A eleição de Davi Alcolumbre para Presidente do Senado Federal proporcionou uma tremenda vitória para o governo Bolsonaro
Senador Amapaense do Democratas, Davi Alcolumbre |
Alguns dias são melhores do que outros. Alguns dias a gente está mais
deprimido, outros dias mais eufórico. No dia 2 de fevereiro de 2019 o
Brasil teve tudo para festejar um sábado histórico, de muita alegria.
Depois de 48 horas de aflição, terminou a eleição no Senado Federal, com
a eleição do senador Davi Alcolumbre, do Democratas, para a presidência
da Casa. Ele presidirá também o Congresso Nacional.
Com a sua vitória foi removida da cena a velha oligarquia emedebista,
sucessora da Arena, que comandava o Senado Federal desde a restauração
do Estado Democrático de Direito no País, a partir de 1985. Vejam bem,
foram 33 anos de domínio praticamente ininterrupto. O MDB, com os
Sarneys, Lobões, Barbalhos, Calheiros e outros da mesma estirpe, deram
as cartas por todo esse tempo. E tudo o que fez a oligarquia emedebista
foi atrasar o Brasil, empatar a vida dos brasileiros, promover a
corrupção, a degradação da vida pública, a degeneração dos costumes, a
devassidão, a ladroagem e coisas similares. Tudo que é de ruim pode,
sim, ser atribuído ao MDB e seus líderes.
Os eleitores brasileiros, em outubro do ano passado, deram um poderoso
recado nas urnas, promovendo uma vassourada histórica no Congresso
Nacional. Câmara dos Deputados e Senado Federal foram renovados em mais
da metade. Hoje, os eleitores controlam seus representantes de cima, o
tempo inteiro, fiscalizando pelas redes sociais, e exigindo que cumpram
seus compromissos. Foi o resultado dessa fiscalização da sociedade
brasileira que promoveu no sábado, 02.fev.2019, o enterro da oligarquia
emedebista e associados comandada pelo alagoano Renan Calheiros. Agora
se espera que ele responda aos 14 inquéritos e que seja condenado como
tantos outros da Lava Jato.
O processo no Senado Federal não foi nada fácil, porque não se conhece
caso de oligarca que se entregue facilmente, sem grande luta, antes de
se desapegar do poder. É preciso agora ressaltar o papel desempenhado
por alguns personagens nesse processo. O senador gaúcho Lasier Martins
teve um notável comportamento, contestando no Supremo o voto fechado
defendido com unhas e dentes pelo oligarca Renan Calheiros, porque ele
sabia que dependia do segredo da urna, onde os corruptos se protegem,
para conseguir ganhar a presidência do Senado Federal pela quarta vez.
Vários senadores foram fundamentais na defesa da demonstração do voto,
tornando-o público, mesmo quando o Supremo, agindo de maneira
completamente golpista, por meio de seu presidente, Dias Toffoli,
restabeleceu o voto secreto. Mas, antes disso, jogou bem o presidente
Jair Bolsonaro. Disse que estava afastado do jogo pela presidência do
Senado Federal, que isso era de inteira responsabilidade dos senadores.
Mas, permitiu que seu chefe da Casa Civil, deputado federal gaúcho Onyx
Lorenzoni, mexesse os pauzinhos desde novembro na construção do seu
candidato, Davi Alcolumbre, que já estava escolhido, sem nunca
oficializar a sua candidatura, senão na última hora. Mas, sempre
deixando entrever, com toda clareza, que era o candidato da predileção
da Casa Civil.
A estratégia se revelou correta. A análise política, conjuntural, feita
por Onyx Lorenzoni, foi acertada e funcionou. Agora isso será de
fundamental importância para a condução dos assuntos de interesse do
governo de Jair Bolsonaro no Congresso Nacional. Ficam abertos os
caminhos.
Davi Alcolumbre, na condução da sessão do dia 1º de fevereiro de 2019,
sexta-feira, portou-se muito bem, de maneira firme, demonstrando
capacidade para enfrentar a tropa de choque de Renan Calheiros.
Despontou nessa tropa de choque a senadora goiana Katia Abreu, que
promoveu cenas patéticas, com roubo de documentos da mesa para impedir a
continuidade dos trabalhos. Iniciativa que ela aprendeu, com certeza,
com suas amigas petistas e comunistas, Gleisi Hoffmann e Vanessa
Graziotin, já enxotadas do Senado Federal.
A peça de resistência da velha oligarquia tinha que se apresentar, no
último minuto, com uma insólita tentativa de fraude da votação.
Inacreditável, à vista do mundo inteiro, com transmissão ao vivo pela
televisão e pela Internet, colocaram voto a mais na urna, em favor de
Renan Calheiros, é óbvio. Anulada a primeira eleição, e começando uma
segunda, diante das evidências de derrota, o velho Renan Calheiros
retirou a sua candidatura. Saiu atirando a esmo, contra o PSDB, contra
Flávio Bolsonaro, contra Davi Alcolumbre, contra Onyx Lorenzoni.
Decididamente, ele perdeu a cobertura política que lutava
desesperadamente para manter, para salvar sua vida da derrocada. Seu
caminho é a cadeia. O Brasil está mudando, sim. Passos seguros estão
sendo dados nesse sentido. E o presidente da Câmara dos Deputados,
Rodrigo Maia, que se reelegeu sem contestação, sabe que agora todos os
olhos vigilantes do País se voltam para ele. Não terá mais as ousadias
que exibiu durante o breve governo de Michel Temer.
Onyx Lorenzoni avalia que a derrota de Renan Calheiros marca o fim de um
ciclo. “A perspectiva agora é muito melhor. Sabemos que vai ser
difícil, mas teremos um Senado em sintonia com a sociedade. Quem está na
vida pública tem a obrigação de ouvir as ruas”.
Onyx avaliou ainda o peso político da nova composição do Senado, com 46
novos integrantes, que, logicamente, defenderiam um candidato
anti-Renan. “Tínhamos de saída uns 30 votos”, lembra. “O simbolismo que
Renan carrega é o da velha política e nós sabíamos que ele faria do
Senado um bastião de resistência, em parceria com o PT, contra as
mudanças que o País precisa.”
Onyx Lorenzoni esclareceu: “Conversei antes com vários senadores. Como o
adversário era muito esperto, eles temiam por o peito na água muito
cedo. Quando falei com Davi, ele se mostrou disposto e ainda tinha a
particularidade de ser o único membro remanescente da Mesa Diretora”.
Onyx Lorenzoni ainda acrescenta: “Escolhi David Alcolumbre porque é um
mestre nas relações, transita em todos os grupos. E tem uma capacidade
de trabalho imensa, é incansável. Ele trabalha 20 horas”.
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