O plenário do STF deve julgar prisão após segunda instância entre março e abril de 2019
O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) deve julgar entre março e
abril de 2019 as ações que tratam da prisão após condenados em segunda
instância na Justiça. Como adiantado em julho, o presidente do STF,
ministro Dias Toffoli, preferiu deixar a questão para o próximo ano, em
busca de evitar pautas polêmicas em ano eleitoral.
A retomada da discussão tem influência direta no caso do ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva (PT), condenado e preso por corrupção passiva e
lavagem de dinheiro no âmbito da Operação Lava Jato. Lula foi detido a
partir de entendimento firmado pelo STF em 2016 que autoriza a execução
antecipada da pena. Ele teve a pena confirmada pelo Tribunal Regional
Federal da 4ª Região (TRF-4) em janeiro e foi levado à prisão em abril
deste ano.
Através do julgamento de mérito das ações que tratam do tema de forma
geral, em 2019, o plenário do STF pode manter ou derrubar a decisão que
permite a prisão de condenados em segunda instância, ou seja, que réus
sejam detidos antes do esgotamento de todos os recursos disponíveis na
Justiça.
Maioria — Com o entendimento que possibilita a execução
antecipada da pena tomado em placar apertado, existe a possibilidade do
plenário do STF, na nova discussão, decidir de forma contrária a prisão
em segunda instância. A alteração é especulada desde que o ministro
Gilmar Mendes, que em 2016 votou favoravelmente a execução antecipada,
mudou de posição.
Em abril, durante julgamento do habeas corpus de Lula pelo STF, Toffoli
defendeu a possibilidade de que réus possam aguardar em liberdade até
serem julgados no Superior Tribunal de Justiça (STJ). A posição,
acompanhada por Gilmar, é vista como uma terceira via entre esperar a
palavra final do STF e executar a pena logo após condenação em segundo
grau.
A maioria favorável a execução antecipada não virou durante o julgamento
do pedido do ex-presidente porque a ministra Rosa Weber votou por negar
a liberdade do petista, apesar de ter defendido anteriormente que
condenados possam ficar livres até o esgotamento de todos os recursos.
Na ocasião, a ministra destacou o princípio da colegialidade.
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