boom econômico
do Brasil". O Financial Times cita o estatístico americano Natel Silver
para afirmar que, com base em rankings antes dos jogos, foi o placar
mais inesperado na história da Copa do Mundo. O jornal britânico tem
sido um feroz crítico do governo brasileiro e de suas políticas
protecionistas que serviram para agravar os problemas estruturais do
País — e, de quebra, colocaram a inflação num patamar difícil de ser
rebaixado. A derrota por goleada contra a Alemanha, na avaliação do
Financial Times, sumariza o que tem sido o período de declínio da
economia brasileira. Mas, segundo o jornal, é improvável haver qualquer
correlação comprovada entre a derrota na Copa e as eleições de outubro.
Em outro artigo, publicado na coluna Lex, o Financial Times prevê
possibilidades de bons ventos na bolsa de valores para investidores da
Petrobras, afirmando que a má notícia da derrota pode ser, na verdade,
boa para os investidores. A coluna aponta que as ações da estatal,
depois de subirem durante a instauração da CPI que investiga evasão de
divisas e a relação entre a empresa e os investigados na Operação
Lava-Jato, se mantiveram estáveis às vésperas e durante a Copa,
justamente o período em que a aprovação da presidente Dilma parou de
cair. Investidores se mostraram otimistas em relação à empresa todas as
vezes em que pesquisas mostravam a queda da intenção de voto em Dilma
Rousseff. Segundo a coluna Lex, uma mudança de governo deve aumentar as
chances de um reequilíbrio dos preços de combustíveis no Brasil e a
retomada do aumento dos lucros da Petrobras, para que a empresa consiga
arcar com seu alto endividamento, de cerca de 300 bilhões de reais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário